A dimensão afetiva da arte: Mário Pedrosa e a percepção estética

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Abraços, Gabriela Borges
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-04032020-150830/
Resumo: Esta tese apresenta uma reflexão sobre as aproximações do crítico brasileiro Mário Pedrosa em relação aos estudos da percepção humana, embasado por seu interesse na dimensão afetiva da arte. Com o objetivo de averiguar as reverberações das teorias da percepção sobre a criação artística e a recepção estética, foi analisado um conjunto de textos do crítico, escrito no período de 1947-67, que abordava o tema proposto. A partir de um panorama das referências teóricas de Mário Pedrosa, vislumbramos descrever sua noção de afetividade, com suporte em suas análises acerca da produção artística de alienados e de crianças. Tais análises foram consequência das oficinas terapêuticas de Nise da Silveira, no Centro Psiquiátrico de Engenho de Dentro, e das Escolinhas de Arte para crianças, ambas realizadas no Rio de Janeiro, na década de 1940. Nossa tese propõe que o crítico compôs a noção de afetividade a partir de uma trajetória de estudos sobre a percepção e frequentação da arte. Concebemos o argumento que o contato sensível com a arte possibilita o desenvolvimento de uma relação afetiva do indivíduo com seu mundo. Pontuamos, ainda, que a natureza afetiva da arte é capaz de desenvolver gradativamente, no indivíduo, um olhar sensível sobre si mesmo e sobre os outros. As experiências de Engenho de Dentro e das escolas infantis corroboraram com esta tese, e evidenciaram a força terapêutica e educativa que a arte pode ter.
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