Eventos de vida e atividade da nefrite lúpica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gabriel, Vanessa Carvalho Bachiega
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-03092012-113957/
Resumo: O desencadeamento do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) está relacionado às situações estressantes e traumáticas da vida dos pacientes, o que sugere o fator psicológico como deflagrador da doença. A Nefrite Lúpica (NL) pode ser a primeira manifestação do LES e constitui fator de maior morbidade e mortalidade, por levar à insuficiência renal, com necessidade de hemodiálise, e colocar o sujeito diante de mudanças da rotina de vida, da autoimagem, o que faz da própria doença um evento traumático para o paciente. Dentro desse contexto, os objetivos desta pesquisa foram: (i) verificar a existência de eventos de vida associados ao deflagramento do LES nos relatos dos pacientes com NL e a forma como esses pacientes compreendem o seu adoecimento; e (ii) analisar correlações entre eventos de vida, estado de atividade do LES e perfil socioeconômico. Para a pesquisa empírica, adotou-se uma abordagem quali-quantitativa, por meio da aplicação dos seguintes instrumentos: entrevista semiestruturada (psicológica), entrevista para eventos de vida recentes (psiquiátrica) e instrumental de classificação socioeconômica. A amostra foi composta por 43 sujeitos internados no Serviço de Nefrologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, sendo 22 pacientes do grupo caso, com NL e 21 pacientes do grupo controle, com doença glomerular primária. Os dados clínicos e laboratoriais foram coletados por meio do SLEDAI e por consulta ao prontuário. Os principais resultados obtidos demonstram que a ocorrência de eventos de vida não apresentou correlação à atividade do LES. Evidencia-se uma associação entre eventos de vida negativos e o deflagramento da doença nos dois grupos estudados, o que demonstra que eventos negativos também antecedem e podem estar associados ao início de outras patologias. Quanto à maneira como os pacientes com NL compreendem o seu adoecimento, observou-se que eles compreendem parcialmente sua doença, atribuindo um significado negativo e associam uma situação emocional ao início do adoecimento. São pacientes que percebem os problemas de suas vidas e possuem necessidade de lidar com o adoecimento implicando-se ao tratamento. Há sofrimento quanto ao adoecimento pelas mudanças e limitações que a doença impõe, principalmente em relação à autoestima, por isto, sofrem emocionalmente e possuem necessidade de serem escutados e amparados. Portanto, conclui-se que os eventos de vida negativos e/ou traumáticos estão relacionados ao deflagramento do LES tanto de forma objetiva como um acontecimento que envolve mudanças no ambiente social externo, sem considerar a subjetividade do sujeito quanto de forma subjetiva como um evento de vida singular, relatado pelos próprios pacientes como um evento traumático. Essas evidências sugerem que os pacientes com NL possuem fatores psicológicos particulares que atuam tanto no curso da doença, quanto em seu deflagramento
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Dentro desse contexto, os objetivos desta pesquisa foram: (i) verificar a existência de eventos de vida associados ao deflagramento do LES nos relatos dos pacientes com NL e a forma como esses pacientes compreendem o seu adoecimento; e (ii) analisar correlações entre eventos de vida, estado de atividade do LES e perfil socioeconômico. Para a pesquisa empírica, adotou-se uma abordagem quali-quantitativa, por meio da aplicação dos seguintes instrumentos: entrevista semiestruturada (psicológica), entrevista para eventos de vida recentes (psiquiátrica) e instrumental de classificação socioeconômica. A amostra foi composta por 43 sujeitos internados no Serviço de Nefrologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, sendo 22 pacientes do grupo caso, com NL e 21 pacientes do grupo controle, com doença glomerular primária. Os dados clínicos e laboratoriais foram coletados por meio do SLEDAI e por consulta ao prontuário. Os principais resultados obtidos demonstram que a ocorrência de eventos de vida não apresentou correlação à atividade do LES. Evidencia-se uma associação entre eventos de vida negativos e o deflagramento da doença nos dois grupos estudados, o que demonstra que eventos negativos também antecedem e podem estar associados ao início de outras patologias. Quanto à maneira como os pacientes com NL compreendem o seu adoecimento, observou-se que eles compreendem parcialmente sua doença, atribuindo um significado negativo e associam uma situação emocional ao início do adoecimento. São pacientes que percebem os problemas de suas vidas e possuem necessidade de lidar com o adoecimento implicando-se ao tratamento. Há sofrimento quanto ao adoecimento pelas mudanças e limitações que a doença impõe, principalmente em relação à autoestima, por isto, sofrem emocionalmente e possuem necessidade de serem escutados e amparados. Portanto, conclui-se que os eventos de vida negativos e/ou traumáticos estão relacionados ao deflagramento do LES tanto de forma objetiva como um acontecimento que envolve mudanças no ambiente social externo, sem considerar a subjetividade do sujeito quanto de forma subjetiva como um evento de vida singular, relatado pelos próprios pacientes como um evento traumático. Essas evidências sugerem que os pacientes com NL possuem fatores psicológicos particulares que atuam tanto no curso da doença, quanto em seu deflagramentoThe onset of Systemic Lupus Erythematosus (SLE) is related to stressful and traumatic situations in patient lives, which suggests the psychological factor to trigger the disease. The Lupus Nephritis (LN) may be the first manifestation of SLE and is a major factor of morbidity and mortality, because it leads to kidney failure, requiring hemodialysis. Furthermore, the LN changes the routine of life and selfimage of patients, which makes the disease itself a traumatic event. Within this context, this study aims to: (i) verify the existence of life events associated with the outbreak of SLE, and how these patients understand their illness, and (ii) evaluate correlations between life events, status of SLE activity and socioeconomic profile. For the empirical research, we used a qualitative and quantitative approach, applying the following instruments: a semi-structured psychological interview; a psychiatric interview for recent life events and an instrumental for socioeconomic status. The sample was consisted of 43 subjects admitted to the Nephrology Department, at Hospital das Clinicas in Sao Paulo: 22 patients formed the case group, with LN and 21 formed the control group, with primary glomerular disease. The clinical and laboratory data were collected using the SLEDAI. The main results show that the occurrence of life events had no correlation with SLE activity. There was an association between negative life events and the outbreak of the disease in both groups, showing that negative events also precede and may be associated with the onset of other pathologies. Regarding the manner LN patients understand their illness, we see that they partially understand their disease, giving a negative meaning and associating an emotional situation at the beginning of illness. These are patients who perceive problems in their lives and need to deal with the disease giving importance to the treatment. The illness process causes suffering due to the changes and limitations the disease imposes, especially related to self-esteem, therefore, patients suffer emotionally and demand to be heard and supported. Thus, we conclude that the negative life events and/or trauma are related to the triggering of SLE both in an objective way as an event that involves changes in the external social environment, without taking into account the subjectivity of the subject as in a subjective singular life event, reported by the patient as a traumatic event. Based on this analysis, we suggest that patients with LN have particular psychological factors that operate both in the course of the disease, and in its triggeringBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBarros, Rui ToledoGabriel, Vanessa Carvalho Bachiega2012-06-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-03092012-113957/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:32Zoai:teses.usp.br:tde-03092012-113957Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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