Sensibilidade à insulina e resposta hemodinâmica a infusão de Intralipid® e heparina em pacientes chagásicos sem insuficiência cardíaca (Modelo de disautonomia)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Claudia Cristina Soares da
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-21012009-113620/
Resumo: A obesidade, a resistência à insulina (RI), o diabetes e a hipertensão arterial (HA) estão associadas à maior morbidade e mortalidade cardiovascular. Os verdadeiros mecanismos relacionados com a RI bem como as associações metabólicas e alterações hemodinâmicas a essa condição não estão bem estabelecidos. Sabe-se que o aumento dos ácidos graxos livres (AGL) pode estar relacionado inclusive com as alterações hemodinâmicas como o aumento na pressão arterial (PA), na freqüência cardíaca (FC) e na redução da distensibilidade de pequenas artérias (piora da função endotelial). A infusão de Intralipidâ e heparina (ILH) é hoje um modelo de hiperlipidemia, que permite o aumento agudo de AGL na circulação sangüínea. O aumento da atividade do sistema nervoso simpático (SNS) tem sido apontado como possível mecanismo para parte das alterações hemodinâmicas decorrentes da hiperlipidemia aguda. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da injeção de insulina in bolus e da infusão de ILH na resposta hemodinâmica, metabólica e autonômica em pacientes portadores da doença de Chagas. Para tanto, foram utilizados12 pacientes portadores da doença de Chagas sem insuficiência cardíaca (grupo Ch) e 12 voluntários normais (grupo C), pareados para idade, sexo, raça, PA e FC. Os mesmos foram avaliados em condições basais e submetidos aos testes de tolerância à insulina (TTI) e de infusão de ILH. Durante o TTI foram realizadas medidas na PA, na FC e dosagens de glicemia, insulina e noradrenalina. No dia da infusão de ILH os registros da PA e da FC foram realizados batimento a batimento (Finometer®), colhido sangue para dosagens bioquímicas (glicose, insulina, noradrenalina) e realizado análise espectral em todos os participantes. Em condições basais, os níveis de noradrenalina eram superiores no grupo Ch, quando comparados com o grupo C. Após o TTI, houve queda significativa na glicose plasmática em ambos os grupos. A PA e a FC não se modificaram durante TTI no grupo Ch, e aumentaram significativamente no grupo C. Houve aumento dos níveis de noradrenalina plasmática no grupo C e discreta queda no grupo Ch. Em relação à de ILH, ela resultou em aumento na PA nos dois grupos. A FC aumentou no grupo Ch e não se modificou no grupo C. O componente de baixa freqüência (LF) era maior no grupo Ch em condições basais e aumentou em ambos os grupos durante a infusão de ILH. O componente de alta freqüência (HF) diminuiu nos dois grupos de maneira significativa, sendo menor no grupo Ch mesmo em condições basais. Não houve modificação significativa nos valores de noradrenalina plasmática no grupo Ch durante a infusão de ILH, a qual aumentou significativamente no grupo C. Esses dados mostram: Maior resposta da atividade simpática no grupo C durante o TTI pelo aumento da PA, da FC, dos valores de noradrenalina plasmática e a sensibilidade à insulina foi semelhante nos dois grupos, uma vez que a queda da glicose após o estímulo com bolus de insulina foi significante nos dois grupos. Aumento significativo da PA e da atividade simpática (avaliada pela análise espectral) nos dois grupos durante a infusão de ILH. Diminuição da atividade do componente de HF (parassimpático) nos dois grupos após a infusão de ILH. O comprometimento significativo da sensibilidade baroreflexa no grupo Ch após a infusão de ILH. Em conclusão, pacientes chagásicos têm maior concentração de noradrenalina em condição basal em relação ao grupo controle, porém a resposta na PA e na FC durante o TTI no grupo Ch foi menor, sugerindo disautonomia. A infusão de ILH resultou no aumento da PA em ambos os grupos e menor queda da FC no grupo Ch, sugerindo comprometimento do baroreflexo.
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spelling Sensibilidade à insulina e resposta hemodinâmica a infusão de Intralipid® e heparina em pacientes chagásicos sem insuficiência cardíaca (Modelo de disautonomia)Insulin sensitivity and hemodynamic responses to Intralipid® and heparin infusion in patients with Chagas disease without heart failure (Disautonomic model)Ácidos graxos não-esterificadosAcute diseaseAnálise espectralAutonomic nervous systemBlood pressureCardiovascular diseaseChagas diseaseDoença agudaDoença de ChagasDoenças cardiovascularesFatores de riscoHiperlipidemiasHiperlipidemiasNon-esterified fatty acidsPressão arterialRisk factorsSistema nervoso autônomoSpectral analysisA obesidade, a resistência à insulina (RI), o diabetes e a hipertensão arterial (HA) estão associadas à maior morbidade e mortalidade cardiovascular. Os verdadeiros mecanismos relacionados com a RI bem como as associações metabólicas e alterações hemodinâmicas a essa condição não estão bem estabelecidos. Sabe-se que o aumento dos ácidos graxos livres (AGL) pode estar relacionado inclusive com as alterações hemodinâmicas como o aumento na pressão arterial (PA), na freqüência cardíaca (FC) e na redução da distensibilidade de pequenas artérias (piora da função endotelial). A infusão de Intralipidâ e heparina (ILH) é hoje um modelo de hiperlipidemia, que permite o aumento agudo de AGL na circulação sangüínea. O aumento da atividade do sistema nervoso simpático (SNS) tem sido apontado como possível mecanismo para parte das alterações hemodinâmicas decorrentes da hiperlipidemia aguda. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da injeção de insulina in bolus e da infusão de ILH na resposta hemodinâmica, metabólica e autonômica em pacientes portadores da doença de Chagas. Para tanto, foram utilizados12 pacientes portadores da doença de Chagas sem insuficiência cardíaca (grupo Ch) e 12 voluntários normais (grupo C), pareados para idade, sexo, raça, PA e FC. Os mesmos foram avaliados em condições basais e submetidos aos testes de tolerância à insulina (TTI) e de infusão de ILH. Durante o TTI foram realizadas medidas na PA, na FC e dosagens de glicemia, insulina e noradrenalina. No dia da infusão de ILH os registros da PA e da FC foram realizados batimento a batimento (Finometer®), colhido sangue para dosagens bioquímicas (glicose, insulina, noradrenalina) e realizado análise espectral em todos os participantes. Em condições basais, os níveis de noradrenalina eram superiores no grupo Ch, quando comparados com o grupo C. Após o TTI, houve queda significativa na glicose plasmática em ambos os grupos. A PA e a FC não se modificaram durante TTI no grupo Ch, e aumentaram significativamente no grupo C. Houve aumento dos níveis de noradrenalina plasmática no grupo C e discreta queda no grupo Ch. Em relação à de ILH, ela resultou em aumento na PA nos dois grupos. A FC aumentou no grupo Ch e não se modificou no grupo C. O componente de baixa freqüência (LF) era maior no grupo Ch em condições basais e aumentou em ambos os grupos durante a infusão de ILH. O componente de alta freqüência (HF) diminuiu nos dois grupos de maneira significativa, sendo menor no grupo Ch mesmo em condições basais. Não houve modificação significativa nos valores de noradrenalina plasmática no grupo Ch durante a infusão de ILH, a qual aumentou significativamente no grupo C. Esses dados mostram: Maior resposta da atividade simpática no grupo C durante o TTI pelo aumento da PA, da FC, dos valores de noradrenalina plasmática e a sensibilidade à insulina foi semelhante nos dois grupos, uma vez que a queda da glicose após o estímulo com bolus de insulina foi significante nos dois grupos. Aumento significativo da PA e da atividade simpática (avaliada pela análise espectral) nos dois grupos durante a infusão de ILH. Diminuição da atividade do componente de HF (parassimpático) nos dois grupos após a infusão de ILH. O comprometimento significativo da sensibilidade baroreflexa no grupo Ch após a infusão de ILH. Em conclusão, pacientes chagásicos têm maior concentração de noradrenalina em condição basal em relação ao grupo controle, porém a resposta na PA e na FC durante o TTI no grupo Ch foi menor, sugerindo disautonomia. A infusão de ILH resultou no aumento da PA em ambos os grupos e menor queda da FC no grupo Ch, sugerindo comprometimento do baroreflexo.The obesity, insulin resistance (IR), diabetes and hypertension (HA) are associated with increased cardiovascular morbidity and mortality. The real mechanisms related to the RI and the associations of metabolic and hemodynamic changes to this condition are not well established. It is known that the increase in free fatty acids (FFA) may also be related to the hemodynamic changes as the increase in blood pressure (BP), heart rate (HR) and reducing the distensibility of small arteries (worsening of endothelial function). The infusion of Intralipid® and heparin (ILH) is today a model of acute hyperlipidemia, which allows the acute increase of FFA in the blood circulation. Increase in the nervous sympathetic activity system (SNS) has been suggested as a possible mechanism for part of hemodynamic changes resulting from acute hyperlipidemia. The purpose of this study was to evaluate the impact of the injection of bolus of insulin and the infusion of ILH in hemodynamic, metabolic, and autonomic response in patients with Chagas\' disease. Twelve patients with Chagas\' disease without heart failure (Ch group) and 12 normal volunteers (C group), matched for age, sex, race, BP, and HR were selected for this study. They were evaluated at baseline conditions and subjected to insulin tolerance test (ITT) and also ILH infusion. During the ITT measures of BP, HR, and biochemistry dosages as blood glucose, insulin and norepinephrine were taken. During the infusion of ILH the records of the BP and HR beat-to-beat (Finometer®) were done, blood samples were collected for biochemical dosages (glucose, insulin, noradrenalin) and spectral analysis was also conducted in all participants. In baseline conditions, norepinephrine levels were higher in the Ch group, compared with the C group. After ITT, there was significant fall in plasma glucose in both groups. The BP and HR did not change during the ITT in Ch group, and increased significantly in C group. There was an increase in plasma levels of norepinephrine in group C and slight fall in group Ch. The ILH infusion resulted in an increase in the BP in both groups. The HR increased in the Ch group and did not change in C Group. The component of low frequency (LF) was higher in group Ch in the baseline conditions and it increased in both groups during the ILH infusion. The component of high frequency (HF) decreased in both groups, and it was lower even in the Ch group even at baseline conditions. There was no significant change in the values of plasma norepinephrine in the group Ch during the ILH infusion, and it increased significantly in C group. These data show: Similar insulin response in both groups, according to the glucose drop. Higher increase in BP and HR in C Group in comparison to Ch group and higher increase in plasma norepinephrine in C group comparing to Cg group. Significant increase in BP and sympathetic activity (evaluated by spectral analysis) in both groups during the ILH infusion. Decrease in the HF component (parasympatethic activity) in both groups after ILH infusion. A significant baroreflex sensitivity impairment in the Ch group after the ILH infusion. In conclusion, chagasic patients have greater concentration of norepinephrine in baseline condition comparing to C group, but the response of BP and HR during the ITT in Ch group was lower, suggesting dysautonomia. The ILH infusion resulted in an increase on BP in both groups and also increased the HR in Ch group, suggesting baroreflex impairment.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLopes, Heno FerreiraSilva, Claudia Cristina Soares da2008-11-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-21012009-113620/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-21012009-113620Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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