Contribuição para o conhecimento da infestacao da broca da cana de açucar e seu controle biologico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gallo, Domingos
Data de Publicação: 1953
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20231122-092808/
Resumo: Foram observadas 6 variedades de cana planta em fazendas e usinas do município de Piracicaba (Estado de São Paulo) e áreas limítrofes para se verificar a infestação da broca. As variedades estudadas foram: Co.-290; Co.-413; Co.-419; Co.-421; C.P.27-139 e C.B.36-24, tendo a análise estatística revelado o seguinte: A C.B.36-24 foi a variedade menos infestada em todos os campos observados, secundada pela Co.-421. A C.P. 27-139 foi a mais infestada em todos os campos em que foi plantada, secundada pela Co. -419. A Co. -413 encontra-se em 3º lugar entre as menos infestadas e a Co .-290 em 3º lugar entre as mais infestadas. Como suas possibilidade se apresentavam entre 1% e 5%, não foi possível chegar a uma conclusão definida. Foram observados 8 lotes de colmos de milho infestados pela broca, dos quais 5 foram plantados em Setembro-Outubro e em Dezembro-Janeiro. Concluiu-se pela análise estatística, que os colmos dos lotes plantados em Setembro-Outubro, foram menos infestados pela broca que que os cultivados em Dezembro-Janeiro. A infestação da broca em colmos de milho plantados em Dezembro-Janeiro foi maior que em todas as variedades de cana estudadas. De 1949 a 1950, foram obtidas em laboratório 10 gerações de Metagonistylum minense Towns com um total de 1733 adultos. O ciclo evolutivo completo, de emergência a emergência do adulto, variou de 31 a 51 dias com evolução média de 38 dias a 20,2°C. A fertilidade de Metagonistylum foi maior do que a de Lixophaga. As percentagens de parasitismo natural em culturas de cana, incluindo-se pupários de Metagonistylum e Paratheresia, foram de 23, 1% e 25,1%, em 1949 o 1950, respectivamente e as percentagens de parasitismo natural em culturas de milho foram de 37,3% e 41,2%, em 1949 e 1950, respectivamente. A espécie Metagonistylum minense Towns, ocorreu em maior proporção que a Paratheresia brasiliensis Towns. Do total de pupários encontrados na cana de açúcar em dois anos, 83,4% pertenceram à primeira e 16,6% 9 à segunda. No milho, RS percentagens encontradas foram de 84,6% e 15,4%, respectivamente. Em 3 anos, foram criados, em laboratório, 30 gerações de Lixophaga diatraeae Towns, com o total de 3260 adultos. O ciclo evolutivo completo, de emergência a emergência do adulto, variou de 30 a 39 dias nos meses de Setembro a abril, sendo a evolução média de 32,5 dias a 22,5°C. e de 33 a 43 dias nos meses de Maio a Agosto, com evolução média de 36 dias a 17,8°C. Nestes meses a capacidade larval torna-se mais reduzida devido a baixa temperatura. Nesse período os adultos devem ser mantidos em ambiente com temperatura de 22 a 252c, a fim de que não paralisem a reprodução. No período da gestação, a Lixophaga demonstrou ser mais resistente do que a Metagonistylum. No campo foram libertados 332 adultos de Lixophaga. Desse total, 139 foram distribuídos em cultura de milho e os restantes, em cultura de cana. Foram recuperados 88 pupários vivos e 38 pupários vazios. A percentagem de parasitismo verificada foi de 30,9%. Em 1952, um ano após às primeiras libertações, conseguimos ainda, recuperar diversos pupários, o que parece indicar o estabelecimento da Lixophaga nesta região. A longevidade das fêmeas de Metagonistylum e de Lixophaga foi maior respectivamente que a dos machos. A razão sexual em ambas as espécies, foi praticamente de 1:1. O ciclo médio de Metagonistylum sendo de 38 dias, conforme foi determinado e o de Paratheresia de 47 dias de acordo com o trabalho de SOUZA (23), concluiu-se que o ciclo médio de Lixophaga é menor comparado àquelas espécies. Na técnica de criação e conservação da broca parasitada, foram utilizadas pontas de cana introduzidas em recipientes contendo água uma vez que os roletes são de efêmera duração e precisam ser substituídas constantemente. Na natureza, não obstante os parasitas da broca sejam hiyperparasitados, a influência deste hiperparasitismo é diminuta uma vez que somente na fase de pré-pupa o parasito poderá vir a ser hiperparasitado e assim mesmo numa percentagem insignificante, não indo além de 5% em nossas observações. Mediante criação sistemática desses parasitos em larga escala e sua distribuição periódica na cultura de cana, independentemente de sua multiplicação total na natureza, pode-se anular o efeito do hiperparasitismo e reduzir grandemente a infestação ocasionada pela broca.
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