Desenvolvimento auditivo cortical e de percepção auditiva da fala em crianças submetidas ao implante coclear bilateral sequencial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vicente, Leticia Cristina
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-01102018-203109/
Resumo: O objetivo deste estudo foi verificar o desenvolvimento auditivo cortical e de percepção auditiva da fala em crianças submetidas ao implante coclear bilateral sequencial. Participaram deste estudo vinte e oito crianças usuárias de implante coclear bilateral sequencial. Os potenciais auditivos corticais foram evocados pelo estímulo de fala /da/, apresentado unilateralmente e bilateralmente em campo livre a 90º azimute. Duas séries de 150 estímulos foram promediadas na intensidade de 70 decibel nível de pressão sonora e uma série na intensidade de 0 decibel. As crianças foram avaliadas na ativação do segundo implante e após três, seis e 12 meses de uso do implante coclear bilateral. Os valores de amplitude dos componentes dos potenciais foram extraídos das faixas de latência que apresentaram amplitude com diferença significante entre os registros de 0 e 70 decibels, sendo elas: 60 a 120, 140 a 230, e 270 a 320 milissegundos. Adicionalmente, as respostas corticais individuais obtidas diante da estimulação unilateral e bilateral foram combinadas entre si. A área da diferença de amplitude entre as ondas foi calculada para as faixas de latência de 50 a 200 e de 200 a 400 milissegundos. A percepção auditiva da fala no silêncio e ruído foi avaliada aos três, seis e 12 meses de uso do implante coclear bilateral. O desempenho na percepção auditiva da fala com o segundo implante foi analisado de forma comparativa ao desempenho obtido com o primeiro implante, assim como, a performance obtida com a estimulação bilateral foi analisada comparativamente ao desempenho obtido com o primeiro e com o segundo implante coclear. Na ativação, a resposta cortical obtida com a estimulação bilateral apresentou componentes de ambas as condições unilaterais. Com o tempo de uso, a resposta bilateral foi dominada pela estimulação do primeiro implante. Os valores de amplitude para a estimulação com o segundo implante diminuíram na faixa de 270 a 320 milissegundos, enquanto os valores da faixa de 60 a 120 milissegundos aumentaram, resultando na diminuição da área da diferença entre as respostas unilaterais com o tempo de uso do implante coclear bilateral. Contudo, assimetrias corticais na faixa de latência 200 a 400 milissegundos permaneceram após um ano de uso. Semelhantes achados ocorreram para a combinação da resposta obtida na estimulação bilateral com a do segundo implante. Quanto à percepção auditiva da fala, não houve diferença entre o desempenho apresentado com a estimulação bilateral e com o primeiro implante. O desempenho apresentado com o segundo implante melhorou com o tempo de uso nos testes de percepção auditiva da fala no silêncio. Porém, após um ano de uso, a performance com o segundo implante manteve-se inferior à apresentada com a estimulação bilateral e com o primeiro implante. As assimetrias significantes aos 12 meses de uso dos implantes não apresentaram relação com a idade na cirurgia do primeiro implante coclear. Contudo, o tempo de intervalo entre os implantes e a idade no segundo implante apresentaram relação com as persistentes assimetrias observadas na percepção auditiva da fala.
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As crianças foram avaliadas na ativação do segundo implante e após três, seis e 12 meses de uso do implante coclear bilateral. Os valores de amplitude dos componentes dos potenciais foram extraídos das faixas de latência que apresentaram amplitude com diferença significante entre os registros de 0 e 70 decibels, sendo elas: 60 a 120, 140 a 230, e 270 a 320 milissegundos. Adicionalmente, as respostas corticais individuais obtidas diante da estimulação unilateral e bilateral foram combinadas entre si. A área da diferença de amplitude entre as ondas foi calculada para as faixas de latência de 50 a 200 e de 200 a 400 milissegundos. A percepção auditiva da fala no silêncio e ruído foi avaliada aos três, seis e 12 meses de uso do implante coclear bilateral. O desempenho na percepção auditiva da fala com o segundo implante foi analisado de forma comparativa ao desempenho obtido com o primeiro implante, assim como, a performance obtida com a estimulação bilateral foi analisada comparativamente ao desempenho obtido com o primeiro e com o segundo implante coclear. Na ativação, a resposta cortical obtida com a estimulação bilateral apresentou componentes de ambas as condições unilaterais. Com o tempo de uso, a resposta bilateral foi dominada pela estimulação do primeiro implante. Os valores de amplitude para a estimulação com o segundo implante diminuíram na faixa de 270 a 320 milissegundos, enquanto os valores da faixa de 60 a 120 milissegundos aumentaram, resultando na diminuição da área da diferença entre as respostas unilaterais com o tempo de uso do implante coclear bilateral. Contudo, assimetrias corticais na faixa de latência 200 a 400 milissegundos permaneceram após um ano de uso. Semelhantes achados ocorreram para a combinação da resposta obtida na estimulação bilateral com a do segundo implante. Quanto à percepção auditiva da fala, não houve diferença entre o desempenho apresentado com a estimulação bilateral e com o primeiro implante. O desempenho apresentado com o segundo implante melhorou com o tempo de uso nos testes de percepção auditiva da fala no silêncio. Porém, após um ano de uso, a performance com o segundo implante manteve-se inferior à apresentada com a estimulação bilateral e com o primeiro implante. As assimetrias significantes aos 12 meses de uso dos implantes não apresentaram relação com a idade na cirurgia do primeiro implante coclear. Contudo, o tempo de intervalo entre os implantes e a idade no segundo implante apresentaram relação com as persistentes assimetrias observadas na percepção auditiva da fala.The aim of this study was to verify the development of the auditory cortex and speech perception in children with sequential bilateral cochlear implants. Twenty-eight children with sequential bilateral cochlear implants participated in this study. Cortical responses were evoked by the speech stimulus /da/ presented unilaterally and bilaterally in free field at 90° azimuth. Averaged responses of 150 sweeps each were collected during three runs, two at 70 and one at 0 decibel sound pressure level. Children were tested at the time of the second cochlear implant activation and then after three, six and 12 months of bilateral cochlear implant use. Amplitude values were extracted from the latency ranges that significantly differed between 70 and 0 decibel: 60 to 120, 140 to 230, and 270 to 320 milliseconds. Additionally, individual cortical responses recorded for unilateral and bilateral conditions were plotted with each other. Areas of difference between the waveforms were calculated from 50 to 200 and from 200 to 400 milliseconds latency ranges. Speech perception in both quiet and noise was measured after three, six and 12 months of bilateral cochlear implant use. The performance with the second cochlear implant relative to the first was analyzed, as well as the bilateral performance relative to each unilateral condition. At the activation, the bilateral cortical response presented components from both the unilateral conditions. However, over time the bilateral response was dominated by stimulation from the first cochlear implant. The amplitude values for the second implant at the 270-320 milliseconds decreased over time whereas an increase in the amplitude values occurred for the 60 to 120 milliseconds, significantly decreasing the area differences between the two unilaterally responses. However, asymmetries remained after one year at the 200 to 400 latency range between these responses. Similar changes in area differences occurred between the bilateral and unilateral second cochlear implant responses. As regard to speech perception, there was no difference in the performance between the bilateral and the unilateral first cochlear implant conditions. Speech perception in quiet increased over time for the second cochlear implant, but performance after 12 months of bilateral cochlear implant use remained poorer for this implant in quiet and noise relative to the first cochlear implant and bilateral stimulation. Age at first cochlear implantation did not have an influence on all persistent asymmetries. However, the inter-implant delay and the age at second implantation showed a positive relation with the asymmetry in speech perception outcomes.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAlvarenga, Katia de FreitasVicente, Leticia Cristina2018-05-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-01102018-203109/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:16:04Zoai:teses.usp.br:tde-01102018-203109Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:16:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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