A lógica nas escolhas dos mecanismos de governança: a influência da identidade social
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-24032017-160016/ |
Resumo: | A Economia dos Custos de Transação (ECT) é uma das abordagens da Nova Economia Institucional (NEI); a ECT é vista como uma das principais teorias referentes aos limites das firmas, discussão que começou a ser desenvolvida a partir do trabalho de Ronald Coase, de 1937. Apesar da importância e das contribuições da NEI e da ECT para o desenvolvimento da teoria das organizações, algumas críticas têm sido feitas a elas, particularmente no que diz respeito ao tratamento da questão social. Dentre as críticas, destaca-se a de Granovetter (1985), para quem a NEI reforça a visão econômica de subsocialização do indivíduo, considerando-o, assim, fora de um contexto social, isto é, o indivíduo atua de forma atomizada. Williamson (2000) cita a necessidade da NEI se atentar para o nível do enraizamento social. Na mesma linha, Van de Ven e Lifschitz (2013) criticam a pouca atenção dada pela ECT para esse contexto. Nesse sentido, um conceito que tem ganhado espaço tanto no campo social como no organizacional é o conceito de identidade social, fazendo com que alguns autores passem a considerar esse fator em suas análises, inclusive dentro da ECT. Apesar de ser possível verificar esse avanço, o mesmo ainda é incipiente. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo aprofundar essa temática dentro da área de economia das organizações, buscando analisar qual a influência da identidade social sobre a escolha dos mecanismos de governança. Para tanto, foi realizada uma pesquisa quantitativa em um assentamento de reforma agrária. Esse objeto de pesquisa se mostrou interessante, uma vez que os produtores pertencentes a esse assentamento entregam sua produção por meio de mecanismos de governança distintos, apesar de ser possível observar semelhanças nas características transacionais do meio; além disso, no assentamento, pode-se verificar que o contexto social exerce importância para determinadas decisões. Para coletar os dados, foram realizadas entrevistas, por meio de um questionário semiestruturado, junto aos produtores. No assentamento em análise, vivem cerca de 410 famílias, sendo que a amostra foi de 109 famílias/produtores. A análise dos resultados se deu por meio de uma regressão logística. Por meio da análise, pôde-se verificar que as formas híbridas prevalecem, com destaque para os contratos relacionais junto a atravessadores. Destaca-se também o uso da forma de governança híbrida incentivada pelo grupo, no caso, via cooperativas do assentamento; foi constatado que a identidade social influencia positivamente tanto no uso como no favorecimento de formas cooperativas para a venda dos produtos produzidos pelos assentados, o que indica que esse aspecto influencia e deve ser levado em consideração na decisão do mecanismo de governança, especificamente em ambientes cujo aspecto social e grupal esteja enraizado no cotidiano dos indivíduos. |
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A lógica nas escolhas dos mecanismos de governança: a influência da identidade socialThe logic in the choice of the mechanisms of governance: the influence of social identityCooperativasCooperativesEconomia dos Custos de TransaçãoIdentidade SocialMecanismos de GovernançaMechanisms of GovernanceSocial IdentityTransactions Costs EconomicsA Economia dos Custos de Transação (ECT) é uma das abordagens da Nova Economia Institucional (NEI); a ECT é vista como uma das principais teorias referentes aos limites das firmas, discussão que começou a ser desenvolvida a partir do trabalho de Ronald Coase, de 1937. Apesar da importância e das contribuições da NEI e da ECT para o desenvolvimento da teoria das organizações, algumas críticas têm sido feitas a elas, particularmente no que diz respeito ao tratamento da questão social. Dentre as críticas, destaca-se a de Granovetter (1985), para quem a NEI reforça a visão econômica de subsocialização do indivíduo, considerando-o, assim, fora de um contexto social, isto é, o indivíduo atua de forma atomizada. Williamson (2000) cita a necessidade da NEI se atentar para o nível do enraizamento social. Na mesma linha, Van de Ven e Lifschitz (2013) criticam a pouca atenção dada pela ECT para esse contexto. Nesse sentido, um conceito que tem ganhado espaço tanto no campo social como no organizacional é o conceito de identidade social, fazendo com que alguns autores passem a considerar esse fator em suas análises, inclusive dentro da ECT. Apesar de ser possível verificar esse avanço, o mesmo ainda é incipiente. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo aprofundar essa temática dentro da área de economia das organizações, buscando analisar qual a influência da identidade social sobre a escolha dos mecanismos de governança. Para tanto, foi realizada uma pesquisa quantitativa em um assentamento de reforma agrária. Esse objeto de pesquisa se mostrou interessante, uma vez que os produtores pertencentes a esse assentamento entregam sua produção por meio de mecanismos de governança distintos, apesar de ser possível observar semelhanças nas características transacionais do meio; além disso, no assentamento, pode-se verificar que o contexto social exerce importância para determinadas decisões. Para coletar os dados, foram realizadas entrevistas, por meio de um questionário semiestruturado, junto aos produtores. No assentamento em análise, vivem cerca de 410 famílias, sendo que a amostra foi de 109 famílias/produtores. A análise dos resultados se deu por meio de uma regressão logística. Por meio da análise, pôde-se verificar que as formas híbridas prevalecem, com destaque para os contratos relacionais junto a atravessadores. Destaca-se também o uso da forma de governança híbrida incentivada pelo grupo, no caso, via cooperativas do assentamento; foi constatado que a identidade social influencia positivamente tanto no uso como no favorecimento de formas cooperativas para a venda dos produtos produzidos pelos assentados, o que indica que esse aspecto influencia e deve ser levado em consideração na decisão do mecanismo de governança, especificamente em ambientes cujo aspecto social e grupal esteja enraizado no cotidiano dos indivíduos.Transaction Costs Economics (TCE) is an approach of the New Institutional Economics (NIE). TCE is seen as one of the most important theories regarding boundaries of firms, and discussions started with the paper from Ronald Coase, in 1937. Despite the importance and contributions of NIE and TCE to the development of the theories of firms, some have been critical of them, particularly concerning the treatment of social issues. Granovetter stands out among the critics, and according to Granovetter (1985), the NIE reinforces the economic vision of sub-socialization of the individual, considering it out of a social context, that is, that individuals act in an atomized way. Williamson (2000) mentions the necessity of paying attention to the embedded level; similarly, Van de Ven and Lifchitz (2013) criticize the little attention given to the social context by the TCE. Social identity is a concept that recognizes the social and organizational areas, and some authors consider this factor in their analysis, including the TCE. Although this is advanced, it is still developing. Thus, this project aims to deepen this theme within economics of the organization area, and tries to analyze the influence of social identity on the choice of the mechanisms of governance. To accomplish this, a quantitative research in a settlement of land reform was conducted. The objective of the research is interesting due to the producers belonging to the settlement deliver their production through different mechanisms of governance, although it is possible to note similarities in the characteristics of the transactions. Furthermore, in the settlement, it is possible to verify that social context has importance for some decisions. To collect the data, interviews were conducted through a semi-structured questionnaire. In the settlement, there are 410 families; the sample was composed of 109 families/producers and the results were found through a logistic regression. Through the analysis, it was possible to verify that hybrid forms prevail, especially relational contracts with brokers. I also highlight the use of hybrid form of governance encouraged by the group, in this case, transactions via cooperatives; it was found that social identity positively influences both the use and the fostering of cooperatives forms to the selling of products from settlers, indicating that this aspect is influential and must be considered in the decision of mechanism of governance in environments, specifically where the social and group aspects are embedded in the daily lives of individuals.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSaes, Maria Sylvia MacchioneQuevedo, Caroline Foscaches de Oliveira2017-01-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-24032017-160016/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:34:08Zoai:teses.usp.br:tde-24032017-160016Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:34:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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