Criação à deriva: políticas do cuidado em coletivos incomuns
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-16062021-150900/ |
Resumo: | Esta pesquisa discute os desafios para instauração dos direitos sociais no Brasil após a Constituição de 1988 refletindo sobre as formas como se deram as políticas culturais e de saúde no período, os efeitos do neoliberalismo nos processos de subjetivação e a produção do comum. Como contraponto a esse processo, foram acompanhadas experiências coletivas de criação que acontecem na cidade de São Paulo desde a década de 1990 que envolvem práticas artísticas, culturais e de cuidado. Tais práticas instauram comunidades heterogêneas em espaços públicos ou abertos da cidade tecendo uma rede não institucionalizada que produz saúde mental. A pesquisa-intervenção efetivou uma proposta de produção compartilhada do conhecimento, que se deu em um processo de criação audiovisual colaborativa. Por meio do olhar e das sensações de seus participantes, foram realizadas filmagens e entrevistas documentando as experiências de sete Coletivos dessa rede: Cia. Teatral Ueinzz; Coral Cênico Cidadãos Cantantes, Oficina de Dança e Expressão Corporal (Odec); Coletivo Preguiça; Ponto de Cultura É de Lei; Ponto Benedito Economia Solidária e Cultura e; Clínica Pública de Psicanálise; que derivaram no documentário Incomuns e em um acervo digital contendo filmes sobre cada Coletivo e todas as entrevistas realizadas. A documentação revela que a ação dos Coletivos tece redes de apoio que se organizam de forma autônoma para além das políticas institucionais e faz emergir estratégias de cuidado para lidar com a diversidade cultural e com aquilo que é considerado incomum. O processo de produção compartilhada do conhecimento realizado pela pesquisa propiciou conexões entre a rede e enriqueceu suas possibilidades de diálogo e cooperação. A sistematização e análise sobre os modos de criação, sustentação e agenciamento operados pelos Coletivos forneceram aportes para a reflexão sobre quais tipos de políticas poderiam apoiar práticas coletivas autônomas transversais implicadas no comum, propiciando a existência de outras culturas do cuidado. |
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Criação à deriva: políticas do cuidado em coletivos incomunsAdrift creation: care policies in uncommon collectivesArt-in-commonArte-em-comumAudiovisual documentationCollaborative action-researchCultural diversityDiversidade culturalDocumentação audiovisualHealth and culture interfaceInterface saúde e culturaOccupational therapy/ tendenciesPesquisa-ação colaborativaPolíticas públicasPublic policiesTerapia ocupacional/tendênciasEsta pesquisa discute os desafios para instauração dos direitos sociais no Brasil após a Constituição de 1988 refletindo sobre as formas como se deram as políticas culturais e de saúde no período, os efeitos do neoliberalismo nos processos de subjetivação e a produção do comum. Como contraponto a esse processo, foram acompanhadas experiências coletivas de criação que acontecem na cidade de São Paulo desde a década de 1990 que envolvem práticas artísticas, culturais e de cuidado. Tais práticas instauram comunidades heterogêneas em espaços públicos ou abertos da cidade tecendo uma rede não institucionalizada que produz saúde mental. A pesquisa-intervenção efetivou uma proposta de produção compartilhada do conhecimento, que se deu em um processo de criação audiovisual colaborativa. Por meio do olhar e das sensações de seus participantes, foram realizadas filmagens e entrevistas documentando as experiências de sete Coletivos dessa rede: Cia. Teatral Ueinzz; Coral Cênico Cidadãos Cantantes, Oficina de Dança e Expressão Corporal (Odec); Coletivo Preguiça; Ponto de Cultura É de Lei; Ponto Benedito Economia Solidária e Cultura e; Clínica Pública de Psicanálise; que derivaram no documentário Incomuns e em um acervo digital contendo filmes sobre cada Coletivo e todas as entrevistas realizadas. A documentação revela que a ação dos Coletivos tece redes de apoio que se organizam de forma autônoma para além das políticas institucionais e faz emergir estratégias de cuidado para lidar com a diversidade cultural e com aquilo que é considerado incomum. O processo de produção compartilhada do conhecimento realizado pela pesquisa propiciou conexões entre a rede e enriqueceu suas possibilidades de diálogo e cooperação. A sistematização e análise sobre os modos de criação, sustentação e agenciamento operados pelos Coletivos forneceram aportes para a reflexão sobre quais tipos de políticas poderiam apoiar práticas coletivas autônomas transversais implicadas no comum, propiciando a existência de outras culturas do cuidado.This research discusses the challenges for the establishment of social rights in Brazil after the 1988 Constitution. It reflects on the ways in which cultural and health policies took place in the period, the effects of neoliberalism on subjectivation processes and the production of the common. As a counterpoint to this process, collective creative experiences that have taken place in the city of São Paulo since the 1990s, involving artistic, cultural and care practices, have been accompanied. Such practices establish heterogeneous communities in public or open spaces of the city, weaving a non-institutionalized network that produces mental health. The research-intervention carried out a proposal of shared production of knowledge, which took place in a collaborative audiovisual creation. Filming and interviews were made through the perspective and sensations the research participants, documenting the experiences of seven Collectives of this network: Cia. Teatral Ueinzz; Coral Cênico Cidadãos Cantantes, Oficina de Dança e Expressão Corporal (Odec); Coletivo Preguiça; Ponto de Cultura É de Lei; Ponto Benedito de Economia Solidária e Cultura and Clínica Pública de Psicanálise. The documentary Uncommons and a digital collection containing films about each Collective and all the interviews conducted were produced. The documentation reveals that the action of the Collectives weaves support networks that organize themselves autonomously beyond the institutional policies. They also make emerge care strategies to deal with cultural diversity and what is considered uncommon. This shared production of knowledge provided connections among the network and enriched its possibilities for dialogue and cooperation. The modes of creation, support and agency operated by the Collectives was analyzed. It has provided input for reflection on what types of policies could support autonomous and transversal collective practices implicated in the common, fostering the existence of other cultures of care.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCastro, Eliane Dias deValent, Isabela Umbuzeiro2020-10-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-16062021-150900/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-06-17T00:22:03Zoai:teses.usp.br:tde-16062021-150900Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-06-17T00:22:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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