Mortalidade por causas externas no Estado de São Paulo e suas regiões

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Camargo, Antonio Benedito Marangone
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-09032020-101933/
Resumo: Este trabalho objetivou estudar a magnitude e a tendência da mortalidade por causas externas no Brasil, no Estado de São Paulo e em suas regiões e municípios, especialmente nas duas últimas décadas. Até o final dos anos 70, as causas externas de morte eram superadas por várias outras como as doenças do aparelho circulatório, neoplasias, doenças infecciosas e parasitárias e as doenças do aparelho respiratório no Brasil, mas com o seu rápido crescimento, passaram a se constituir na segunda mais importante. Entre os homens, essa participação é maior, devido, em grande parte, ao aumento dos homicídios, que, desde o início dos anos 90, são a principal causa externa de morte no país. Os coeficientes de mortalidade passaram de cerca de 10 óbitos por cem mil habitantes ao final da década de 70, para mais de 25 a partir da metade dos anos 90. Em São Paulo, o panorama é ainda mais complexo, pois os homicídios já se constituem na principal causa externa desde o início da década de 80. As taxas, que se mantiveram abaixo de 10 óbitos por 100 mil habitantes, até o final dos anos 70, elevam-se de forma acentuada, ultrapassando, nos últimos anos, a 40 óbitos por 100 mil pessoas, níveis altíssimos quando comparados com outras áreas do mundo. Os acidentes de transportes/veículos a motor, em geral, também apresentam coeficientes elevados, mas vêm mantendo-se com certa estabilidade, com cerca de 20 óbitos por 100 mil habitantes. As regiões do Estado de São Paulo, também apresentam níveis de mortalidade por causas externas muito altos, especialmente em Santos, na Região Metropolitana de São Paulo e em Registro. Observa-se ainda que estas taxas vêm aumentando consideravelmente nos últimos anos, nas regiões de São José dos Campos, Campinas e Ribeirão Preto. No oeste do Estado, os níveis ainda mantêm-se relativamente estáveis e menores. Ao se medir o impacto da mortalidade por causas externas nessas regiões, observa-se que, se estas deixassem de ocorrer, haveria um ganho de 4,7 anos na esperança de vida da população masculina de Santos, de 4,4 na Região Metropolitana de São Paulo e de 4,0 em Registro. Esta última apresenta os maiores coeficientes de mortalidade por acidentes de transporte do Estado de São Paulo, enquanto nas duas outras o impacto maior deve-se à mortalidade por homicídios. Entre as mulheres a eliminação das causas externas de morte proporcionaria um ganho de menos de um ano na esperança de vida ao nascer com a eliminação das causas externas de morte.
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Os coeficientes de mortalidade passaram de cerca de 10 óbitos por cem mil habitantes ao final da década de 70, para mais de 25 a partir da metade dos anos 90. Em São Paulo, o panorama é ainda mais complexo, pois os homicídios já se constituem na principal causa externa desde o início da década de 80. As taxas, que se mantiveram abaixo de 10 óbitos por 100 mil habitantes, até o final dos anos 70, elevam-se de forma acentuada, ultrapassando, nos últimos anos, a 40 óbitos por 100 mil pessoas, níveis altíssimos quando comparados com outras áreas do mundo. Os acidentes de transportes/veículos a motor, em geral, também apresentam coeficientes elevados, mas vêm mantendo-se com certa estabilidade, com cerca de 20 óbitos por 100 mil habitantes. As regiões do Estado de São Paulo, também apresentam níveis de mortalidade por causas externas muito altos, especialmente em Santos, na Região Metropolitana de São Paulo e em Registro. Observa-se ainda que estas taxas vêm aumentando consideravelmente nos últimos anos, nas regiões de São José dos Campos, Campinas e Ribeirão Preto. No oeste do Estado, os níveis ainda mantêm-se relativamente estáveis e menores. Ao se medir o impacto da mortalidade por causas externas nessas regiões, observa-se que, se estas deixassem de ocorrer, haveria um ganho de 4,7 anos na esperança de vida da população masculina de Santos, de 4,4 na Região Metropolitana de São Paulo e de 4,0 em Registro. Esta última apresenta os maiores coeficientes de mortalidade por acidentes de transporte do Estado de São Paulo, enquanto nas duas outras o impacto maior deve-se à mortalidade por homicídios. Entre as mulheres a eliminação das causas externas de morte proporcionaria um ganho de menos de um ano na esperança de vida ao nascer com a eliminação das causas externas de morte.The objective of this study was to describe the magnitude and trend of the mortality from external causes in Brazil, in São Paulo and its areas and municipalities, especially on the last two decades. Up to the end of the decade of 70 these causes were overcome by others, both in Brazil and in São Paulo, but along with its quick increase they turned into the second most important. Among men this participation appears larger mainly due to the increase of homicidas that since the beginning of the 90\'s was turned into the main cause of violent mortality in the country. These mortality rates increased from about 10 deaths by one hundred thousand inhabitants to over 25 since the middle of the 90\'s. In São Paulo the view is even more complex, because since the beginning of the decade of 80 homicidas constitute the main cause of death. Their rates that had been maintained under 10 up to the end of the 70\'s were strongly elevated overcoming, in recent years, 40 deaths by one hundred thousand inhabitants, which are very high levels if compared to other áreas around the world. Transport and motor vehicles accidents usually present high rates too, nevertheless maintaining some stability and approaching 20 deaths by one hundred thousand inhabitants. São Paulo areas also present high levels of mortality by externai causes, especially in Santos, São Paulo\'s Metropolitan Area and in Registro, which has also been increasing considerably in São José dos Campos, Campinas and Ribeirão Preto. On the West of the State mortality levels still are maintained relatively stable and lower. The impact of the mortality from externai causes on life expectancy in areas of the State of São Paulo, was measured by means of competing risks. There would be a gain of 4,7 years in the life expectancy of the male population of Santos, of 4,4 years in São Paulo\'s Metropolitan Area and of 4,0 in Registro. This last region presents the highest mortality rates due to transport accidents in the State of São Paulo, while in the other two the biggest impact is due to the mortality from homicidas. Among women the impact is smaller, and it does not get to one year in the life expectancy at birth.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSanto, Augusto HasiakCamargo, Antonio Benedito Marangone2002-02-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-09032020-101933/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-03-09T16:25:01Zoai:teses.usp.br:tde-09032020-101933Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-03-09T16:25:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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