Segurança alimentar e fragilidade de idosos durante a pandemia da COVID-19
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-06072023-115411/ |
Resumo: | Introdução - Em dezembro de 2019, o mundo foi surpreendido pela epidemia de uma síndrome respiratória aguda grave causada pelo novo Coronavírus e a população idosa foi o grupo que apresentou as maiores taxas de internações diárias e de óbitos em comparação às demais faixas etárias. Para evitar a disseminação do vírus e, na inexistência de imunizante aprovado, foram adotadas medidas de isolamento social que impactaram diretamente a segurança alimentar e nutricional (SAN) da população geral e a realização das atividades de vida diária (AVDs) naquele grupo populacional, contribuindo, assim, para um possível processo de fragilização. O auxílio emergencial foi uma política pública adotada com finalidade de suprir as necessidades dos cidadãos que se viram desempregados ou que tiveram sua renda diminuída. Objetivo - Analisar a situação de SAN e de fragilidade em idosos no primeiro semestre de 2020 (antes e durante a pandemia de COVID-19), assim como verificar o impacto do auxílio emergencial sobre a SAN dos idosos que tiveram acesso ao benefício por meio de seus familiares. Métodos - Trata-se de um estudo longitudinal, descritivo, realizado com idosos matriculados em uma Unidade de Referência em Saúde do Idoso (URSI) localizada na zona sul do município de São Paulo. Os dados foram coletados por meio de entrevista presencial antes do início da pandemia (etapa 1) e por meio de ligação telefônica, na vigência da pandemia (etapa 2), nos meses de fevereiro, março e julho de 2020. Para avaliação da SAN e da fragilidade, foram utilizadas a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e o Instrumento de Avaliação de Fragilidade Autorreferida respectivamente, bem como questionários estruturados para avaliação sociodemográfica e nutricional dos sujeitos da pesquisa. Para a análise estatística, foram utilizados modelos de regressão logística simples (univariados) para testar a hipótese de associação entre diferentes características da amostra e a frequência de insegurança alimentar. Resultados - a amostra foi composta por 46 idosos, com predominância de mulheres, pretos e pardos, viúvos ou casados, com escolaridade média de 4,1 anos de estudo e renda familiar per capita inferior a 1 salário-mínimo. A insegurança alimentar variou de 56,5% na Etapa 1 para 50% na Etapa 2. Essa diferença não foi estatisticamente significante, embora tenha se destacado a proporção considerável de idosos que migraram de segurança para a insegurança alimentar no período (17,39%). Ao se comparar as frequências de fragilidade antes e durante pandemia, foi observado que a frequência de fragilidade variou de 78,3% antes para 67,4% durante a pandemia, mas sem significância estatística. Não foi encontrada associação estatisticamente significante entre auxílio emergencial e SAN pelo teste exato de Fischer (p = 1,000), nem deste sobre a variação de níveis de SAN pelo T teste. Conclusão - não houve evidência suficientemente forte para verificar o impacto da pandemia de COVID-19 para a SAN e para o processo de fragilização de idosos, assim como o estudo não teve dados estatísticos suficientes para provar associação entre auxílio emergencial e SAN. |
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Segurança alimentar e fragilidade de idosos durante a pandemia da COVID-19Food security and frailty of elderly during the COVID-19 pandemicAgedFood and Nutrition SecurityFrail ElderlyHealth of the ElderlyIdosoIdoso FragilizadoPolítica PúblicaPublic PolicySaúde do IdosoSegurança Alimentar e NutricionalIntrodução - Em dezembro de 2019, o mundo foi surpreendido pela epidemia de uma síndrome respiratória aguda grave causada pelo novo Coronavírus e a população idosa foi o grupo que apresentou as maiores taxas de internações diárias e de óbitos em comparação às demais faixas etárias. Para evitar a disseminação do vírus e, na inexistência de imunizante aprovado, foram adotadas medidas de isolamento social que impactaram diretamente a segurança alimentar e nutricional (SAN) da população geral e a realização das atividades de vida diária (AVDs) naquele grupo populacional, contribuindo, assim, para um possível processo de fragilização. O auxílio emergencial foi uma política pública adotada com finalidade de suprir as necessidades dos cidadãos que se viram desempregados ou que tiveram sua renda diminuída. Objetivo - Analisar a situação de SAN e de fragilidade em idosos no primeiro semestre de 2020 (antes e durante a pandemia de COVID-19), assim como verificar o impacto do auxílio emergencial sobre a SAN dos idosos que tiveram acesso ao benefício por meio de seus familiares. Métodos - Trata-se de um estudo longitudinal, descritivo, realizado com idosos matriculados em uma Unidade de Referência em Saúde do Idoso (URSI) localizada na zona sul do município de São Paulo. Os dados foram coletados por meio de entrevista presencial antes do início da pandemia (etapa 1) e por meio de ligação telefônica, na vigência da pandemia (etapa 2), nos meses de fevereiro, março e julho de 2020. Para avaliação da SAN e da fragilidade, foram utilizadas a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e o Instrumento de Avaliação de Fragilidade Autorreferida respectivamente, bem como questionários estruturados para avaliação sociodemográfica e nutricional dos sujeitos da pesquisa. Para a análise estatística, foram utilizados modelos de regressão logística simples (univariados) para testar a hipótese de associação entre diferentes características da amostra e a frequência de insegurança alimentar. Resultados - a amostra foi composta por 46 idosos, com predominância de mulheres, pretos e pardos, viúvos ou casados, com escolaridade média de 4,1 anos de estudo e renda familiar per capita inferior a 1 salário-mínimo. A insegurança alimentar variou de 56,5% na Etapa 1 para 50% na Etapa 2. Essa diferença não foi estatisticamente significante, embora tenha se destacado a proporção considerável de idosos que migraram de segurança para a insegurança alimentar no período (17,39%). Ao se comparar as frequências de fragilidade antes e durante pandemia, foi observado que a frequência de fragilidade variou de 78,3% antes para 67,4% durante a pandemia, mas sem significância estatística. Não foi encontrada associação estatisticamente significante entre auxílio emergencial e SAN pelo teste exato de Fischer (p = 1,000), nem deste sobre a variação de níveis de SAN pelo T teste. Conclusão - não houve evidência suficientemente forte para verificar o impacto da pandemia de COVID-19 para a SAN e para o processo de fragilização de idosos, assim como o estudo não teve dados estatísticos suficientes para provar associação entre auxílio emergencial e SAN.Introduction - In December 2019, the world was surprised by the epidemic of a severe acute respiratory syndrome caused by the new Coronavirus, and the elderly population was the group that had the highest rates of daily hospitalizations and deaths compared to other age groups. To avoid the spread of the virus and, in the absence of a vaccine, social isolation measures were adopted, what have directly impacted in the food and nutrition security (FNS) of the general population and the performance of activities of daily living (ADLs) by that population group, contributing, thus, for a possible frailty process. \"Auxílio Emergencial\" was a public policy adopted with the purpose of meeting the needs of citizens who found themselves unemployed or who had their income reduced. Objective - To analyze the situation of FNS and frailty in the elderly in the first half of 2020 (before and during the COVID-19 pandemic), as well as to to verify the impact of \"Auxílio Emergecial\" on the FNS of the elderly who had access to the benefit through their family members. Methods - This is a longitudinal, descriptive study, carried out with elderly people enrolled in a Health Reference Unit for the Elderly located in the south zone of São Paulo city. Data were collected, during February, March and July 2020, through face-to-face interviews before the beginning of the pandemic (stage 1) and through telephone calls, during the pandemic (stage 2). Structured questionnaires for sociodemographic and nutritional assessment scales were used: the Brazilian Food Insecurity Scale and the Self-Reported Frailty Assessment Instrument. For statistical analysis, simple logistic regression models (univariate) were used to test the hypothesis of association between different characteristics of the sample and the frequency of food insecurity. Results - the sample consisted of 46 elderly people, predominantly women, black and brown, widowed or married, with an average of 4.1 years of schooling and per capita family income of less than 1 minimum wage. Food insecurity ranged from 56.5% in Stage 1 to 50% in Stage 2. This difference was not statistically significant, although the considerable proportion of elderly people who migrated from security to food and nutritional insecurity in the period (17.39%). When comparing the frequencies of frailty before and during the pandemic, it was observed that the frequency of frailty reduced from 78.3% before to 67.4% during the pandemic. No statistically significant association was found between \"auxílio emergencial\" and FNS by Fisher\'s exact test (p = 1.000), nor on the effect of \"auxílio emergencial\" on the amendment of FNS levels by the T test. Conclusion - there was no evidence strong enough to verify the impact of the COVID-19 pandemic on FNS and on the process of frailty of the elderly, as well as the study did not have enough statistical data to prove an association between \"auxílio emergencial\" and FNS.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPWatanabe, Helena Akemi WadaCarvalho, Mariana Bongiorno de2023-04-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-06072023-115411/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-07-06T15:11:18Zoai:teses.usp.br:tde-06072023-115411Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-07-06T15:11:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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