Da gestão dos stakeholders à  licença social para operar: o caso do desastre de Mariana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mazzola, Bruno Giovanni
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-13072018-152431/
Resumo: O desastre socioambiental ocorrido na cidade de Mariana (MG) no final do ano de 2015 é considerado o maior já ocorrido no Brasil. O rompimento da barragem de rejeitos operado pela mineradora Samarco S.A. despejou imediatamente 34 milhões de metros cúbicos de lama na bacia hidrográfica do Rio Doce, destruindo as comunidades locais de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo e causando a morte de dezenove pessoas. Esta tese tem como objetivo central relacionar as ações que a empresa Samarco e a Fundação Renova empreendem com seus stakeholders mais importantes no município de Mariana e os reflexos causados na retomada da licença social para operar desta empresa. Para tal, o referencial teórico foi montado em torno de assuntos relacionados à sustentabilidade, stakeholders e licença social para operar. O método científico adotado foi estudo de caso, por entender que o objeto de estudo é único e significativo, e que bem poderá servir para fundamentar por indução a análise de outros similares. A coleta de dados primários deu-se por meio de visitas, observações e entrevistas com os stakeholders entendidos como legítimas partes no problema causado pelo rompimento da barragem da Samarco. Além destes, analisaram-se dados secundários, tais como documentos públicos, materiais reportados pela mídia e inquéritos realizados pelos órgãos investigativos. Pôde-se concluir, após o cumprimento dos objetivos específicos, que o desastre não foi uma fatalidade; a empresa Samarco esteve mais orientada em gerar lucros - após a queda do preço de commodities de minério ocorrida desde o ano de 2011 - do que prezar pela segurança de sua operação, trabalhadores e comunidades onde a empresa operava. Apesar da insatisfação de seus stakeholders com várias questões relacionadas ao cuidado que a empresa deveria ter tido com os atingidos e com o próprio município de Mariana, a empresa ainda preserva sua licença social para operar, visto a cidade ainda depende da mineração como principal fonte de renda, de arrecadação e de geração de trabalho.
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