Resiliência e autocuidado em diabetes na pandemia de COVID-19 no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Binhardi, Bárbara Aparecida
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-08032023-153343/
Resumo: As pessoas com diabetes mellitus, que convivem com uma doença crônica não transmissível, têm maiores chances de serem atingidas fatalmente pela COVID-19, necessitando de maior atenção nesse período pandêmico. O isolamento e distanciamento social, impuseram ajustes no estilo de vida e nos comportamentos de autocuidado para o enfrentamento e o seu sucesso está intimamente ligado aos níveis de resiliência. Este estudo buscou analisar a resiliência e autocuidado de brasileiros com diabetes mellitus na pandemia por COVID-19. Realizou-se uma web survey exploratória no Brasil, denominada DIABETESvid de setembro a outubro de 2020, período em que as restrições sociais estavam sendo flexibilizadas em algumas regiões do Brasil, sem previsão de disponibilidade de vacinas para toda a população brasileira. Participaram do estudo 1475 adultos que responderam o questionário completo por meio de um link, residentes no Brasil com o diagnóstico de DM. O questionário foi elaborado por especialistas com as variáveis sociodemograficas, clínicas, resiliência avaliada pelo CD-RISC 10 e autocuidado pelo QAD. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa. Os dados foram coletados pelo REDCap e foram importados para o Excel e analisados no software Statistics versão 13.0 por meio de estatística descritiva, teste ANOVA, com nível de significância de 0,05. A maioria dos adultos era da região Sudeste do país (67,25%), do sexo feminino (67,66%), com pós-graduação (31,39%) e plano de saúde (70,44%). A média de idade foi de 43,02 anos (DP=15,90), variando entre 18 a 87 anos, em que 42,92% ficaram alocados na faixa de 35 a 59 anos. A média de resiliência encontrada foi de 25,40 (DP=7,66), e a maior média de resiliência entre homens (27,36, DP=27,36). A região do país que apresentou maior média de resiliência foi a Norte (26,95, DP=7,98) e a menor média, a Sul (24,14, DP=7,65). A maioria possuía DM1 (50,92%), recebeu o diagnóstico de COVID-19 (8,75%), com 1 a 10 anos de diagnóstico de DM (41,83%), não perceberam mudanças no controle do DM (44,47%), não consumiam bebida alcoólica (53,83%) e seguiram medidas de restrição de contato, saindo de casa apenas para compras no supermercado e na farmácia (45,02%). Apenas 32,75% das pessoas com DM tiveram acesso a algum profissional da saúde por meio da Telemedicina e 98,71% das pessoas afirmaram fazer uso de medicamento para o tratamento de DM. A adesão ao autocuidado do diabetes foi maior para uso de medicamentos e consumo de dieta saudável, mas foi menor para monitoramento glicêmico, atividade física e exame dos pés, achados frequentemente relatados antes da pandemia. No entanto, obtivemos uma média menor de resiliência quando comparada a estudos realizados no Brasil antes da pandemia semelhantes a pacientes psiquiátricos ambulatoriais. Desta forma, a resiliência e autocuidado podem variar pelo contexto da coleta, se considerarmos as respostas dadas durante a pandemia, em que muitos fatores adversos estavam presentes. Assim, a resiliência é pensada como uma lacuna de conhecimento a ser explorada, pois mesmo após a vacinação, os indivíduos diabéticos ainda podem enfrentar muitas dificuldades que necessitam ser investigadas.
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Realizou-se uma web survey exploratória no Brasil, denominada DIABETESvid de setembro a outubro de 2020, período em que as restrições sociais estavam sendo flexibilizadas em algumas regiões do Brasil, sem previsão de disponibilidade de vacinas para toda a população brasileira. Participaram do estudo 1475 adultos que responderam o questionário completo por meio de um link, residentes no Brasil com o diagnóstico de DM. O questionário foi elaborado por especialistas com as variáveis sociodemograficas, clínicas, resiliência avaliada pelo CD-RISC 10 e autocuidado pelo QAD. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa. Os dados foram coletados pelo REDCap e foram importados para o Excel e analisados no software Statistics versão 13.0 por meio de estatística descritiva, teste ANOVA, com nível de significância de 0,05. A maioria dos adultos era da região Sudeste do país (67,25%), do sexo feminino (67,66%), com pós-graduação (31,39%) e plano de saúde (70,44%). A média de idade foi de 43,02 anos (DP=15,90), variando entre 18 a 87 anos, em que 42,92% ficaram alocados na faixa de 35 a 59 anos. A média de resiliência encontrada foi de 25,40 (DP=7,66), e a maior média de resiliência entre homens (27,36, DP=27,36). A região do país que apresentou maior média de resiliência foi a Norte (26,95, DP=7,98) e a menor média, a Sul (24,14, DP=7,65). A maioria possuía DM1 (50,92%), recebeu o diagnóstico de COVID-19 (8,75%), com 1 a 10 anos de diagnóstico de DM (41,83%), não perceberam mudanças no controle do DM (44,47%), não consumiam bebida alcoólica (53,83%) e seguiram medidas de restrição de contato, saindo de casa apenas para compras no supermercado e na farmácia (45,02%). Apenas 32,75% das pessoas com DM tiveram acesso a algum profissional da saúde por meio da Telemedicina e 98,71% das pessoas afirmaram fazer uso de medicamento para o tratamento de DM. A adesão ao autocuidado do diabetes foi maior para uso de medicamentos e consumo de dieta saudável, mas foi menor para monitoramento glicêmico, atividade física e exame dos pés, achados frequentemente relatados antes da pandemia. No entanto, obtivemos uma média menor de resiliência quando comparada a estudos realizados no Brasil antes da pandemia semelhantes a pacientes psiquiátricos ambulatoriais. Desta forma, a resiliência e autocuidado podem variar pelo contexto da coleta, se considerarmos as respostas dadas durante a pandemia, em que muitos fatores adversos estavam presentes. Assim, a resiliência é pensada como uma lacuna de conhecimento a ser explorada, pois mesmo após a vacinação, os indivíduos diabéticos ainda podem enfrentar muitas dificuldades que necessitam ser investigadas.People with diabetes mellitus, who live with a chronic non-communicable disease, are more likely to be fatally affected by COVID-19, requiring greater attention in this pandemic period. Isolation and social distancing have imposed adjustments in lifestyle and self-care behaviors for coping, and their success is closely linked to levels of resilience. This study sought to analyze the resilience and self-care of Brazilians with diabetes mellitus in the COVID-19 pandemic. An exploratory web survey was carried out in Brazil, called DIABETESvid, from September to October 2020, a period in which social restrictions were being relaxed in some regions of Brazil, with no forecast of vaccine available for the entire Brazilian population. A total of 1475 adults living in Brazil with a diagnosis of DM participated in the study, answering the complete questionnaire using a link. The questionnaire was prepared by specialists based on the following variables: sociodemographic; clinics; resilience assessed by CD-RISC 10; and self-care by the QAD. The study was approved by the research ethics committee. Data were collected by REDCap and imported into Excel and analyzed using Statistics software version 13.0 using descriptive statistics, ANOVA test, with a significance level of 0.05. Most adults were from the Southeast region of the country (67.25%), female (67.66%), with graduate degrees (31.39%) and health insurance (70.44%). The mean age was 43.02 years (MD=15.90), ranging from 18 to 87 years, in which 42.92% were allocated in the range of 35 to 59 years. The mean of resilience found was 25.40 (MD=7.66), and the highest mean of resilience among men (27.36, MD=27.36). The region of the country that presented the highest average of resilience was the North (26.95, MD=7.98) and the lowest average was the South region (24.14, MD=7.65). Most had DM1 (50.92%), received the diagnosis of COVID-19 (8.75%), with 1 to 10 years of DM diagnosis (41.83%), did not notice changes in DM control (44 .47%), did not consume alcoholic beverages (53.83%) and followed measures to restrict contact, leaving home only to shop at the supermarket and pharmacy (45.02%). Only 32.75% of people with DM had access to a health professional through Telemedicine and 98.71% of people claimed to use medication for the treatment of DM. Adherence to diabetes self-care was higher for medication use and healthy diet consumption, but lower for glycemic monitoring, physical activity, and foot examination, findings often reported even before the pandemic. However, we obtained a lower average of resilience when compared to studies carried out in Brazil before the pandemic similar to psychiatric outpatients. In this way, resilience and self-care may vary by the context of the collection, if we consider the responses given during the pandemic, in which many adverse factors were present. Thus, resilience is thought of as a knowledge gap to be explored, because even after vaccination, diabetic individuals may still face many difficulties that need to be investigated.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPTeixeira, Carla Regina de SouzaBinhardi, Bárbara Aparecida2022-10-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-08032023-153343/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-03-14T14:46:38Zoai:teses.usp.br:tde-08032023-153343Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-03-14T14:46:38Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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