Alívio de dor em neonatos pré-termo: avaliação da eficácia do uso continuado de sacarose
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-22112010-184812/ |
Resumo: | A trajetória de desenvolvimento do neonato pré-termo se inicia no contexto da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, permeado pela presença contínua de diversos estímulos dolorosos. As experiências iniciais e repetidas de dor podem ter efeito em longo prazo para os neonatos vulneráveis. A Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Pediátrica Canadense recomendam o uso da solução de sacarose como intervenção não-farmacológica para alívio de dor em neonatos, entretanto, a eficácia e segurança do uso continuado da sacarose necessitam de investigação. O presente estudo randomizado controlado duplo-cego teve por objetivos avaliar a eficácia da administração via oral da solução de sacarose a 25%, em esquema de doses repetidas no alívio da dor em neonatos pré-termo e avaliar os possíveis efeitos colaterais advindos do uso continuado da sacarose para os neonatos. Trinta e três neonatos pré-termo com muito baixo peso ao nascer foram distribuídos em dois grupos: Grupo Sacarose (n = 17) e Grupo Água (n = 16). Os neonatos foram avaliados durante quatro dias consecutivos, durante procedimento de punção para coleta de sangue. Cada avaliação foi dividida em cinco fases: Linha de Base, Preparação para Punção (antissepsia), Punção, Recuperação com Manuseio (curativo) e Recuperação sem Manuseio. O indicador de dor foi avaliado pela atividade facial, mensurada pelo Neonatal Facial Coding System (NFCS). O nível de ativação dos neonatos foi mensurado pelo estado de vigília e sono e pela frequência cardíaca. Na primeira avaliação, os neonatos de ambos os grupos não receberam nenhuma substância antes do procedimento doloroso. Nos três dias seguintes, o Grupo Sacarose recebeu 0,5ml/kg de sacarose oral e o Grupo Água recebeu água estéril, dois minutos antes de cada procedimento doloroso. Foram obtidos dados de evolução clínica dos neonatos nos prontuários médicos. Os resultados encontrados revelaram que no primeiro dia de avaliação os neonatos de ambos os grupos anteciparam a reação ao estímulo doloroso de punção, apresentando elevação significativa do escore do NFCS, do estado de vigília e sono e da frequência cardíaca, já na antissepsia, sendo que durante a recuperação a frequência cardíaca continuou elevada em comparação à fase de Linha de Base. A partir do segundo dia de avaliação, o Grupo Sacarose apresentou menores escores do NFCS e do estado de vigília e sono, durante o procedimento, em comparação ao Grupo Água. O indicador fisiológico de frequência cardíaca não apresentou diferença significativa entre os grupos, entretanto, a sacarose reduziu o tempo necessário para o neonato se recuperar e atingir a estabilidade fisiológica após passar pelo procedimento doloroso de punção. Não houve diferença significativa na evolução clinica dos neonatos de ambos os grupos, o que demonstra que a sacarose não causou efeitos colaterais em curto prazo aos neonatos. Conclui-se que a dose de 0,5ml/kg de solução de sacarose a 25% administrada em esquema de doses repetidas foi eficaz para o alívio da dor em neonatos pré-termo e não trouxe efeitos colaterais imediatos para o estado de saúde dos neonatos. |
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Alívio de dor em neonatos pré-termo: avaliação da eficácia do uso continuado de sacarosePain relief in preterm neonates: assessment of the efficacy of sucrose used in continued form.DorNascimento prematuroPainPremature birthSacaroseSucroseA trajetória de desenvolvimento do neonato pré-termo se inicia no contexto da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, permeado pela presença contínua de diversos estímulos dolorosos. As experiências iniciais e repetidas de dor podem ter efeito em longo prazo para os neonatos vulneráveis. A Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Pediátrica Canadense recomendam o uso da solução de sacarose como intervenção não-farmacológica para alívio de dor em neonatos, entretanto, a eficácia e segurança do uso continuado da sacarose necessitam de investigação. O presente estudo randomizado controlado duplo-cego teve por objetivos avaliar a eficácia da administração via oral da solução de sacarose a 25%, em esquema de doses repetidas no alívio da dor em neonatos pré-termo e avaliar os possíveis efeitos colaterais advindos do uso continuado da sacarose para os neonatos. Trinta e três neonatos pré-termo com muito baixo peso ao nascer foram distribuídos em dois grupos: Grupo Sacarose (n = 17) e Grupo Água (n = 16). Os neonatos foram avaliados durante quatro dias consecutivos, durante procedimento de punção para coleta de sangue. Cada avaliação foi dividida em cinco fases: Linha de Base, Preparação para Punção (antissepsia), Punção, Recuperação com Manuseio (curativo) e Recuperação sem Manuseio. O indicador de dor foi avaliado pela atividade facial, mensurada pelo Neonatal Facial Coding System (NFCS). O nível de ativação dos neonatos foi mensurado pelo estado de vigília e sono e pela frequência cardíaca. Na primeira avaliação, os neonatos de ambos os grupos não receberam nenhuma substância antes do procedimento doloroso. Nos três dias seguintes, o Grupo Sacarose recebeu 0,5ml/kg de sacarose oral e o Grupo Água recebeu água estéril, dois minutos antes de cada procedimento doloroso. Foram obtidos dados de evolução clínica dos neonatos nos prontuários médicos. Os resultados encontrados revelaram que no primeiro dia de avaliação os neonatos de ambos os grupos anteciparam a reação ao estímulo doloroso de punção, apresentando elevação significativa do escore do NFCS, do estado de vigília e sono e da frequência cardíaca, já na antissepsia, sendo que durante a recuperação a frequência cardíaca continuou elevada em comparação à fase de Linha de Base. A partir do segundo dia de avaliação, o Grupo Sacarose apresentou menores escores do NFCS e do estado de vigília e sono, durante o procedimento, em comparação ao Grupo Água. O indicador fisiológico de frequência cardíaca não apresentou diferença significativa entre os grupos, entretanto, a sacarose reduziu o tempo necessário para o neonato se recuperar e atingir a estabilidade fisiológica após passar pelo procedimento doloroso de punção. Não houve diferença significativa na evolução clinica dos neonatos de ambos os grupos, o que demonstra que a sacarose não causou efeitos colaterais em curto prazo aos neonatos. Conclui-se que a dose de 0,5ml/kg de solução de sacarose a 25% administrada em esquema de doses repetidas foi eficaz para o alívio da dor em neonatos pré-termo e não trouxe efeitos colaterais imediatos para o estado de saúde dos neonatos.The development pathway of the preterm neonate begins in the context of the Neonatal Intensive Care Unit, permeated by the presence of several painful stimuli. Initial and repetitive pain may have long-term effect for vulnerable newborns. The American Academy of Pediatrics and Canadian Pediatric Society recommends the use of sucrose solution as non-pharmacological intervention for pain relief in neonates, however, the efficacy and safety of continued use of sucrose needs investigation. The present randomized controlled double-blind study aimed to assess the efficacy of oral administration of sucrose solution to 25% in repeated doses to relief pain in preterm neonates and to assess the possible side effects arising from the continued use of sucrose to newborns. Thirty-three preterm neonates with very low birth weight were divided into two groups: Sucrose Group (n = 17) and Water Group (n = 16). The newborns were assessed during four consecutive days during puncture procedure for blood collection. Each assessment was divided into five phases: Baseline, Antisepsis, Puncture, Dressing, and Recovery. The indicator of pain was assessed by facial activity, measured by the Neonatal Facial Coding System (NFCS). The level of activation of the neonates was measured by the sleep-wake states and heart rate. In the first assessment, the newborns of both groups did not receive any substance before the painful procedure. During the next three days, Sucrose Group received 0.5ml/kg of oral sucrose and Water Group received sterile water two minutes before each painful procedure. Clinical outcomes data of newborns were obtained in the medical records. The results showed that on the first day of assessment newborns of both groups have anticipated the reactivity to painful stimuli, with significant increase of NFCS score, sleep-wake states and heart rate as early as antisepsis, and during recovery heart rate remained increased in comparison to the Baseline phase. From the second day of assessment, the Sucrose Group had lower NFCS scores and sleep-wake states during the procedure, compared to the Water Group. The physiological indicator of heart rate showed no significant difference between groups, however, sucrose has reduced the time required for the infant to recover and achieve physiological stability after passing through the painful procedure of puncture. There was no significant difference in clinical outcome of newborn in both groups, demonstrating that sucrose did not cause short term side effects in neonates. The finding was that the dose of 0.5 ml/kg of sucrose solution to 25% administered in repeated doses was effective for pain relief in preterm and did not caused short term side effects to the health of newborns.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLinhares, Maria Beatriz MartinsGaspardo, Claudia Maria2010-11-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-22112010-184812/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-20T15:53:02Zoai:teses.usp.br:tde-22112010-184812Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-20T15:53:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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