Avaliação da inflamação miocárdica na doença de Chagas por ressonância magnética cardiovascular

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Torreão, Jorge Andion
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-20052015-120918/
Resumo: INTRODUÇÃO: A cardiopatia chagásica (CC) é um importante problema de saúde pública na América do Sul e a patogênese desta doença ainda não é totalmente compreendida, mas a inflamação e a fibrose miocárdica participam de forma central no processo crônico e progressivo de dano miocárdico. Trabalho prévio de nosso grupo demonstrou a capacidade da Ressonância Magnética Cardiovascular (RMC) de identificar precisamente a fibrose miocárdica em pacientes com Doença de Chagas. A RMC demonstrou ser eficaz para avaliar edema miocárdico, como marcador de inflamação, e ser altamente sensível para a detecção de trombos intracavitários, especialmente no ventrículo esquerdo, e em outras patologias, como miocardites e infartos. A avaliação de edema miocárdio pela RMC em pacientes com CC não foi ainda avaliada na literatura. Nosso objetivo foi investigar a presença de edema e fibrose miocárdica nas três formas clínicas da CC, o que julgamos ser de potencial valor diagnóstico e prognóstico. MÉTODOS: Cinquenta e quatro pacientes com doença de chagas foram analisados: 16 pacientes com a forma indeterminada (FI), 17 pacientes com CC-SD e 21 pacientes com CC-CD. Todos os pacientes foram submetidos a exame de RMC em equipamento de 1,5 T, utilizando a sequência de realce tardio do miocárdio (RTM), a sequência de edema miocárdico (Spin-eco ponderado em T2) e a sequência de realce global precoce ponderado T1 pós-contraste, para identificar fibrose, edema e hiperemia miocárdicos, respectivamente. RESULTADOS: A fibrose miocárdica foi encontrada em 39 indivíduos, 72,2% de toda a amostra. A fibrose miocárdica foi detectada em 2 pacientes (12,5%) na forma indeterminada, com uma massa de fibrose média de 0,85 ± 2,47g. Os pacientes da forma CC-SD em sua quase totalidade - 16 pacientes (94,1%) - apresentaram fibrose, com uma massa média de 13,0 ± 10,8g. Todos os pacientes com a forma CC-CD apresentaram fibrose miocárdica (21 pacientes) e adicionalmente detinham a maior massa de fibrose média, 25 ± 11,9g. O edema miocárdico foi encontrado em 40 indivíduos, 74,0% de toda a amostra. A extensão do edema miocárdico foi analisada pelo número de segmentos comprometidos. Foram identificados 3 pacientes (18,8%) da forma indeterminada com critérios positivos para edema miocárdio, determinando uma média de 0,31 ± 0,87 segmentos. A forma CC-SD obteve a presença de edema em 16 indivíduos (94,1%) distribuídos em uma média de 3,24 ± 2,3 segmentos. Todos os pacientes da forma CC-CD apresentaram edema miocárdico pela RMC, em uma média 3,67 ± 1,82 segmentos (p < 0,001). Houve correlação significativa entre a quantidade de fibrose miocárdica e edema miocárdico com a gravidade das formas clínicas (p < 0,001), classe funcional (p < 0,001), fração de ejeção do VE (p < 0,001) e volume diastólico do VE(p < 0,001). CONCLUSÃO: Fibrose e inflamação miocárdica foram detectadas pela ressonância magnética cardíaca em pacientes portadores de cardiopatia chagásica em todas as fases crônicas da doença, inclusive naqueles pacientes sem cardiopatia ou com cardiopatia sem disfunção ventricular. A quantidade de fibrose e edema miocárdico apresenta correlação com a gravidade da forma clínica, classe funcional, fração de ejeção do VE e dilatação do VE
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A RMC demonstrou ser eficaz para avaliar edema miocárdico, como marcador de inflamação, e ser altamente sensível para a detecção de trombos intracavitários, especialmente no ventrículo esquerdo, e em outras patologias, como miocardites e infartos. A avaliação de edema miocárdio pela RMC em pacientes com CC não foi ainda avaliada na literatura. Nosso objetivo foi investigar a presença de edema e fibrose miocárdica nas três formas clínicas da CC, o que julgamos ser de potencial valor diagnóstico e prognóstico. MÉTODOS: Cinquenta e quatro pacientes com doença de chagas foram analisados: 16 pacientes com a forma indeterminada (FI), 17 pacientes com CC-SD e 21 pacientes com CC-CD. Todos os pacientes foram submetidos a exame de RMC em equipamento de 1,5 T, utilizando a sequência de realce tardio do miocárdio (RTM), a sequência de edema miocárdico (Spin-eco ponderado em T2) e a sequência de realce global precoce ponderado T1 pós-contraste, para identificar fibrose, edema e hiperemia miocárdicos, respectivamente. RESULTADOS: A fibrose miocárdica foi encontrada em 39 indivíduos, 72,2% de toda a amostra. A fibrose miocárdica foi detectada em 2 pacientes (12,5%) na forma indeterminada, com uma massa de fibrose média de 0,85 ± 2,47g. Os pacientes da forma CC-SD em sua quase totalidade - 16 pacientes (94,1%) - apresentaram fibrose, com uma massa média de 13,0 ± 10,8g. Todos os pacientes com a forma CC-CD apresentaram fibrose miocárdica (21 pacientes) e adicionalmente detinham a maior massa de fibrose média, 25 ± 11,9g. O edema miocárdico foi encontrado em 40 indivíduos, 74,0% de toda a amostra. A extensão do edema miocárdico foi analisada pelo número de segmentos comprometidos. Foram identificados 3 pacientes (18,8%) da forma indeterminada com critérios positivos para edema miocárdio, determinando uma média de 0,31 ± 0,87 segmentos. A forma CC-SD obteve a presença de edema em 16 indivíduos (94,1%) distribuídos em uma média de 3,24 ± 2,3 segmentos. Todos os pacientes da forma CC-CD apresentaram edema miocárdico pela RMC, em uma média 3,67 ± 1,82 segmentos (p < 0,001). Houve correlação significativa entre a quantidade de fibrose miocárdica e edema miocárdico com a gravidade das formas clínicas (p < 0,001), classe funcional (p < 0,001), fração de ejeção do VE (p < 0,001) e volume diastólico do VE(p < 0,001). CONCLUSÃO: Fibrose e inflamação miocárdica foram detectadas pela ressonância magnética cardíaca em pacientes portadores de cardiopatia chagásica em todas as fases crônicas da doença, inclusive naqueles pacientes sem cardiopatia ou com cardiopatia sem disfunção ventricular. A quantidade de fibrose e edema miocárdico apresenta correlação com a gravidade da forma clínica, classe funcional, fração de ejeção do VE e dilatação do VEBACKGROUND AND PURPOSE: Chagas\' heart disease (CHD) is a major public health problem in South America, and the pathogenesis of this disease is not yet fully understood, but inflammation and myocardial fibrosis seem to play a central role in the process of chronic and progressive myocardial damage. Previous descriptions from our group demonstrated the ability of Cardiovascular Magnetic Resonance (CMR) accurately identify myocardial fibrosis in patients with CHD. CMR shown to be effective for assessing myocardial edema, a marker of inflammation, and is highly sensitive for the detection of thrombi, especially in the left ventricle in other pathologies such as myocarditis and myocardial infarct. The assessment of myocardial edema by CMR in patients with CHD has not been evaluated. We believe to be of potential diagnostic and prognostic value to investigate the presence of myocardial edema and fibrosis in patients in the three clinical forms of this disease. METHODS: Fifty-four patients with Chagas\' disease were analyzed: 16 patients with the indeterminate phase (IF), 17 patients with the cardiac form without left ventricular systolic dysfunction (CFWO), and 21 patients with the cardiac form with left ventricular systolic dysfunctional form (CFSD). All patients underwent 1.5-T cardiac magnetic resonance (CMR) using the myocardial delayed enhancement sequence (MDE), T2-weighted sequence and the T1 weighted global enhancement after contrast sequence, to identify fibrosis, edema and hyperemia, respectively. RESULTS: Myocardial fibrosis was found in 39 subjects, 72.2% of the entire sample. Myocardial fibrosis was detected in 2 patients (12.5%) with the indeterminate form, representing an average mass of fibrosis of 0.85 ± 2.47 g. Patients with the CFWO almost entirely, 16 patients (94.1%) showed fibrosis, representing an average mass of fibrosis of 13.0 ± 10.8 g. All patients with the CFSD had myocardial fibrosis (21 patients) additionally had greater average mass of fibrosis 11.9 ± 25g. The myocardial edema was found in 40 subjects, 74.0% of the entire sample. The extent of myocardial edema was determined by the number of segments affected. We identified three patients (18.8%) from the indeterminate form with myocardial edema, an average of 0.31 ± 0.87. The CFWO presented a high presence of edema in 16 individuals (94.1%) distributed in an average of 3.24 ± 2.3 segments. All patients with the CFSD presented myocardial edema, an average of 3.67 ± 1.82 segments. (p < 0.001). There was significant correlation between the amount of myocardial fibrosis and myocardial edema with the severity of the clinical forms ( p < 0.001 ), functional class ( p < 0.001 ), LV ejection fraction ( p < 0.001 ) and left ventricular diastolic volume ( p < 0.001). CONCLUSION: Myocardial fibrosis and inflammation were detected by cardiac magnetic resonance imaging in patients with Chagas\' disease in all stages of chronic disease, including those patients without heart disease or cardiomyopathy without ventricular dysfunction. The amount of fibrosis and myocardial edema correlates with the severity of the clinical, functional class, LV ejection fraction and LV dilationBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPRochitte, Carlos EduardoTorreão, Jorge Andion2015-03-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-20052015-120918/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:57Zoai:teses.usp.br:tde-20052015-120918Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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