Fadiga e depressão em mulheres com câncer de mama tratadas com radioterapia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-29112017-192011/ |
Resumo: | Trata-se de um estudo longitudinal, prospectivo, de abordagem quantitativa, cujo objetivo foi conhecer a trajetória da fadiga e da depressão em mulheres com câncer de mama em tratamento radioterápico. Participaram do estudo 58 mulheres em tratamento radioterápico para câncer de mama não-metastático, atendidas em um serviço de radioterapia de um hospital terciário do interior de São Paulo, após aprovação do comitê de ética em pesquisa, no período de janeiro a setembro de 2016. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram a Ficha de Identificação com dados sociodemográficos e clínicos; a Escala de Performance de status de Karnofsky, a Escala de Fadiga de Piper Revisada e o Inventário de depressão de Beck. Na análise de dados, adotou-se a análise descritiva, o teste de Mann-Whitney e a análise de regressão pelo modelo linear generalizado misto (Generalized Linear Mixed Models). Quanto aos resultados, a idade média das participantes foi 55 anos, as quais eram em sua maioria casadas (29,31%), brancas (65,5 %), com média de 8 anos de estudo e possuíam como diagnóstico o carcinoma ductal invasivo (94,8%). Constatou-se que no início mostravam-se fatigadas (T1:24,1%) e essa proporção ampliou-se ao longo da radioterapia (T2: 30,7%; T3: 40,3%). Em relação a intensidade da fadiga, o nível moderado teve predomínio (T1: 13,8%; T2 e T3: 23,08%). A maioria não desenvolveu depressão (T1: 74%, T2: 80,4%, T3: 88,4%). Verificou-se que a fadiga e a depressão possuem uma relação de significância estatística do início ao fim desse tratamento (T1: p=0,0021; T2: p=0,0001; T3 p= 0,0003). A dor e o transtorno de sono apresentaram uma relação significante com a fadiga, assim pode-se inferir que as participantes com dor tinham 7,54 vezes mais chance de apresentar fadiga do que as que não referiram esse sintoma. As mulheres com transtorno de sono tinham 9,31 vezes mais chance de se mostrar fatigadas do que as que negaram tal transtorno; pacientes ao final do tratamento radioterápico tiveram quatro vezes mais chance de apresentar fadiga. O ajuste do modelo da depressão assinalou que às variáveis T3 (final da radioterapia; p=0,0002), sono (p=0,0276) e dose da radioterapia recebida (p=0,0339) apresentaram uma relação estatisticamente significativa com a depressão. Quanto à depressão, os achados apontaram que, para cada unidade de dose de radioterapia recebida, esperava-se uma redução relativa média de 0,01% no escore da escala de depressão. As pacientes que apresentaram transtorno de sono tiveram um aumento relativo médio de 19,51% no escore da depressão quando comparadas às pacientes que não tiveram esse problema. Conclui-se que a fadiga aumentou ao longo do tempo ao contrário da depressão, porém esses dois sintomas neuropsicológicos apresentaram uma relação estatisticamente significante. Os profissionais de saúde precisam estar atentos ao perfil de risco para fadiga e depressão, exercendo um papel atuante na identificação e no gerenciamento desses sintomas |
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Fadiga e depressão em mulheres com câncer de mama tratadas com radioterapiaFatigue and depression in women with breast cancer treated with radiotherapyAvaliação em saúdeBreast neoplasmsDepressãoDepressionFadigaFatigueHealth evaluationNeoplasias de mamaRadiotherapyTrata-se de um estudo longitudinal, prospectivo, de abordagem quantitativa, cujo objetivo foi conhecer a trajetória da fadiga e da depressão em mulheres com câncer de mama em tratamento radioterápico. Participaram do estudo 58 mulheres em tratamento radioterápico para câncer de mama não-metastático, atendidas em um serviço de radioterapia de um hospital terciário do interior de São Paulo, após aprovação do comitê de ética em pesquisa, no período de janeiro a setembro de 2016. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram a Ficha de Identificação com dados sociodemográficos e clínicos; a Escala de Performance de status de Karnofsky, a Escala de Fadiga de Piper Revisada e o Inventário de depressão de Beck. Na análise de dados, adotou-se a análise descritiva, o teste de Mann-Whitney e a análise de regressão pelo modelo linear generalizado misto (Generalized Linear Mixed Models). Quanto aos resultados, a idade média das participantes foi 55 anos, as quais eram em sua maioria casadas (29,31%), brancas (65,5 %), com média de 8 anos de estudo e possuíam como diagnóstico o carcinoma ductal invasivo (94,8%). Constatou-se que no início mostravam-se fatigadas (T1:24,1%) e essa proporção ampliou-se ao longo da radioterapia (T2: 30,7%; T3: 40,3%). Em relação a intensidade da fadiga, o nível moderado teve predomínio (T1: 13,8%; T2 e T3: 23,08%). A maioria não desenvolveu depressão (T1: 74%, T2: 80,4%, T3: 88,4%). Verificou-se que a fadiga e a depressão possuem uma relação de significância estatística do início ao fim desse tratamento (T1: p=0,0021; T2: p=0,0001; T3 p= 0,0003). A dor e o transtorno de sono apresentaram uma relação significante com a fadiga, assim pode-se inferir que as participantes com dor tinham 7,54 vezes mais chance de apresentar fadiga do que as que não referiram esse sintoma. As mulheres com transtorno de sono tinham 9,31 vezes mais chance de se mostrar fatigadas do que as que negaram tal transtorno; pacientes ao final do tratamento radioterápico tiveram quatro vezes mais chance de apresentar fadiga. O ajuste do modelo da depressão assinalou que às variáveis T3 (final da radioterapia; p=0,0002), sono (p=0,0276) e dose da radioterapia recebida (p=0,0339) apresentaram uma relação estatisticamente significativa com a depressão. Quanto à depressão, os achados apontaram que, para cada unidade de dose de radioterapia recebida, esperava-se uma redução relativa média de 0,01% no escore da escala de depressão. As pacientes que apresentaram transtorno de sono tiveram um aumento relativo médio de 19,51% no escore da depressão quando comparadas às pacientes que não tiveram esse problema. Conclui-se que a fadiga aumentou ao longo do tempo ao contrário da depressão, porém esses dois sintomas neuropsicológicos apresentaram uma relação estatisticamente significante. Os profissionais de saúde precisam estar atentos ao perfil de risco para fadiga e depressão, exercendo um papel atuante na identificação e no gerenciamento desses sintomasThis is a longitudinal, prospective research, with a quantitative approach, which goal was to knor the trajectory of fatigue and depression in women with breast csncer under radiotherapy. Fifty-eight women participated in the radiotherapeutic treatment for non-metastatic breast cancer attended at the radiotherapeutic service of terciary hospital at the interior of São Paulo State, after the institutional review board approval, from january to september of 2016. As data collect tools, were used the identification form, with clinical and sociodemographic data, the Karnofsky Status Performance Scale, the Revised Fatigue Scale of Piper, and the Beck Depression Inventory. In the data analysis, we adopted the descriptive analysis, the Mann Whitney test,and the regression analysis by generalized mixed linear models. The average age of the participants was 55 years old, mostly married (29,31%), caucasian (65,5%), within 8 years of education average, who had invasive ductal carcinoma (94,8%) diagnosis. It was found at the outset, that the women were fatigued (T1:24,1%), this scrutiny depicted that the proportion has increased throughout the radiotherapy (T2:30,7%; T3: 40,3%). In relation of fatigue\'s intensity, the moderated level had predominated (T1:13,8%; T2 and T3: 23,08%).The majority of the sample do not developed depression (T1: 74%, T2:80,4% T3: 88,4%). It was verified that fatigue and depression had a meaningfulness statistic relationship, from the beginning to the end of the treatment (T1: p=0,0021; T2: p=0,0001; T3 p=0,0003).Pain and sleep disorders had presented a significant relationship regarding fatigue, thus it could be infered that participants with pain were 7,54 times more likely to present fatigue than those who did not have such symptom. Women with sleep disorder had 9,31 times more chances of presenting fatiguated, than those who denied it.Patients at the end of the radiation therapy, werefour times more likely of showing fatigue. The model adjustment of depression indicates that the variables T3 (ending of the radiation therapy; p=0,0002), sleep (p=0,0276) and radiotherapy dose (p=0,0339) received had a statisticaly meaningful link with depression. As for depression, the findings indicate that,for each dose unities of radiotheraphy received, it was expected a relative average reduction of 0,01% in the depression\'s scale score. The patients who presented sleep disorder, had a fairly average increasing of 19,51% in the depression score in comparison with the patients who did not have this issue. So we concluded that fatigue increased throughout the time, conversely regarding depression, nevertheless both showed a meaningful statisticaly connection. Healthy professionals should be aware of the risk profile to the fatigue and depression, playing an active role in the identification and managing of those symptomsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSantos, Milena Jorge Simões Flória LimaGonzaga, Anne Kettley Lacerda de Lima2017-08-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-29112017-192011/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-19T20:50:39Zoai:teses.usp.br:tde-29112017-192011Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-19T20:50:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Trata-se de um estudo longitudinal, prospectivo, de abordagem quantitativa, cujo objetivo foi conhecer a trajetória da fadiga e da depressão em mulheres com câncer de mama em tratamento radioterápico. Participaram do estudo 58 mulheres em tratamento radioterápico para câncer de mama não-metastático, atendidas em um serviço de radioterapia de um hospital terciário do interior de São Paulo, após aprovação do comitê de ética em pesquisa, no período de janeiro a setembro de 2016. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram a Ficha de Identificação com dados sociodemográficos e clínicos; a Escala de Performance de status de Karnofsky, a Escala de Fadiga de Piper Revisada e o Inventário de depressão de Beck. Na análise de dados, adotou-se a análise descritiva, o teste de Mann-Whitney e a análise de regressão pelo modelo linear generalizado misto (Generalized Linear Mixed Models). Quanto aos resultados, a idade média das participantes foi 55 anos, as quais eram em sua maioria casadas (29,31%), brancas (65,5 %), com média de 8 anos de estudo e possuíam como diagnóstico o carcinoma ductal invasivo (94,8%). Constatou-se que no início mostravam-se fatigadas (T1:24,1%) e essa proporção ampliou-se ao longo da radioterapia (T2: 30,7%; T3: 40,3%). Em relação a intensidade da fadiga, o nível moderado teve predomínio (T1: 13,8%; T2 e T3: 23,08%). A maioria não desenvolveu depressão (T1: 74%, T2: 80,4%, T3: 88,4%). Verificou-se que a fadiga e a depressão possuem uma relação de significância estatística do início ao fim desse tratamento (T1: p=0,0021; T2: p=0,0001; T3 p= 0,0003). A dor e o transtorno de sono apresentaram uma relação significante com a fadiga, assim pode-se inferir que as participantes com dor tinham 7,54 vezes mais chance de apresentar fadiga do que as que não referiram esse sintoma. As mulheres com transtorno de sono tinham 9,31 vezes mais chance de se mostrar fatigadas do que as que negaram tal transtorno; pacientes ao final do tratamento radioterápico tiveram quatro vezes mais chance de apresentar fadiga. O ajuste do modelo da depressão assinalou que às variáveis T3 (final da radioterapia; p=0,0002), sono (p=0,0276) e dose da radioterapia recebida (p=0,0339) apresentaram uma relação estatisticamente significativa com a depressão. Quanto à depressão, os achados apontaram que, para cada unidade de dose de radioterapia recebida, esperava-se uma redução relativa média de 0,01% no escore da escala de depressão. As pacientes que apresentaram transtorno de sono tiveram um aumento relativo médio de 19,51% no escore da depressão quando comparadas às pacientes que não tiveram esse problema. Conclui-se que a fadiga aumentou ao longo do tempo ao contrário da depressão, porém esses dois sintomas neuropsicológicos apresentaram uma relação estatisticamente significante. Os profissionais de saúde precisam estar atentos ao perfil de risco para fadiga e depressão, exercendo um papel atuante na identificação e no gerenciamento desses sintomas |
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