Prevalência de cegueira e baixa visão em comunidades quilombolas da região geográfica imediata de Araguaína/TO
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde-22072024-124238/ |
Resumo: | Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde, pelo menos 2,2 bilhões de pessoas têm deficiência visual para perto ou longe. A prevalência e as causas específicas da cegueira e da baixa visão variam entre os diferentes países. No Brasil, a falta de pesquisas abrangentes envolvendo grupos populacionais dificulta a formulação de políticas de saúde eficazes para enfrentar esse desafio. Este estudo busca preencher essa lacuna de conhecimento, visando contribuir para o desenvolvimento de políticas de saúde mais direcionadas e eficientes para prevenir e tratar a deficiência visual no país. Objetivos: Verificar a prevalência de cegueira e deficiência visual em crianças de 5-7 anos e em idosos com idade igual ou maior que 60 anos nas comunidades remanescentes de quilombos da região geográfica imediata de Araguaína. Métodos: Estudo transversal, realizado em comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Palmares, na população de crianças entre cinco a sete anos e nos idosos com idade igual ou maior a sessenta anos. Nos pacientes elegíveis foram aplicados questionários e realizado exame oftalmológico para detecção de ametropias e oftalmopatias. Foram realizadas análises descritivas das variáveis sociodemográficas e oftalmológicas, incluindo frequências absolutas e relativas. Investigaram-se relações entre condições oftalmológicas e características sociodemográficas, dividindo os grupos etários em crianças e idosos. Utilizaram-se tabelas de contingência e testes de qui-quadrado para independência, com o teste exato de Fisher como alternativa em casos específicos. O nível de significância adotado foi de 5%, com todo o processamento feito no software R, versão 4.0.0. Resultados: Foi observada uma maior prevalência de casos de cegueira e baixa visão na população de idosos (p<0,0001), sendo a catarata e os erros refrativos as principais causas. Outras causas de cegueira e baixa visão após correção óptica foram atrofia do nervo óptico, subluxação do cristalino, pterígio grau IV, leucoma total da córnea, opacificação da cápsula posterior do cristalino, ambliopia e retinopatia diabética. O grupo de idosos apresentou uma maior prevalência de miopia e hipermetropia comparado com o grupo de crianças. Uma baixa escolaridade dos genitores e dos participantes da pesquisa foi relacionada com um maior percentual de cegueira e baixa visão. A utilização de retinográfo portátil, associada a análise imediata das imagens obtidas, através de Inteligência Artificial, possibilitou identificar áreas com possível lesão, na retina e no nervo óptico, permitindo a decisão de encaminhamento precoce para avaliação e tratamento com especialistas em centros de referência. Conclusões: A maior prevalência de cegueira e baixa visual na população idosa, de baixa escolaridade, decorrentes principalmente de situações passíveis de tratamento, tais como catarata e erros refrativos, demonstra uma necessidade de maior atenção por parte dos entes públicos no sentido de melhorar o acesso à informação e proporcionar condições para esses pacientes serem encaminhados para acompanhamento em serviços de referência em oftalmologia, podendo, para isso, ser utilizado recursos de telemedicina como uma forma de triagem inicial pelas equipes de Saúde da Família. |
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Prevalência de cegueira e baixa visão em comunidades quilombolas da região geográfica imediata de Araguaína/TOPrevalence of blindness and low vision in quilombo communities in the immediate geographic region of Araguaína/TObaixa visãoblindnesscataractcataratacegueiracomunidades quilombolaslow visionquilomboquilomboquilombo communitiesrefraçãorefractionIntrodução: Segundo a Organização Mundial de Saúde, pelo menos 2,2 bilhões de pessoas têm deficiência visual para perto ou longe. A prevalência e as causas específicas da cegueira e da baixa visão variam entre os diferentes países. No Brasil, a falta de pesquisas abrangentes envolvendo grupos populacionais dificulta a formulação de políticas de saúde eficazes para enfrentar esse desafio. Este estudo busca preencher essa lacuna de conhecimento, visando contribuir para o desenvolvimento de políticas de saúde mais direcionadas e eficientes para prevenir e tratar a deficiência visual no país. Objetivos: Verificar a prevalência de cegueira e deficiência visual em crianças de 5-7 anos e em idosos com idade igual ou maior que 60 anos nas comunidades remanescentes de quilombos da região geográfica imediata de Araguaína. Métodos: Estudo transversal, realizado em comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Palmares, na população de crianças entre cinco a sete anos e nos idosos com idade igual ou maior a sessenta anos. Nos pacientes elegíveis foram aplicados questionários e realizado exame oftalmológico para detecção de ametropias e oftalmopatias. Foram realizadas análises descritivas das variáveis sociodemográficas e oftalmológicas, incluindo frequências absolutas e relativas. Investigaram-se relações entre condições oftalmológicas e características sociodemográficas, dividindo os grupos etários em crianças e idosos. Utilizaram-se tabelas de contingência e testes de qui-quadrado para independência, com o teste exato de Fisher como alternativa em casos específicos. O nível de significância adotado foi de 5%, com todo o processamento feito no software R, versão 4.0.0. Resultados: Foi observada uma maior prevalência de casos de cegueira e baixa visão na população de idosos (p<0,0001), sendo a catarata e os erros refrativos as principais causas. Outras causas de cegueira e baixa visão após correção óptica foram atrofia do nervo óptico, subluxação do cristalino, pterígio grau IV, leucoma total da córnea, opacificação da cápsula posterior do cristalino, ambliopia e retinopatia diabética. O grupo de idosos apresentou uma maior prevalência de miopia e hipermetropia comparado com o grupo de crianças. Uma baixa escolaridade dos genitores e dos participantes da pesquisa foi relacionada com um maior percentual de cegueira e baixa visão. A utilização de retinográfo portátil, associada a análise imediata das imagens obtidas, através de Inteligência Artificial, possibilitou identificar áreas com possível lesão, na retina e no nervo óptico, permitindo a decisão de encaminhamento precoce para avaliação e tratamento com especialistas em centros de referência. Conclusões: A maior prevalência de cegueira e baixa visual na população idosa, de baixa escolaridade, decorrentes principalmente de situações passíveis de tratamento, tais como catarata e erros refrativos, demonstra uma necessidade de maior atenção por parte dos entes públicos no sentido de melhorar o acesso à informação e proporcionar condições para esses pacientes serem encaminhados para acompanhamento em serviços de referência em oftalmologia, podendo, para isso, ser utilizado recursos de telemedicina como uma forma de triagem inicial pelas equipes de Saúde da Família.Introduction: According to the World Health Organization, at least 2.2 billion people have near or far vision impairment. The prevalence and specific causes of blindness and low vision vary between different countries. In Brazil, the lack of comprehensive research involving population groups makes it difficult to formulate effective health policies to face this challenge. This study seeks to fill this knowledge gap, aiming to contribute to the development of more targeted and efficient health policies to prevent and treat visual impairment in the country. Objectives: To verify the prevalence of blindness and visual impairment in children aged 5-7 years and in elderly people aged 60 years or over in the remaining quilombo communities in the immediate geographic region of Araguaína. Methods: Cross-sectional study, carried out in quilombola communities certified by the Palmares Foundation, with a population of children between five and seven years old and elderly people aged sixty years or older. Questionnaires were administered to eligible patients and an ophthalmological examination was performed to detect ametropia and ophthalmopathies. Descriptive analyzes of sociodemographic and ophthalmological variables were carried out, including absolute and relative frequencies. Relationships between ophthalmological conditions and sociodemographic characteristics were investigated, dividing the age groups into children and the elderly. Contingency tables and chi-square tests for independence were used, with Fisher\'s exact test as an alternative in specific cases. The significance level adopted was 5%, with all processing carried out using R software, version 4.0.0. Results: A higher prevalence of cases of blindness and low vision was observed in the elderly population (p<0.0001), with cataracts and refractive errors being the main causes. Other causes of blindness and low vision after optical correction were optic nerve atrophy, lens subluxation, grade IV pterygium, total corneal leucoma, opacification of the posterior lens capsule, amblyopia, and diabetic retinopathy. The elderly group had a higher prevalence of myopia and hyperopia compared to the group of children. A low education level of parents and research participants was related to a higher percentage of blindness and low vision. The use of a portable retinography, associated with immediate analysis of the images obtained, through Artificial Intelligence, made it possible to identify areas with possible damage, in the retina and optic nerve, allowing the decision to be taken early for evaluation and treatment with specialists in reference centers. Conclusions: The higher prevalence of blindness and poor vision in the elderly population with low education, resulting mainly from situations that can be treated, such as cataracts and refractive errors, demonstrates a need for greater attention from public entities in order to improve access to information and provide conditions for these patients to be referred for followup in ophthalmology reference services, and for this purpose, telemedicine resources can be used as a form of initial screening by Family Health teams.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPVieira, Daniel PerezCunha Filho, Silvio Carneiro da2024-02-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde-22072024-124238/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-07-25T18:28:03Zoai:teses.usp.br:tde-22072024-124238Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-07-25T18:28:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde, pelo menos 2,2 bilhões de pessoas têm deficiência visual para perto ou longe. A prevalência e as causas específicas da cegueira e da baixa visão variam entre os diferentes países. No Brasil, a falta de pesquisas abrangentes envolvendo grupos populacionais dificulta a formulação de políticas de saúde eficazes para enfrentar esse desafio. Este estudo busca preencher essa lacuna de conhecimento, visando contribuir para o desenvolvimento de políticas de saúde mais direcionadas e eficientes para prevenir e tratar a deficiência visual no país. Objetivos: Verificar a prevalência de cegueira e deficiência visual em crianças de 5-7 anos e em idosos com idade igual ou maior que 60 anos nas comunidades remanescentes de quilombos da região geográfica imediata de Araguaína. Métodos: Estudo transversal, realizado em comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Palmares, na população de crianças entre cinco a sete anos e nos idosos com idade igual ou maior a sessenta anos. Nos pacientes elegíveis foram aplicados questionários e realizado exame oftalmológico para detecção de ametropias e oftalmopatias. Foram realizadas análises descritivas das variáveis sociodemográficas e oftalmológicas, incluindo frequências absolutas e relativas. Investigaram-se relações entre condições oftalmológicas e características sociodemográficas, dividindo os grupos etários em crianças e idosos. Utilizaram-se tabelas de contingência e testes de qui-quadrado para independência, com o teste exato de Fisher como alternativa em casos específicos. O nível de significância adotado foi de 5%, com todo o processamento feito no software R, versão 4.0.0. Resultados: Foi observada uma maior prevalência de casos de cegueira e baixa visão na população de idosos (p<0,0001), sendo a catarata e os erros refrativos as principais causas. Outras causas de cegueira e baixa visão após correção óptica foram atrofia do nervo óptico, subluxação do cristalino, pterígio grau IV, leucoma total da córnea, opacificação da cápsula posterior do cristalino, ambliopia e retinopatia diabética. O grupo de idosos apresentou uma maior prevalência de miopia e hipermetropia comparado com o grupo de crianças. Uma baixa escolaridade dos genitores e dos participantes da pesquisa foi relacionada com um maior percentual de cegueira e baixa visão. A utilização de retinográfo portátil, associada a análise imediata das imagens obtidas, através de Inteligência Artificial, possibilitou identificar áreas com possível lesão, na retina e no nervo óptico, permitindo a decisão de encaminhamento precoce para avaliação e tratamento com especialistas em centros de referência. Conclusões: A maior prevalência de cegueira e baixa visual na população idosa, de baixa escolaridade, decorrentes principalmente de situações passíveis de tratamento, tais como catarata e erros refrativos, demonstra uma necessidade de maior atenção por parte dos entes públicos no sentido de melhorar o acesso à informação e proporcionar condições para esses pacientes serem encaminhados para acompanhamento em serviços de referência em oftalmologia, podendo, para isso, ser utilizado recursos de telemedicina como uma forma de triagem inicial pelas equipes de Saúde da Família. |
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