Superexploração da força de trabalho, capitalismo dependente e agronegócio: um estudo da terceirização a partir da empresa Suzano Papel e Celulose em Três Lagoas/MS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, André Luis Amorim de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-30112021-213540/
Resumo: O agronegócio de silvicultura em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, ganhou expressividade a partir da segunda metade dos anos 2000. Desde então, uma série de transformações vem ocorrendo no município, ao mesmo tempo em que o avanço e a expansão da silvicultura têm possibilitado ao agronegócio atingir elevados índices na produção de commodities que, em grande volume, é exportada para as chamadas economias centrais. Na medida em que participa do circuito internacional de expansão do capital via agronegócio, o município tem seu território produtivo reorganizado em função da silvicultura. Com isso, Três Lagoas, passa a ser mais exemplo do aprofundamento das relações de produção (para a exportação) em um contexto mais amplo de reafirmação da posição/condição dependente do Brasil na divisão internacional do trabalho, que tem como base, justamente, a centralidade da produção de commodities na pauta exportadora. Concomitantemente, desde os processos iniciais de territorialização doa agronegócio monocultor e, posteriormente, com a consolidação de gigantescas empresas do setor, como a Fibria, a Eldorado e a Suzano, um considerável conjunto de trabalhadores terceirizados têm sido incorporados e utilizado em praticamente toda a estrutura produtiva do setor. O uso de trabalho terceirizado é uma estratégia do capital e que, no Brasil, tem se adensado entre os mais diversos setores ditos modernos, devido às vantagens e os retornos financeiros que este tipo de atividade proporciona aos capitalistas, notadamente pelo seu custo mais baixo e pelas demais características próprias do trabalho terceirizado, sinônimo de precarização. No setor do agronegócio essa modalidade de trabalho também vem ganhando terreno, como é o caso da silvicultura em Três Lagoas. Mais do que uma atividade precária, segundo nossa hipótese, a força de trabalho terceirizada é superexplorada, visto que, ao garantir a reprodução do capital em Três Lagoas, os terceirizados enfrentam os mecanismos e as condições características da economia dependente no que se refere à utilização da força de trabalho. Desse modo, procuramos demonstrar que as atividades terceirizada no setor de silvicultura corroboram os apontamentos de Marini e dos demais autores seguidores da TMD, expressando assim uma fração da força de trabalho que corresponde à formação socioespacial dependente. Nossa tarefa visa justamente analisar o papel deste contingente de trabalho terceirizado a partir da empresa Suzano e, mais precisamente, verificar como este contingente é impactado na produção de silvicultura. Para tanto, recorremos às elaborações da Geografia crítica e às concepções de Marini e de outros autores da Teoria Marxista da Dependência sobre a superexploração da força de trabalho.
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Na medida em que participa do circuito internacional de expansão do capital via agronegócio, o município tem seu território produtivo reorganizado em função da silvicultura. Com isso, Três Lagoas, passa a ser mais exemplo do aprofundamento das relações de produção (para a exportação) em um contexto mais amplo de reafirmação da posição/condição dependente do Brasil na divisão internacional do trabalho, que tem como base, justamente, a centralidade da produção de commodities na pauta exportadora. Concomitantemente, desde os processos iniciais de territorialização doa agronegócio monocultor e, posteriormente, com a consolidação de gigantescas empresas do setor, como a Fibria, a Eldorado e a Suzano, um considerável conjunto de trabalhadores terceirizados têm sido incorporados e utilizado em praticamente toda a estrutura produtiva do setor. O uso de trabalho terceirizado é uma estratégia do capital e que, no Brasil, tem se adensado entre os mais diversos setores ditos modernos, devido às vantagens e os retornos financeiros que este tipo de atividade proporciona aos capitalistas, notadamente pelo seu custo mais baixo e pelas demais características próprias do trabalho terceirizado, sinônimo de precarização. No setor do agronegócio essa modalidade de trabalho também vem ganhando terreno, como é o caso da silvicultura em Três Lagoas. Mais do que uma atividade precária, segundo nossa hipótese, a força de trabalho terceirizada é superexplorada, visto que, ao garantir a reprodução do capital em Três Lagoas, os terceirizados enfrentam os mecanismos e as condições características da economia dependente no que se refere à utilização da força de trabalho. Desse modo, procuramos demonstrar que as atividades terceirizada no setor de silvicultura corroboram os apontamentos de Marini e dos demais autores seguidores da TMD, expressando assim uma fração da força de trabalho que corresponde à formação socioespacial dependente. Nossa tarefa visa justamente analisar o papel deste contingente de trabalho terceirizado a partir da empresa Suzano e, mais precisamente, verificar como este contingente é impactado na produção de silvicultura. Para tanto, recorremos às elaborações da Geografia crítica e às concepções de Marini e de outros autores da Teoria Marxista da Dependência sobre a superexploração da força de trabalho.The forestry agribusiness in Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, gained expressiveness from the second half of the 2000s. It enabled agribusiness to reach high levels in the production of commodities that, in large volume, are exported to the so-called central economies. Insofar as it participates in the international circuit of capital expansion via agribusiness, the municipality has its productive territory reorganized according to forestry. With this, Três Lagoas becomes another example of the deepening of production relations (for export) in a broader context of reaffirmation of Brazil\'s dependent position/condition in the international division of labor, which is precisely based on centrality of the production of commodities in the export agenda Concomitantly, since the initial territorialization processes of monoculture agribusiness and, later, with the consolidation of gigantic companies in the sector, such as Fibria, Eldorado and Suzano, a considerable number of outsourced workers have been incorporated and used in practically the entire structure. productive sector. The use of outsourced work is a capital strategy that, in Brazil, has become more dense among the most diverse so-called modern sectors, due to the advantages and financial returns that this type of activity provides to capitalists, notably due to its lower cost and by the other characteristics of outsourced work, synonymous with precariousness. In the agribusiness sector, this type of work has also been gaining ground, as is the case of forestry in Três Lagoas. More than a precarious activity, according to our hypothesis, the outsourced workforce is overexploited, since, by ensuring the reproduction of capital in Três Lagoas, outsourced workers face the mechanisms and conditions characteristic of the dependent economy with regard to use of the workforce. Thus, we seek to demonstrate that outsourced activities in the forestry sector corroborate the notes of Marini and other authors who follow TMD, thus expressing a fraction of the workforce that corresponds to dependent socio-spatial training. Our task is precisely to analyze the role of this contingent of outsourced work from the Suzano company and, more precisely, to verify how this contingent is impacted on forestry production. For that, we resorted to the elaborations of Critical Geography and to the conceptions of Marini and other authors of the Marxist Theory of Dependence on the overexploitation of the workforce.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMarques, Marta Inez MedeirosOliveira, André Luis Amorim de2021-08-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-30112021-213540/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-12-09T21:16:45Zoai:teses.usp.br:tde-30112021-213540Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-12-09T21:16:45Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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