Geologia urbana da região metropolitana de São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1998 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-19112015-093141/ |
Resumo: | A Região Metropolitana de São Paulo é um dos maiores centros urbanos do mundo, concentrando cerca de 17 milhões de habitantes numa área de 8051 \'km POT.2\'. Assim como em outras metrópoles mundiais, São Paulo atravessou o século XX experimentando um intenso processo de urbanização, crescendo a partir de seus terrenos colinosos para áreas periféricas mais acidentadas e frágeis. Este crescimento vertiginoso da Região Metropolitana de São Paulo veio acompanhado de modificações na paisagem geomorfológica, provocadas pelo homem, tais como: canalização e retificação das drenagens, ocupação das planícies de inundação, impermeabilização dos solos, construção de aterros, reservatórios, túneis e diversas outras obras. Neste trabalho estuda-se a Região Metropolitana de São Paulo com objetivos voltados à identificação de fragilidades e potencialidades dos terrenos aos processos de escorregamento de solos e de inundação, dois dos principais desastres naturais, embora estimulados pela ação antrópica, da metrópole paulista. Através de análise regional de temas como litologia, geomorfologia, amplitude relativa de relevo, lineamentos morfoestruturais e densidade de drenagens apresenta-se, nos anexos 5 e 6, os resultados obtidos através da superposição deste tema, utilizando técnicas de geoprocessamento. Os mapas de áreas potenciais às ocorrências de inundações e o de áreas potenciais às ocorrências de escorregamentos são apresentados na escala de 1:250.000 e refletem a suscetibilidade natural para esses eventos. O resultado da análise para áreas potenciais aos escorregamentos da Região Metropolitana de São Paulo ajustou-se satisfatoriamente às ocorrências e áreas de risco conhecidas. Pode-se estimar a continuidade de áreas com similaridade de aspectos físicos e, assim, orientar o planejamento da ocupação dessas áreas com subsídios técnicos adequados às potencialidades e fragilidades locais e regionais. O modelo para as áreas suscetíveis à ocorrência de inundações (Anexo 6) apresentou um menor ajuste aos dados registrados. Por ser uma região onde as drenagens sofreram diversas intervenções através de obras, ou por estarem sujeitas a assoreamentos estimulados pela ocupação, o modelo apresentado pode ser interpretado como reflexo somente das condições naturais das inundações. É apresentado o histórico da ocupação na Região Metropolitana desde os acontecimentos que antecederam a fundação de São Paulo, em 25 de janeiro de 1554, até os dias atuais. A evolução histórica de São Paulo mostra que foi pequena a real preocupação com o planejamento da expansão da ocupação urbana, cuja consequência direta é o fato de aproximadamente a metade da população urbana residir em condições irregulares, em favelas ou loteamentos clandestinos e irregulares em áreas de mananciais. Também é abordada a questão das áreas de disposição do lixo urbano. A cidade de São Paulo produz, em média, cerca de 15 mil t de lixo diariamente, onde boa parte (87%) são destinados aos aterros sanitários, que em pouco tempo de operação transformam a paisagem geomorfológica, e produzem impactos ambientais de longa duração, mesmo depois de desativados. O termo Geologia Urbana utilizado no trabalho, refere-se aos estudos geológicos realizados em área urbana que contribuem para as soluções de planejamento urbano, que interfiram ou dependam do meio físico. Procura-se apresentar uma análise crítica sobre a aplicação do conhecimento geológico em áreas urbanas onde, no Brasil, há nítida evolução do número de trabalhos técnicos e científicos produzidos principalmente na década de 90, considerada pela Organização das Nações Unidas como a Década Internacional de Redução de Desastres Naturais. |
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Neste trabalho estuda-se a Região Metropolitana de São Paulo com objetivos voltados à identificação de fragilidades e potencialidades dos terrenos aos processos de escorregamento de solos e de inundação, dois dos principais desastres naturais, embora estimulados pela ação antrópica, da metrópole paulista. Através de análise regional de temas como litologia, geomorfologia, amplitude relativa de relevo, lineamentos morfoestruturais e densidade de drenagens apresenta-se, nos anexos 5 e 6, os resultados obtidos através da superposição deste tema, utilizando técnicas de geoprocessamento. Os mapas de áreas potenciais às ocorrências de inundações e o de áreas potenciais às ocorrências de escorregamentos são apresentados na escala de 1:250.000 e refletem a suscetibilidade natural para esses eventos. O resultado da análise para áreas potenciais aos escorregamentos da Região Metropolitana de São Paulo ajustou-se satisfatoriamente às ocorrências e áreas de risco conhecidas. Pode-se estimar a continuidade de áreas com similaridade de aspectos físicos e, assim, orientar o planejamento da ocupação dessas áreas com subsídios técnicos adequados às potencialidades e fragilidades locais e regionais. O modelo para as áreas suscetíveis à ocorrência de inundações (Anexo 6) apresentou um menor ajuste aos dados registrados. Por ser uma região onde as drenagens sofreram diversas intervenções através de obras, ou por estarem sujeitas a assoreamentos estimulados pela ocupação, o modelo apresentado pode ser interpretado como reflexo somente das condições naturais das inundações. É apresentado o histórico da ocupação na Região Metropolitana desde os acontecimentos que antecederam a fundação de São Paulo, em 25 de janeiro de 1554, até os dias atuais. A evolução histórica de São Paulo mostra que foi pequena a real preocupação com o planejamento da expansão da ocupação urbana, cuja consequência direta é o fato de aproximadamente a metade da população urbana residir em condições irregulares, em favelas ou loteamentos clandestinos e irregulares em áreas de mananciais. Também é abordada a questão das áreas de disposição do lixo urbano. A cidade de São Paulo produz, em média, cerca de 15 mil t de lixo diariamente, onde boa parte (87%) são destinados aos aterros sanitários, que em pouco tempo de operação transformam a paisagem geomorfológica, e produzem impactos ambientais de longa duração, mesmo depois de desativados. O termo Geologia Urbana utilizado no trabalho, refere-se aos estudos geológicos realizados em área urbana que contribuem para as soluções de planejamento urbano, que interfiram ou dependam do meio físico. Procura-se apresentar uma análise crítica sobre a aplicação do conhecimento geológico em áreas urbanas onde, no Brasil, há nítida evolução do número de trabalhos técnicos e científicos produzidos principalmente na década de 90, considerada pela Organização das Nações Unidas como a Década Internacional de Redução de Desastres Naturais.São Paulo\'s Metropolitan Region is one of the biggest urban centre in the world. It concentrates 17 millions of inhabitants in an area of 8051 km². Similarly to all major metropolitan areas around the world in this century, São Paulo undertake an intense urbanization, spreading out from hilly areas to fragile stepped peripheral zones. The giddy growing of São Paulo Metropolitan Region came along with morphological man made changes like: drainage rectification and channeling, flood plains urbanization, impervious soils, landfills, reservoirs, tunnels and many other constructions. In this paper the Metropolitan Region is analyzed to identify how fragile is the soil to landslides and flood processes, the two larger natural disaster causes, though stimulated by man\'s action. The regional analysis of lithology, morphology, relative relieve intensity, morphoestructural lineaments and drainage density, accomplished through superimposed geoprocessing techniques, are presented in annexes 5 and 6. The maps of potential areas to landslide and flood are presented in 1:250.000 scale and reflect the natural tendency of these events. The analysis of the potential landslide areas of São Paulo Metropolitan Region provided a good adjustment with the well-known hazard areas. Similarly it is possible to stimulate such events in other areas with the same physical characteristics and, from that, to plan the land occupation, based on the local fragile and land potential. For the potential areas of flood, the model presented (annex 6) there was not a well map adjustment as for the potential landslide areas. For being a region where the drainage had suffered several interventions or being subjected to erosion and deposition processes stimulated by the occupation, the model can be interpreted as a reflection of this areas by natural conditions of flood. A historical approach of São Paulo Metropolitan Region occupancy is presented in the paper, from 1554 to nowadays. It show that the real attention with planning of the urban occupation expansion was insignificant, resulting in approximately half of the urban population resides in irregular housing, slums or lots of springs areas. The waste disposal areas used in the Metropolitan Region is also analysed. São Paulo municipality produces around 15 thousand tons of daily garbage, being 87% taken to dumping landfills, which make a large landscape modifications in a short time, producing a long term environmental impact, even after they had been closed. The expression Urban Geology used in this paper, means the geological studies performed in urban area, which were planned to give subsides to plan conjunction with environmental modifications. A critical analysis is presented on the use of geological knowledge in urban areas, in Brazil, where there is a clear growing evolution of the number of technical and scientific works produced mainly in this decade considered by the United Nations as the International Decade for Natural Disasters Reduction.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSuguio, KenitiroRodriguez, Sergio Kleinfelder1998-09-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-19112015-093141/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-19112015-093141Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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