Demanda derivada por crédito na Divisão Regional Agrícola de Campinas

• Autor(a) principal: Pinazza, Luiz Antonio
• Data de Publicação: 1978
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20220208-054121/
• topic: CAMPINAS-SP; CRÉDITO RURAL

As políticas econômicas implementadas no Brasil para o setor agrícola vem sendo executada através da instituição de variados programas especiais de crédito. As taxas de juros administradas nesses programas são menores aos prevalecentes no mercado. Como a inflação trata-se de um problema constante na economia brasileira, essas taxas de juros correspondem, muitas vezes, a taxas de juros reais negativas. Isto sugere que os programas de crédito estão fundamentados sob a pressuposição que os agricultores exibem alta elasticidade com respeito a taxa de juros. No entanto, pouca comprovação empírica tem sido efetuada a fim de confirmar tal pressuposição. O objetivo do estudo foi derivar curvas de demanda por crédito, usando um modelo de programação recursiva, como sugerido por Day. Este modelo incorpora ainda um processo de formação de expectativa de preços na tomada de decisão do agricultor. Objetivos de identificação e análise dos fatores que afetam a demanda por crédito também são visados, assim como sugerir propostas com a finalidade de aprimorar as políticas de crédito, para torná-lo instrumento mais efetivo de estímulo ao desenvolvimento agrícola. O período estudado começa no ano agrícola 1970/71 e termina em 76/77, sendo a região escolhida para a pesquisa a da Divisão Regional Agrícola (DIRA), de Campinas. Os dados foram extraídos de diversas fontes e estratificados para as classes de pequenos produtores, médios produtores e grandes produtores. As principais conclusões do estudo foram que: aumentando as taxas de juros do crédito agrícola, recursos financeiros são transferidos dos grandes produtores para os pequenos e médios, e depois, dos médios para os pequenos; as políticas de crédito a baixas taxas de juros estão aumentando a dependência dos pequenos produtores pelo crédito; a elasticidade da demanda por crédito de um estrato está relacionado com a sua mobilidade na alocação dos recursos; se o governo continuar a instituir programas de crédito com taxas de juros menores aos que prevalecem em outros mercados, recursos devem ser canalizados para aparelhar a fiscalização do crédito; as variações nas taxas de juros não causam mudanças significativas na renda agrícola, sendo que, deve ser discutido, ao nível da sociedade, se os benefícios das políticas de crédito estão compensando os seus custos que acarretam de inflação; a relação entre subsídio recebido e renda agrícola está caindo, sendo que a relação está favorecendo mais o estrato dos médios produtores, em comparação ao estrato dos médios e pequenos produtores.