Sífilis em gestantes: qualidade dos dados e o perfil epidemiológico no estado de São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-01102019-154338/ |
Resumo: | Introdução: O tratamento da sífilis em gestantes é o elemento-chave na prevenção da sífilis congênita. A sífilis congênita caracteriza importante problema de Saúde Pública no Brasil e no mundo, sendo o tratamento da gestante fundamental para sua prevenção. Objetivo: Avaliar a qualidade das informações e traçar um perfil epidemiológico das gestantes com sífilis no Estado de São Paulo quanto ao tratamento adequado. Métodos: Estudo transversal com dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), para o período 2007-2017. Calculou-se a completude dos dados para o total do Estado e para os 28 Grupos de Vigilância Epidemiológica (GVE), na série histórica de 2007-2017 (44.143 casos). A completude foi classificada em: muito bom (>95%), bom (90% a 95%), regular (70% a 95%), ruim (50% a 70%) e muito ruim (<50%). Foram analisadas as características individuais, de diagnóstico e tratamento, para o Estado de São Paulo e os 28 GVEs, para 2016 (8.667 gestantes). Para construir o perfil das gestantes utilizou-se frequências absolutas e relativas e para a análise das diferenças segundo tratamento adequado utilizou-se o teste de Qui-quadrado com valor-p 5%. Resultados: As variáveis raça/cor, idade gestacional, teste não-treponêmico, teste treponêmico e o esquema de tratamento prescrito à gestante foram classificadas como muito boa completitude, enquanto tratamento do parceiro e escolaridade como regulares. Houve melhora nas variáveis escolaridade e tratamento do parceiro nos 28 GVEs, no período. Em relação ao perfil no Estado de São Paulo, as gestantes eram majoritariamente negras (50,9%), na faixa etária de 20-24 anos (32,8%) e escolaridade <8 anos (51,7%). Apenas metade dos parceiros foi tratada e 87,7% das gestantes tiveram tratamento adequado. As gestantes com tratamento adequado apresentam maior nível de escolaridade com >=8 anos de estudo (45,9%); começaram mais precocemente o pré-natal (51,1% no 1º. trimestre), reagente nos testes não treponêmicos (90,3%) e treponêmicos (90,4%), tratamento com Penicilina G Benzatina 7.200.000 UI (91,7%) e tratamento do parceiro (54,9%). Não houve diferença em relação à idade (p=0,760) e raça/cor (p=0,06). O perfil nos GVEs variou, indicando heterogeneidade nas condições socioeconômicas do Estado. Conclusões: Para que seja possível um planejamento mais eficaz de estratégias e políticas de saúde para gestantes com sífilis em perspectiva do combate à sífilis congênita é necessário aprimorar o preenchimento das informações. Ainda assim, o perfil encontrado mostra que o grupo de gestantes que exige maior atenção em saúde são as mulheres de grupos vulneráveis, com foco inclusive de acordo com regiões mais ou menos pauperizadas do Estado de São Paulo. |
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Sífilis em gestantes: qualidade dos dados e o perfil epidemiológico no estado de São PauloSyphilis in pregnancy: data quality and epidemiological profile in São Paulo StateCompletenessCompletudeQualidade dos DadosSífilisSífilis em GestantesSyphilisSyphilis in PregnantIntrodução: O tratamento da sífilis em gestantes é o elemento-chave na prevenção da sífilis congênita. A sífilis congênita caracteriza importante problema de Saúde Pública no Brasil e no mundo, sendo o tratamento da gestante fundamental para sua prevenção. Objetivo: Avaliar a qualidade das informações e traçar um perfil epidemiológico das gestantes com sífilis no Estado de São Paulo quanto ao tratamento adequado. Métodos: Estudo transversal com dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), para o período 2007-2017. Calculou-se a completude dos dados para o total do Estado e para os 28 Grupos de Vigilância Epidemiológica (GVE), na série histórica de 2007-2017 (44.143 casos). A completude foi classificada em: muito bom (>95%), bom (90% a 95%), regular (70% a 95%), ruim (50% a 70%) e muito ruim (<50%). Foram analisadas as características individuais, de diagnóstico e tratamento, para o Estado de São Paulo e os 28 GVEs, para 2016 (8.667 gestantes). Para construir o perfil das gestantes utilizou-se frequências absolutas e relativas e para a análise das diferenças segundo tratamento adequado utilizou-se o teste de Qui-quadrado com valor-p 5%. Resultados: As variáveis raça/cor, idade gestacional, teste não-treponêmico, teste treponêmico e o esquema de tratamento prescrito à gestante foram classificadas como muito boa completitude, enquanto tratamento do parceiro e escolaridade como regulares. Houve melhora nas variáveis escolaridade e tratamento do parceiro nos 28 GVEs, no período. Em relação ao perfil no Estado de São Paulo, as gestantes eram majoritariamente negras (50,9%), na faixa etária de 20-24 anos (32,8%) e escolaridade <8 anos (51,7%). Apenas metade dos parceiros foi tratada e 87,7% das gestantes tiveram tratamento adequado. As gestantes com tratamento adequado apresentam maior nível de escolaridade com >=8 anos de estudo (45,9%); começaram mais precocemente o pré-natal (51,1% no 1º. trimestre), reagente nos testes não treponêmicos (90,3%) e treponêmicos (90,4%), tratamento com Penicilina G Benzatina 7.200.000 UI (91,7%) e tratamento do parceiro (54,9%). Não houve diferença em relação à idade (p=0,760) e raça/cor (p=0,06). O perfil nos GVEs variou, indicando heterogeneidade nas condições socioeconômicas do Estado. Conclusões: Para que seja possível um planejamento mais eficaz de estratégias e políticas de saúde para gestantes com sífilis em perspectiva do combate à sífilis congênita é necessário aprimorar o preenchimento das informações. Ainda assim, o perfil encontrado mostra que o grupo de gestantes que exige maior atenção em saúde são as mulheres de grupos vulneráveis, com foco inclusive de acordo com regiões mais ou menos pauperizadas do Estado de São Paulo.Introduction - The treatment of syphilis in pregnancy is crucial in prevention of congenital syphilis. The congenital syphilis is a huge public health\'s issue in Brazil and globally and pregnant\'s treatment are crucial to avoid congenital syphilis. Objectives - Measure data\'s quality and develop a profile of pregnant women with syphilis in São Paulo state according to adequate treatment. Methods - Cross- sectional study with Notifiable Diseases Information System - SINAN database from 2007-2017. Completeness of data was calculated for the whole database and for each regional groups (GVE), including the evaluation of progress between 2007- 2017 (44,143 cases). The completeness was classified according to a score: very good (>95%), good (90-95%), regular (70-95%), poor (50-75%), very poor (<50%). Maternal, diagnosis and treatment characteristics of pregnant was analysed in São Paulo State and in every GVE in 2016 (8,667 cases). The pregnant profile was made using relatives and absolutes frequencies, and for compare the variables with adequate treatment was used Chi-square test with significance level 5%. Results - The variables of skin colour, gestational age, non-treponemal test, treponemal test and treatment scheme prescribed for pregnant was classified as very good, completeness, while the variables of education level and sexual partner\'s treatment was classified as regular. Between 2007-2017, a improvement in completeness was observed in education level and partner\'s treatment among the 28 GVE. The pregnant profile in São Paulo was women with 20-24 years (32,8%), black and brown skin colours (50.9%) and education level > 8 years (51.7%). Only half of sexual partners was treated and 87.7% of pregnant receive adequate treatment. Pregnant with adequate treatment had higher education (45,9%); early prenatal care (51.1% in 1º quarter), reactive in non-treponemal tests (90.3%) and treponemal test (90.4%), treatment with penicillin 7.200.000 UI dose (91.7%) and sexual partner treated (54.9%). Age (p=0.760) and skin colour (p=0.06) show no statistical difference between groups. The results was significant by adequate treatment to education level, gestational age, non-treponemal and treponemal test, treatment scheme of pregnant and partner\'s treatment. The pregnant profile in the groups was varied, indicating heterogeneous socioeconomic conditions. Conclusions: To effective planning of strategies and public health policies to reach the eradication of syphilis in pregnancy and congenital syphilis is necessary an improvement in filling of informations. Even so, the profile shows that pregnant woman who demands more health care are from vulnerable groups, concentrated on underprivileged areas of São Paulo state.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Zilda Pereira daD'Oliveira, Amanda Navarro2019-09-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-01102019-154338/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-12-09T16:00:02Zoai:teses.usp.br:tde-01102019-154338Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-12-09T16:00:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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