Absorção de água de fibras vegetais encontradas no Brasil e seu potencial de uso em compósitos termorrígidos para áreas externas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16132/tde-19082024-092248/ |
Resumo: | As fibras vegetais são hidrofílicas, o que tende a reduzir a resistência mecânica e a durabilidade dos compósitos termorrígidos feitos com elas que têm contato com água ou umidade, sendo essa uma das principais preocupações e frentes de pesquisa na área atualmente. Devido a isso, muitas pesquisas relacionam quantitativamente a absorção de água de compósitos termorrígidos reforçados com fibras vegetais à composição e características morfológicas do compósito, entretanto, são raros os estudos que mensuram a absorção de água exclusivamente das fibras vegetais em situações de imersão e a relacionam com suas características químicas e morfológicas e com a absorção de água de compósitos reforçados por elas. A fim de colaborar para a identificação de fibras com menor absorção de água e para o desenvolvimento de biocompósitos e de biomateriais construtivos com maior potencial de uso em áreas externas, a mensuração e correlação dessas variáveis foi feita nesta pesquisa analisando experimentalmente fibras de sete espécies vegetais existentes no Brasil, sendo elas agave (Agave angustifolia), coco (Cocos nucifera), juta (Corchorus capsularis), malva (Urena lobata), piaçava (Attalea funifera), rami (Boehmeria nivea) e sisal (Agave sisalana). Além disso, foram analisados compósitos de matriz poliuretana reforçados por elas. A metodologia abrangeu análises químicas, físicas (densidade real e espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier, ou FTIR), imagens em microscópio eletrônico de varredura (MEV) e ensaios de absorção de água com as fibras vegetais; além de ensaios de densidade aparente e de absorção de água com os compósitos termorrígidos reforçados por cada uma dessas 7 espécies de fibras. Os resultados dos experimentos indicam que a morfologia e a densidade real das fibras vegetais possuem maior correlação com sua absorção de água que sua composição química; a absorção de água das fibras vegetais aumenta conforme sua densidade real aumenta e seu perímetro e área da seção transversal diminuem; a rugosidade das fibras (formato de sua seção transversal) mostrou menor correlação com sua absorção de água; a alfa-celulose é o componente químico mais relevante para a absorção de água em imersão das fibras vegetais; o uso de fibras vegetais que absorvem menos água parece eficaz para produzir compósitos também com menor absorção de água, porém, um adequado encasulamento das fibras pela matriz polimérica e uma menor fração de vazios são decisivos para uma baixa absorção de água do compósito e podem ser mais importantes que a espécie da fibra vegetal utilizada. |
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Absorção de água de fibras vegetais encontradas no Brasil e seu potencial de uso em compósitos termorrígidos para áreas externasWater absorption of plant fibers found in Brazil and their potential for use in thermoset composites for outdoor areasBiofiberBiofibraBiomaterialBiomaterialChemical compositionComposição químicaFibra lignocelulósicaImersãoImmersionLignocellulosic fiberMorfologiaMorphologyAs fibras vegetais são hidrofílicas, o que tende a reduzir a resistência mecânica e a durabilidade dos compósitos termorrígidos feitos com elas que têm contato com água ou umidade, sendo essa uma das principais preocupações e frentes de pesquisa na área atualmente. Devido a isso, muitas pesquisas relacionam quantitativamente a absorção de água de compósitos termorrígidos reforçados com fibras vegetais à composição e características morfológicas do compósito, entretanto, são raros os estudos que mensuram a absorção de água exclusivamente das fibras vegetais em situações de imersão e a relacionam com suas características químicas e morfológicas e com a absorção de água de compósitos reforçados por elas. A fim de colaborar para a identificação de fibras com menor absorção de água e para o desenvolvimento de biocompósitos e de biomateriais construtivos com maior potencial de uso em áreas externas, a mensuração e correlação dessas variáveis foi feita nesta pesquisa analisando experimentalmente fibras de sete espécies vegetais existentes no Brasil, sendo elas agave (Agave angustifolia), coco (Cocos nucifera), juta (Corchorus capsularis), malva (Urena lobata), piaçava (Attalea funifera), rami (Boehmeria nivea) e sisal (Agave sisalana). Além disso, foram analisados compósitos de matriz poliuretana reforçados por elas. A metodologia abrangeu análises químicas, físicas (densidade real e espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier, ou FTIR), imagens em microscópio eletrônico de varredura (MEV) e ensaios de absorção de água com as fibras vegetais; além de ensaios de densidade aparente e de absorção de água com os compósitos termorrígidos reforçados por cada uma dessas 7 espécies de fibras. Os resultados dos experimentos indicam que a morfologia e a densidade real das fibras vegetais possuem maior correlação com sua absorção de água que sua composição química; a absorção de água das fibras vegetais aumenta conforme sua densidade real aumenta e seu perímetro e área da seção transversal diminuem; a rugosidade das fibras (formato de sua seção transversal) mostrou menor correlação com sua absorção de água; a alfa-celulose é o componente químico mais relevante para a absorção de água em imersão das fibras vegetais; o uso de fibras vegetais que absorvem menos água parece eficaz para produzir compósitos também com menor absorção de água, porém, um adequado encasulamento das fibras pela matriz polimérica e uma menor fração de vazios são decisivos para uma baixa absorção de água do compósito e podem ser mais importantes que a espécie da fibra vegetal utilizada.Plant fibers are hydrophilic, which tends to reduce the mechanical properties and durability of thermosetting composites reinforced with them that come into contact with water or moisture, which is one of the main concerns and research issues in the field today. Because of this, many studies quantitatively relate the water absorption of thermosetting composites reinforced with plant fibers to the composition and morphological characteristics of the composite. However, studies that exclusively measure the water absorption of plant fibers in immersion situations and relate it to their chemical and morphological characteristics, as well as to the water absorption of composites reinforced by them, are rare. In order to contribute to the identification of fibers with lower water absorption and to the development of biocomposites and building biomaterials with greater potential for use in outdoor areas, the measurement and correlation of these variables was carried out in this research by experimentally analyzing fibers from seven plant species existing in Brazil, namely agave (Agave angustifolia), coir (Cocos nucifera), jute (Corchorus capsularis), mallow (Urena lobata), piassava (Attalea funifera), ramie (Boehmeria nivea) and sisal (Agave sisalana). Additionally, polyurethane matrix composites reinforced by them were analyzed. The methodology included chemical and physical analyses (real density and Fourier transform infrared spectroscopy, or FTIR), scanning electron microscope (SEM) images, and water absorption tests with plant fibers; as well as tests of bulk density and water absorption with thermosetting composites reinforced by each of these 7 fiber species. The results of the experiments indicate that the morphology and real density of plant fibers have a greater correlation with their water absorption than their chemical composition; water absorption of plant fibers increases as their true density increases and their perimeter and cross-sectional area decrease; the roughness of the fibers (shape of their cross-section) showed a lower correlation with their water absorption; alpha-cellulose is the most relevant chemical component for the water absorption of plant fibers; the use of plant fibers that absorb less water appears to be effective in producing composites also with lower water absorption, however, adequate encapsulation of the fibers by the polymeric matrix and a lower void fraction are decisive for a low water absorption of the composite and may be more important than the species of plant fiber for this purpose.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLara, Arthur HunoldDias, Bernardo Zandomenico2024-05-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16132/tde-19082024-092248/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-09-27T21:37:02Zoai:teses.usp.br:tde-19082024-092248Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-09-27T21:37:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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As fibras vegetais são hidrofílicas, o que tende a reduzir a resistência mecânica e a durabilidade dos compósitos termorrígidos feitos com elas que têm contato com água ou umidade, sendo essa uma das principais preocupações e frentes de pesquisa na área atualmente. Devido a isso, muitas pesquisas relacionam quantitativamente a absorção de água de compósitos termorrígidos reforçados com fibras vegetais à composição e características morfológicas do compósito, entretanto, são raros os estudos que mensuram a absorção de água exclusivamente das fibras vegetais em situações de imersão e a relacionam com suas características químicas e morfológicas e com a absorção de água de compósitos reforçados por elas. A fim de colaborar para a identificação de fibras com menor absorção de água e para o desenvolvimento de biocompósitos e de biomateriais construtivos com maior potencial de uso em áreas externas, a mensuração e correlação dessas variáveis foi feita nesta pesquisa analisando experimentalmente fibras de sete espécies vegetais existentes no Brasil, sendo elas agave (Agave angustifolia), coco (Cocos nucifera), juta (Corchorus capsularis), malva (Urena lobata), piaçava (Attalea funifera), rami (Boehmeria nivea) e sisal (Agave sisalana). Além disso, foram analisados compósitos de matriz poliuretana reforçados por elas. A metodologia abrangeu análises químicas, físicas (densidade real e espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier, ou FTIR), imagens em microscópio eletrônico de varredura (MEV) e ensaios de absorção de água com as fibras vegetais; além de ensaios de densidade aparente e de absorção de água com os compósitos termorrígidos reforçados por cada uma dessas 7 espécies de fibras. Os resultados dos experimentos indicam que a morfologia e a densidade real das fibras vegetais possuem maior correlação com sua absorção de água que sua composição química; a absorção de água das fibras vegetais aumenta conforme sua densidade real aumenta e seu perímetro e área da seção transversal diminuem; a rugosidade das fibras (formato de sua seção transversal) mostrou menor correlação com sua absorção de água; a alfa-celulose é o componente químico mais relevante para a absorção de água em imersão das fibras vegetais; o uso de fibras vegetais que absorvem menos água parece eficaz para produzir compósitos também com menor absorção de água, porém, um adequado encasulamento das fibras pela matriz polimérica e uma menor fração de vazios são decisivos para uma baixa absorção de água do compósito e podem ser mais importantes que a espécie da fibra vegetal utilizada. |
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