Impacto termopluvial na América do Sul decorrente do desmatamento na floresta amazônica durante a oscilação decadal do Pacífico de 1970 a 2003
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-06012023-195453/ |
Resumo: | Estudos têm mostrado que o desmatamento da Floresta Amazônica não é somente uma ameaça ao clima da América do Sul, mas, também, à grande biodiversidade da região, comprometendo sua sustentabilidade. Neste estudo verificamos o impacto que o desmatamento de parte da Floresta Amazônica provocaria no clima da América do Sul, na escala decadal, com o uso do modelo regional climático RegCM4. As simulações foram realizadas para o período de 1970 a 2003, de forma a compreender três fases da Oscilação Decadal do Pacífico, ODP, 1970-1976 - fase negativa, 1977-1996 - fase positiva e 1997-2003 - fase negativa. Os dados do conjunto da reanalise I do NCEP-NCAR foram considerados para alimentar o modelo durante o período de simulação. De forma a simular ao impacto do desmatamento, foi desenvolvido dois experimentos numéricos: o Controle, CTRL, e o Desmatamento, DESM. O uso do solo do experimento DESM esteve constituído pelos dados do GLCC-2018, adotados no experimento CTRL, modificados com a substituição da floresta tropical por gramínea em áreas indicadas pelo desmatamento extrapolado para o ano 2050. As fases negativas da ODP (1970-1976 e 1997-2003) são caracterizadas por anomalias negativas e positivas de precipitação no centro-leste e sudeste da América do Sul, enquanto a região norte apresenta anomalias positivas. A fase positiva da ODP (1977-1996) é caracterizada aproximadamente pelo padrão inverso. Desta forma configura-se um padrão de dipolo da precipitação entre o centro-leste e sudeste da América do Sul nas fases negativas e positivas da ODP. O desmatamento provocou o decréscimo de precipitação, de 20 a 100 mm mês-1, no extremo norte da América do Sul, entre o noroeste do Estado do Amazonas até o norte do Maranhão, e, aumento da precipitação, de 20 a 70 mm mês-1, entre o sudeste do Estado do Amazonas e o nordeste do Mato Grosso. A comparação dos impactos na precipitação entre a fase positiva e as fases negativas da ODP mostra que os impactos mais intensos (negativos e positivos) ocorre durante a fase positiva, sendo mais brandos nas fases negativas. Em anos de ENOS, tanto para eventos EN como para eventos LN, verificou-se que o impacto devido ao desmatamento é mais intenso, em média, na fase positiva da ODP em relação à fase negativa, tanto para as áreas de onde foi simulado aumento como diminuição da precipitação |
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Impacto termopluvial na América do Sul decorrente do desmatamento na floresta amazônica durante a oscilação decadal do Pacífico de 1970 a 2003Themopluvial impacts in South America due to deforestation of the amazon forest during the Pacific decadal oscillation from 1970 to 2003Air TemperatureAnomaliaAnomalyDeforestationDesmatamentoEl Niño Oscilação SulEl Niño Southern OscillationImpactImpactoOscilação Decadal do PacíficoPacific Decadal OscillationPrecipitaçãoPrecipitationTemperatura do arEstudos têm mostrado que o desmatamento da Floresta Amazônica não é somente uma ameaça ao clima da América do Sul, mas, também, à grande biodiversidade da região, comprometendo sua sustentabilidade. Neste estudo verificamos o impacto que o desmatamento de parte da Floresta Amazônica provocaria no clima da América do Sul, na escala decadal, com o uso do modelo regional climático RegCM4. As simulações foram realizadas para o período de 1970 a 2003, de forma a compreender três fases da Oscilação Decadal do Pacífico, ODP, 1970-1976 - fase negativa, 1977-1996 - fase positiva e 1997-2003 - fase negativa. Os dados do conjunto da reanalise I do NCEP-NCAR foram considerados para alimentar o modelo durante o período de simulação. De forma a simular ao impacto do desmatamento, foi desenvolvido dois experimentos numéricos: o Controle, CTRL, e o Desmatamento, DESM. O uso do solo do experimento DESM esteve constituído pelos dados do GLCC-2018, adotados no experimento CTRL, modificados com a substituição da floresta tropical por gramínea em áreas indicadas pelo desmatamento extrapolado para o ano 2050. As fases negativas da ODP (1970-1976 e 1997-2003) são caracterizadas por anomalias negativas e positivas de precipitação no centro-leste e sudeste da América do Sul, enquanto a região norte apresenta anomalias positivas. A fase positiva da ODP (1977-1996) é caracterizada aproximadamente pelo padrão inverso. Desta forma configura-se um padrão de dipolo da precipitação entre o centro-leste e sudeste da América do Sul nas fases negativas e positivas da ODP. O desmatamento provocou o decréscimo de precipitação, de 20 a 100 mm mês-1, no extremo norte da América do Sul, entre o noroeste do Estado do Amazonas até o norte do Maranhão, e, aumento da precipitação, de 20 a 70 mm mês-1, entre o sudeste do Estado do Amazonas e o nordeste do Mato Grosso. A comparação dos impactos na precipitação entre a fase positiva e as fases negativas da ODP mostra que os impactos mais intensos (negativos e positivos) ocorre durante a fase positiva, sendo mais brandos nas fases negativas. Em anos de ENOS, tanto para eventos EN como para eventos LN, verificou-se que o impacto devido ao desmatamento é mais intenso, em média, na fase positiva da ODP em relação à fase negativa, tanto para as áreas de onde foi simulado aumento como diminuição da precipitaçãoclimate of South America, but also to the great biodiversity of the region, compromising its sustainability. In this study, we verified which impacts are expected from deforestation of part of the Amazon Forest on the climate of South America, on a decadal scale, using the regional climate model RegCM4. The simulations were carried out for the period from 1970 to 2003, in order to understand three phases of the Pacific Decadal Oscillation, PDO: 1970-1976 - negative phase, 1977- 1996 - positive phase and 1997-2003 - negative phase. Data from the NCEP-NCAR reanalysis set I were used during the simulation period. In order to simulate the impacts from deforestation, two numerical experiments were developed: Control, CTRL, and Deforestation, DESM. The land use of the DESM experiment comprised of data from the GLCC-2018, used in the CTRL experiment, modified with the replacement of tropical forest with grass in areas indicated by deforestation extrapolated to the year 2050. The negative phases of the PDO (1970-1976 and 1997-2003) are characterized by negative and positive precipitation anomalies in east-central and southeastern South America, while the northern region has positive anomalies. The positive phase of PDO (1977- 1996) is characterized by an approximately inverse pattern. Thus, a dipole pattern of precipitation is configured between east-central and southeastern South America in the negative and positive phases of the PDO. Deforestation causes a decrease in precipitation, from 20 to 100 mm month-1, in the extreme north of South America, between the northwest of the state of Amazonas to the north of Maranhão, and an increase in precipitation, from 20 to 70 mm month-1, between the southeast of the state of Amazonas and the northeast of Mato Grosso. The comparison of impacts from deforestation on precipitation between the positive and negative phases of the PDO shows that the most intense impacts (negative and positive) occur during the positive phase, being milder in the negative phases. In ENSO years, it was found that the impacts due to deforestation are more intense in the positive phase of the PDO compared to the negative phase, both for the areas of South America where there is an increase or decrease in precipitation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Maria Elisa SiqueiraMendes, Daniel2022-08-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-06012023-195453/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-01-06T22:19:34Zoai:teses.usp.br:tde-06012023-195453Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-01-06T22:19:34Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Estudos têm mostrado que o desmatamento da Floresta Amazônica não é somente uma ameaça ao clima da América do Sul, mas, também, à grande biodiversidade da região, comprometendo sua sustentabilidade. Neste estudo verificamos o impacto que o desmatamento de parte da Floresta Amazônica provocaria no clima da América do Sul, na escala decadal, com o uso do modelo regional climático RegCM4. As simulações foram realizadas para o período de 1970 a 2003, de forma a compreender três fases da Oscilação Decadal do Pacífico, ODP, 1970-1976 - fase negativa, 1977-1996 - fase positiva e 1997-2003 - fase negativa. Os dados do conjunto da reanalise I do NCEP-NCAR foram considerados para alimentar o modelo durante o período de simulação. De forma a simular ao impacto do desmatamento, foi desenvolvido dois experimentos numéricos: o Controle, CTRL, e o Desmatamento, DESM. O uso do solo do experimento DESM esteve constituído pelos dados do GLCC-2018, adotados no experimento CTRL, modificados com a substituição da floresta tropical por gramínea em áreas indicadas pelo desmatamento extrapolado para o ano 2050. As fases negativas da ODP (1970-1976 e 1997-2003) são caracterizadas por anomalias negativas e positivas de precipitação no centro-leste e sudeste da América do Sul, enquanto a região norte apresenta anomalias positivas. A fase positiva da ODP (1977-1996) é caracterizada aproximadamente pelo padrão inverso. Desta forma configura-se um padrão de dipolo da precipitação entre o centro-leste e sudeste da América do Sul nas fases negativas e positivas da ODP. O desmatamento provocou o decréscimo de precipitação, de 20 a 100 mm mês-1, no extremo norte da América do Sul, entre o noroeste do Estado do Amazonas até o norte do Maranhão, e, aumento da precipitação, de 20 a 70 mm mês-1, entre o sudeste do Estado do Amazonas e o nordeste do Mato Grosso. A comparação dos impactos na precipitação entre a fase positiva e as fases negativas da ODP mostra que os impactos mais intensos (negativos e positivos) ocorre durante a fase positiva, sendo mais brandos nas fases negativas. Em anos de ENOS, tanto para eventos EN como para eventos LN, verificou-se que o impacto devido ao desmatamento é mais intenso, em média, na fase positiva da ODP em relação à fase negativa, tanto para as áreas de onde foi simulado aumento como diminuição da precipitação |
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