Efeitos neurocognitivos e comportamentais da estimulação magnética transcraniana em puérperas com depressão pós-parto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Myczkowski, Martin Luiz
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-09122009-111406/
Resumo: A depressão pós-parto (DPP), tal como o episódio depressivo maior, é uma manifestação psiquiátrica comum, caracterizada pela presença de alterações de humor, cognitivas, comportamentais, psicomotoras e vegetativas. Afeta a qualidade da interação mãe-bebê prejudicando a responsividade materna o que pode repercurtir negativamente na manutenção salutar do desenvolvimento da criança. Esta manifestação apresenta prevalência estimada entre 10 e 20%, considerando as mulheres que desenvolvem sintomas nas primeiras semanas depois do parto. As opções de tratamento incluem drogas antidepressivas e eletroconvulsoterapia (com anestesia). Porém, como ambas terapêuticas envolvem abordagens farmacológicas, há contra-indicação devido à toxidade que impediria a amamentação. Entretanto, existe uma preocupação sobre como garantir a eficácia do tratamento sem prejudicar o bebê. A Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva (EMTr), por ser uma técnica já consagrada quanto a eficácia antidepressiva, não toxicológica, indolor, não invasiva e bem tolerada para estimular o cérebro, parece ser uma boa alternativa de tratamento. Nos quadros depressivos em geral, são observados prejuízos substanciais a várias funções cognitivas cujas alterações cognitivas apresentadas são, em grande parte, semelhantes àquelas relacionadas a alterações do funcionamento do córtex pré-frontal. A função executiva é um dos principais domínios cognitivos afetados nos transtornos depressivos, geralmente avaliada por testes como Trail Making e o teste de Stroop. A presença de depressão em pacientes puerperais parece intensificar as alterações cognitivas, especialmente as funções associadas ao lobo frontal, além do que, também prejudicam o comportamento causando danos no funcionamento social global. No presente estudo, randomizado, controlado e duplo-cego, investigaram-se os possíveis efeitos da EMTr no funcionamento cognitivo e sua repercussão comportamental: Estimulação Magnética Transcraniana de repetição (EMTr) aplicada ao córtex prefrontal dorsolateral esquerdo (CPFDLE). Uma amostra inicial de dez pacientes com DPP foram distribuídos em dois grupos. Sete participantes de um dos grupos receberam EMTr ativa e três, do grupo controle, EMTr placebo. Os parâmetros utilizados na EMTr foram: freqüência de 5 Hz, intensidade de 120% do limiar motor, em intervalos de 10 segundos ligado e 20 segundos desligado, com 25 séries por dia (2500 pulsos), durante 20 dias (quatro semanas) com dois dias de pausa semanal. Os pacientes e os avaliadores eram cegos ao tipo de tratamento de cada grupo. A avaliação neuropsicológica se deu através de testes cognitivos relacionados às funções prejudicadas em quadros depressivos e com a área estimulada (CPFDLE). Foram também aplicadas as escalas de Adequação Social (EAS) de Weissmann e Bothwell para avaliar o comportamento funcional social global, de depressão de Hamilton, 17 itens, e de depressão pós-parto de Edinburgh. As avaliações foram realizadas em três momentos: antes do início do tratamento (T0), após 4 semanas (T2) e após 6 semanas (T3). Como principais resultados foram observadas: melhora significativa no quadro depressivo ao longo do tratamento e um melhor ajustamento comportamental no funcionamento social global geral, especialmente no contexto das relações familiares; ausência de efeitos negativos em todos os testes cognitivos após o tratamento com EMTr; desempenho superior do grupo EMTr ativa em comparação com o grupo EMTr placebo, principalmente no teste de Rey auditory Verbal Learning (RAVLT) evocação pós-interferência e tardia pós-trinta minutos, no teste Trail Making Parte A e no teste de Stroop Cores. Além disso, o melhor desempenho cognitivo observado no grupo EMTr ativa viii comparado ao grupo EMTr placebo, entre T0 e T4, foi mantido na semana 6 (T6) e por vezes até melhorou sutilmente, indicando que o efeito da estimulação mantém-se estável por, pelo menos 2 semanas após o término do tratamento. Discutem-se como possíveis fatores para esses resultados: ação local da EMTr, alteração dos níveis de alguns neurotransmissores como dopamina e serotonina, relação com a melhoria do quadro depressivo e possível efeito de aprendizado pela repetição em curto período de tempo entre as testagens. Concluí-se que, baseados em uma amostra de apenas 10 pacientes, a EMTr, no que diz respeito aos efeitos antidepressivos, no comportamento frente ao funcionamento social global e às funções cognitivas, não produziu efeitos negativos e sim, produziu alguns efeitos positivos. Esta melhora é de fundamental importância, para o bem estar da mãe e conseqüentemente para o desenvolvimento neuropsicomotor, afetivo e comportamental do bebê. Isto trará desdobramentos que poderão perdurar por toda uma vida para esta criança. Além disto, a segurança da EMT, já amplamente comprovada em outros estudos, poderá, em um futuro próximo, torná-la terapêutica de primeira escolha para este grupo de pacientes.
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spelling Efeitos neurocognitivos e comportamentais da estimulação magnética transcraniana em puérperas com depressão pós-partoNeurocognitive and behavioral effects of transcranial magnetic stimulation in puerperal patients with postpartum depressionAssessmentAvaliaçãoBehaviorCogniçãoCognitionComportamentoDepressão pós-partoEstimulação magnética transcranianaPostpartum depression (PPD)Transcranial magnetic stimulation (rTMS)A depressão pós-parto (DPP), tal como o episódio depressivo maior, é uma manifestação psiquiátrica comum, caracterizada pela presença de alterações de humor, cognitivas, comportamentais, psicomotoras e vegetativas. Afeta a qualidade da interação mãe-bebê prejudicando a responsividade materna o que pode repercurtir negativamente na manutenção salutar do desenvolvimento da criança. Esta manifestação apresenta prevalência estimada entre 10 e 20%, considerando as mulheres que desenvolvem sintomas nas primeiras semanas depois do parto. As opções de tratamento incluem drogas antidepressivas e eletroconvulsoterapia (com anestesia). Porém, como ambas terapêuticas envolvem abordagens farmacológicas, há contra-indicação devido à toxidade que impediria a amamentação. Entretanto, existe uma preocupação sobre como garantir a eficácia do tratamento sem prejudicar o bebê. A Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva (EMTr), por ser uma técnica já consagrada quanto a eficácia antidepressiva, não toxicológica, indolor, não invasiva e bem tolerada para estimular o cérebro, parece ser uma boa alternativa de tratamento. Nos quadros depressivos em geral, são observados prejuízos substanciais a várias funções cognitivas cujas alterações cognitivas apresentadas são, em grande parte, semelhantes àquelas relacionadas a alterações do funcionamento do córtex pré-frontal. A função executiva é um dos principais domínios cognitivos afetados nos transtornos depressivos, geralmente avaliada por testes como Trail Making e o teste de Stroop. A presença de depressão em pacientes puerperais parece intensificar as alterações cognitivas, especialmente as funções associadas ao lobo frontal, além do que, também prejudicam o comportamento causando danos no funcionamento social global. No presente estudo, randomizado, controlado e duplo-cego, investigaram-se os possíveis efeitos da EMTr no funcionamento cognitivo e sua repercussão comportamental: Estimulação Magnética Transcraniana de repetição (EMTr) aplicada ao córtex prefrontal dorsolateral esquerdo (CPFDLE). Uma amostra inicial de dez pacientes com DPP foram distribuídos em dois grupos. Sete participantes de um dos grupos receberam EMTr ativa e três, do grupo controle, EMTr placebo. Os parâmetros utilizados na EMTr foram: freqüência de 5 Hz, intensidade de 120% do limiar motor, em intervalos de 10 segundos ligado e 20 segundos desligado, com 25 séries por dia (2500 pulsos), durante 20 dias (quatro semanas) com dois dias de pausa semanal. Os pacientes e os avaliadores eram cegos ao tipo de tratamento de cada grupo. A avaliação neuropsicológica se deu através de testes cognitivos relacionados às funções prejudicadas em quadros depressivos e com a área estimulada (CPFDLE). Foram também aplicadas as escalas de Adequação Social (EAS) de Weissmann e Bothwell para avaliar o comportamento funcional social global, de depressão de Hamilton, 17 itens, e de depressão pós-parto de Edinburgh. As avaliações foram realizadas em três momentos: antes do início do tratamento (T0), após 4 semanas (T2) e após 6 semanas (T3). Como principais resultados foram observadas: melhora significativa no quadro depressivo ao longo do tratamento e um melhor ajustamento comportamental no funcionamento social global geral, especialmente no contexto das relações familiares; ausência de efeitos negativos em todos os testes cognitivos após o tratamento com EMTr; desempenho superior do grupo EMTr ativa em comparação com o grupo EMTr placebo, principalmente no teste de Rey auditory Verbal Learning (RAVLT) evocação pós-interferência e tardia pós-trinta minutos, no teste Trail Making Parte A e no teste de Stroop Cores. Além disso, o melhor desempenho cognitivo observado no grupo EMTr ativa viii comparado ao grupo EMTr placebo, entre T0 e T4, foi mantido na semana 6 (T6) e por vezes até melhorou sutilmente, indicando que o efeito da estimulação mantém-se estável por, pelo menos 2 semanas após o término do tratamento. Discutem-se como possíveis fatores para esses resultados: ação local da EMTr, alteração dos níveis de alguns neurotransmissores como dopamina e serotonina, relação com a melhoria do quadro depressivo e possível efeito de aprendizado pela repetição em curto período de tempo entre as testagens. Concluí-se que, baseados em uma amostra de apenas 10 pacientes, a EMTr, no que diz respeito aos efeitos antidepressivos, no comportamento frente ao funcionamento social global e às funções cognitivas, não produziu efeitos negativos e sim, produziu alguns efeitos positivos. Esta melhora é de fundamental importância, para o bem estar da mãe e conseqüentemente para o desenvolvimento neuropsicomotor, afetivo e comportamental do bebê. Isto trará desdobramentos que poderão perdurar por toda uma vida para esta criança. Além disto, a segurança da EMT, já amplamente comprovada em outros estudos, poderá, em um futuro próximo, torná-la terapêutica de primeira escolha para este grupo de pacientes.The postpartum depression (PPD) as the major depressive episode is a common psychiatric manifestation, characterized by the presence of mood, cognitive, behavioral, psychomotor and vegetative changes. It affects the quality of mother-infant interaction jeopardizing the maternal responsiveness, which may adversely affect the maintenance of a healthy development of children. This event presents the estimated dominance between 10 and 20%, taking into account women who develop symptoms in the first weeks after delivery. Treatment options include antidepressant drugs and electroconvulsive therapy (with anesthetic). However, as both treatments involve pharmacological approaches, there is counter-indication because of toxicity that would preclude breastfeeding. Nevertheless, there is concern about the efficiency of the treatment without causing any harm to the baby. The repetitive Transcranial Magnetic Stimulation (rTMS), as it is a technique already established for antidepressant efficacy, non-toxic, painless, non-invasive and well-tolerated to stimulate the brain, it seems to be a good alternative for treatment. For general depressive conditions, substantial damages have been noticed to several cognitive functions, in which the presented cognitive changes are, in large part, similar to those related to changes in the functioning of the pre-frontal cortex (PFC). The executive function is one of the major cognitive domains affected in depressive disorders, usually assessed by tests such as Trail Making and Stroop test. The presence of depression in puerperal patients seems to strengthen cognitive changes; especially those associated to frontal lobe functions, in addition to that, it also affects the behavior causing harm to the overall social functioning. In this study, randomized, controlled and double-blind, possible effects of rTMS in the cognitive functioning and its behavioral effect were assessed: Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation (rTMS) applied to left-dorsum-lateral-prefrontal-cortex (LDLPC). An initial sample of ten patients with PPD was divided into two groups. Firstly, seven participants in one of the groups received active rTMS and, three, of the control group, placebo rTMS. The parameters used in rTMS were: frequency of 5 Hz, intensity of 120% of the motor threshold, at intervals of 10 seconds on and 20 seconds off, with 25 sets per day (2500 pulses), during 20 days (four weeks) with two days of rest per week. Patients and evaluators were blinded to the type of treatment for each group. The neuropsychological assessment was carried out by means of cognitive tests related to impaired functions in depressive conditions and with the stimulated area (LDLPC). Social Adjustment Scal (SAS-SR) of Weissmann & Bothwell was also applied to assess the overall social functional behavior, of Hamilton depression, 17 items, and Edinburg postpartum depression. Evaluations were performed on three occasions: before starting the treatment (T0), after 4 weeks (T2) and after 6 weeks (T3). The main results were: significant improvement regarding the depression condition throughout the treatment and a better behavioral adjustment in the general overall social functioning, especially in the context of family relationships, lack of negative effects on all cognitive tests after treatment with rTMS; superior performance of the active rTMS group compared to the placebo rTMS group, especially in the Rey Auditory Verbal Learning Test (RAVLT) post-interference and late evocation after thirty minutes in the Trail Making Test - Part A and the Colors - Stroop Test. Further, the best cognitive performance was observed in the active rTMS group compared to placebo rTMS group, between T0 and T4, was maintained at week 6 (T6) and sometimes even improved slightly, indicating that the effect of the stimulation remains stable by at least 2 x weeks after the end of the treatment. It has been discussed as possible factors for these results: local rTMS action, change in the levels of some neurotransmitters such as dopamine and serotonin, relationship with the improvement of the depressive condition and possible learning effect by repetition within a short period of time between tests. Ergo, based on a sample of only 10 patients, the rTMS, regarding antidepressant effects, the behavior compared to the overall social functioning and cognitive functions, it did not yield negative effects, however it rendered some positive effects. This improvement is of primary importance for the welfare of the mother hence to the babys neuro-psychomotor, emotional and behavioral development. This will bring further outcomes that may last for the whole life for this child. In addition, the safety of TMS, which has been already proven in other researches, may, in the near future, make it a first-choice therapy for this group of patientsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMarcolin, Marco AntonioMyczkowski, Martin Luiz2009-09-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-09122009-111406/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:00Zoai:teses.usp.br:tde-09122009-111406Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description A depressão pós-parto (DPP), tal como o episódio depressivo maior, é uma manifestação psiquiátrica comum, caracterizada pela presença de alterações de humor, cognitivas, comportamentais, psicomotoras e vegetativas. Afeta a qualidade da interação mãe-bebê prejudicando a responsividade materna o que pode repercurtir negativamente na manutenção salutar do desenvolvimento da criança. Esta manifestação apresenta prevalência estimada entre 10 e 20%, considerando as mulheres que desenvolvem sintomas nas primeiras semanas depois do parto. As opções de tratamento incluem drogas antidepressivas e eletroconvulsoterapia (com anestesia). Porém, como ambas terapêuticas envolvem abordagens farmacológicas, há contra-indicação devido à toxidade que impediria a amamentação. Entretanto, existe uma preocupação sobre como garantir a eficácia do tratamento sem prejudicar o bebê. A Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva (EMTr), por ser uma técnica já consagrada quanto a eficácia antidepressiva, não toxicológica, indolor, não invasiva e bem tolerada para estimular o cérebro, parece ser uma boa alternativa de tratamento. Nos quadros depressivos em geral, são observados prejuízos substanciais a várias funções cognitivas cujas alterações cognitivas apresentadas são, em grande parte, semelhantes àquelas relacionadas a alterações do funcionamento do córtex pré-frontal. A função executiva é um dos principais domínios cognitivos afetados nos transtornos depressivos, geralmente avaliada por testes como Trail Making e o teste de Stroop. A presença de depressão em pacientes puerperais parece intensificar as alterações cognitivas, especialmente as funções associadas ao lobo frontal, além do que, também prejudicam o comportamento causando danos no funcionamento social global. No presente estudo, randomizado, controlado e duplo-cego, investigaram-se os possíveis efeitos da EMTr no funcionamento cognitivo e sua repercussão comportamental: Estimulação Magnética Transcraniana de repetição (EMTr) aplicada ao córtex prefrontal dorsolateral esquerdo (CPFDLE). Uma amostra inicial de dez pacientes com DPP foram distribuídos em dois grupos. Sete participantes de um dos grupos receberam EMTr ativa e três, do grupo controle, EMTr placebo. Os parâmetros utilizados na EMTr foram: freqüência de 5 Hz, intensidade de 120% do limiar motor, em intervalos de 10 segundos ligado e 20 segundos desligado, com 25 séries por dia (2500 pulsos), durante 20 dias (quatro semanas) com dois dias de pausa semanal. Os pacientes e os avaliadores eram cegos ao tipo de tratamento de cada grupo. A avaliação neuropsicológica se deu através de testes cognitivos relacionados às funções prejudicadas em quadros depressivos e com a área estimulada (CPFDLE). Foram também aplicadas as escalas de Adequação Social (EAS) de Weissmann e Bothwell para avaliar o comportamento funcional social global, de depressão de Hamilton, 17 itens, e de depressão pós-parto de Edinburgh. As avaliações foram realizadas em três momentos: antes do início do tratamento (T0), após 4 semanas (T2) e após 6 semanas (T3). Como principais resultados foram observadas: melhora significativa no quadro depressivo ao longo do tratamento e um melhor ajustamento comportamental no funcionamento social global geral, especialmente no contexto das relações familiares; ausência de efeitos negativos em todos os testes cognitivos após o tratamento com EMTr; desempenho superior do grupo EMTr ativa em comparação com o grupo EMTr placebo, principalmente no teste de Rey auditory Verbal Learning (RAVLT) evocação pós-interferência e tardia pós-trinta minutos, no teste Trail Making Parte A e no teste de Stroop Cores. Além disso, o melhor desempenho cognitivo observado no grupo EMTr ativa viii comparado ao grupo EMTr placebo, entre T0 e T4, foi mantido na semana 6 (T6) e por vezes até melhorou sutilmente, indicando que o efeito da estimulação mantém-se estável por, pelo menos 2 semanas após o término do tratamento. Discutem-se como possíveis fatores para esses resultados: ação local da EMTr, alteração dos níveis de alguns neurotransmissores como dopamina e serotonina, relação com a melhoria do quadro depressivo e possível efeito de aprendizado pela repetição em curto período de tempo entre as testagens. Concluí-se que, baseados em uma amostra de apenas 10 pacientes, a EMTr, no que diz respeito aos efeitos antidepressivos, no comportamento frente ao funcionamento social global e às funções cognitivas, não produziu efeitos negativos e sim, produziu alguns efeitos positivos. Esta melhora é de fundamental importância, para o bem estar da mãe e conseqüentemente para o desenvolvimento neuropsicomotor, afetivo e comportamental do bebê. Isto trará desdobramentos que poderão perdurar por toda uma vida para esta criança. Além disto, a segurança da EMT, já amplamente comprovada em outros estudos, poderá, em um futuro próximo, torná-la terapêutica de primeira escolha para este grupo de pacientes.
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