Os distintos tipos petrográficos da intrusão Kimberlítica Pântano, Província Alcalina Alto Paranaíba (MG): evidências de um sistema magmático aberto
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44143/tde-03082020-101543/ |
Resumo: | A intrusão Pântano pode ser classificada como um kimberlito hipoabissal, associado ao magmatismo Cretácico da Província Alcalina Alto Paranaíba, no Estado de Minas Gerais. Foram identificados três principais tipos para intrusão Pântano, controlados por diferentes níveis de contaminação crustal, sendo estes caracterizados pelas fases minerais predominantes. O tipo menos contaminado da intrusão é constituído por monticelita disseminada na matriz (Kmtc) e a granada como constituinte traço apresenta evidência de que o magma teria passado por níveis mantélicos profundos, caracterizando a natureza kimberlítica do corpo. O tipo com menor grau de contaminação crustal é caracterizado pela presença de flogopita poiquilítica na matriz (Kphl), interpretada como produto da interação do corpo kimberlítico com material crustal em estágios finais da cristalização. O tipo petrográfico mais contaminado apresenta diopsídio na matriz (Kdiop) em regiões próximas a enclaves félsicos e monticelita sendo substituída por diopsídio, corroborando com a adição de sílica no sistema. Geoquimicamente, os tipos petrográficos das rochas da intrusão Pântano não apresentam diferenças marcantes, sendo caracterizadas por altos teores de CaO, MgO, K2O e TiO2, baixos teores de SiO2 e expressivo enriquecimento em elementostraços incompatíveis. O tipo petrográfico mais contaminado apresenta o índice de contaminação crustal mais elevado (1,4) em relação às demais amostras. Os enclaves, xenólitos crustais, texturas sugestivas de desequilíbrio em olivina e feições de fusão parcial observadas nas rochas da intrusão Pântano indicam a evolução de um magma em sistema aberto. Os tipos petrográficos caracterizados permitem a interpretação de que houve três eventos de contaminação, que poderiam ocorrer através da assimilação de granitos, filitos e/ou quartzitos. A partir da modelagem geoquímica, é estimada a incorporação de 10 a 40% de fundidos crustais a partir de um magma progenitor com a composição dos fundidos calculados para a intrusão Pântano. Com o auxílio de petrografia de detalhe, foram caracterizadas as populações mineralógicas cognatas e xenocristalinas do corpo intrusivo. Os núcleos das populações de olivina (Fo89-92,5) sugerem origem de um manto da região dos granadaespinélio peridotitos, já as bordas são consideradas sobrecrescimentos cognatos ao fundido kimberlítico. A população de antecristais de olivina caracteriza-se pelos núcleos enriquecidos em Fe. As populações de flogopita possuem origens distintas, podendo ser caracterizadas como cognatas, antecristais ou xenocristais (alto Ti e Cr) similares àqueles descritos para a suíte MARID. A partir do desconto das populações xenocristalinas, foi calculada a possível composição do fundido que daria origem a intrusão. As composições estimadas para os fundidos são enriquecidas em TiO2, Al2O3, CaO e K2O e em elementos-traço incompatíveis quando comparadas aos valores de rocha total, e tais fundidos assemelham-se às composições de fundidos de olivina lamproítos estimadas mundo afora. Os fundidos calculados para intrusão Pântano possuem caráter ultrapotássico, similarmente à fundidos kamafugíticos, o que corrobora com a hipótese de que kimberlitos contaminados poderiam ter composições semelhantes às de kamafugitos. |
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Os distintos tipos petrográficos da intrusão Kimberlítica Pântano, Província Alcalina Alto Paranaíba (MG): evidências de um sistema magmático abertonot availableContaminação crustalCrustal contaminationKimberlitesKimberlitosMantle xenocrystsXenocristais mantélicosA intrusão Pântano pode ser classificada como um kimberlito hipoabissal, associado ao magmatismo Cretácico da Província Alcalina Alto Paranaíba, no Estado de Minas Gerais. Foram identificados três principais tipos para intrusão Pântano, controlados por diferentes níveis de contaminação crustal, sendo estes caracterizados pelas fases minerais predominantes. O tipo menos contaminado da intrusão é constituído por monticelita disseminada na matriz (Kmtc) e a granada como constituinte traço apresenta evidência de que o magma teria passado por níveis mantélicos profundos, caracterizando a natureza kimberlítica do corpo. O tipo com menor grau de contaminação crustal é caracterizado pela presença de flogopita poiquilítica na matriz (Kphl), interpretada como produto da interação do corpo kimberlítico com material crustal em estágios finais da cristalização. O tipo petrográfico mais contaminado apresenta diopsídio na matriz (Kdiop) em regiões próximas a enclaves félsicos e monticelita sendo substituída por diopsídio, corroborando com a adição de sílica no sistema. Geoquimicamente, os tipos petrográficos das rochas da intrusão Pântano não apresentam diferenças marcantes, sendo caracterizadas por altos teores de CaO, MgO, K2O e TiO2, baixos teores de SiO2 e expressivo enriquecimento em elementostraços incompatíveis. O tipo petrográfico mais contaminado apresenta o índice de contaminação crustal mais elevado (1,4) em relação às demais amostras. Os enclaves, xenólitos crustais, texturas sugestivas de desequilíbrio em olivina e feições de fusão parcial observadas nas rochas da intrusão Pântano indicam a evolução de um magma em sistema aberto. Os tipos petrográficos caracterizados permitem a interpretação de que houve três eventos de contaminação, que poderiam ocorrer através da assimilação de granitos, filitos e/ou quartzitos. A partir da modelagem geoquímica, é estimada a incorporação de 10 a 40% de fundidos crustais a partir de um magma progenitor com a composição dos fundidos calculados para a intrusão Pântano. Com o auxílio de petrografia de detalhe, foram caracterizadas as populações mineralógicas cognatas e xenocristalinas do corpo intrusivo. Os núcleos das populações de olivina (Fo89-92,5) sugerem origem de um manto da região dos granadaespinélio peridotitos, já as bordas são consideradas sobrecrescimentos cognatos ao fundido kimberlítico. A população de antecristais de olivina caracteriza-se pelos núcleos enriquecidos em Fe. As populações de flogopita possuem origens distintas, podendo ser caracterizadas como cognatas, antecristais ou xenocristais (alto Ti e Cr) similares àqueles descritos para a suíte MARID. A partir do desconto das populações xenocristalinas, foi calculada a possível composição do fundido que daria origem a intrusão. As composições estimadas para os fundidos são enriquecidas em TiO2, Al2O3, CaO e K2O e em elementos-traço incompatíveis quando comparadas aos valores de rocha total, e tais fundidos assemelham-se às composições de fundidos de olivina lamproítos estimadas mundo afora. Os fundidos calculados para intrusão Pântano possuem caráter ultrapotássico, similarmente à fundidos kamafugíticos, o que corrobora com a hipótese de que kimberlitos contaminados poderiam ter composições semelhantes às de kamafugitos.The Pântano intrusion can be classified as a hypabyssal kimberlite, associated with the Cretaceous magmatism of the Alto Paranaíba Alkaline Province, in the State of Minas Gerais. Three main petrographic types of Pântano intrusion were identified, controlled by different levels of crustal contamination, characterized by the predominant mineral phases. The least contaminated type of intrusion is constituted by widespread monticellite in the matrix (Kmtc) and the garnet as a trace constituent shows evidence that the magma had gone through deep mantle levels, characterizing the kimberlitic nature of the intrusion. The type with a lower degree of crustal contamination is characterized by the presence of poikilitic phlogopite in the matrix (Kphl), interpreted as a product of the interaction of the kimberlitic intrusion with crustal material in the final stages of crystallization. The most contaminated petrographic type presents diopside in matrix (Kdiop) in regions near felsic enclaves, and monticellite being replaced by diopside, corroborating the addition of silica in the system. Geochemically, the petrographic types of the Pântano intrusion rocks do not present marked differences, being characterized by high CaO, MgO, K2O and TiO2 contents, low SiO2 contents and expressive enrichment in incompatible trace elements. The most contaminated petrographic type presents the highest crustal contamination index (1,4) in relation to the other samples. The enclaves, crustal xenoliths, textures suggestive of olivine disequilibrium and partial fusion features observed in the Pântano intrusion rocks indicate the evolution of an open system magma. The petrographic types characterized allow the interpretation that there were three contamination events, which could occur through the assimilation of granites, phyllites and/or quartzites. From geochemical modeling, it is estimated an addition of 10 to 40% of crustal melts from a parental magma with the melt composition calculated for the Pântano intrusion. With detailed petrography, the cognate and xenocrystalline mineralogical populations of the intrusive body were characterized. Olivine core population (Fo89-92,5) suggest origin of a mantle from the peridotite garnet-spinel region, whereas the rims are considered cognate overgrowths to the kimberlitic pulse. The population of olivine antecrystals is characterized by Fe-enriched cores. Phlogopite populations have distinct origins and can be characterized as cognate, antecrystals or xenocrystals (high Ti and Cr) similar to those described for MARID suite. From the xenocrystalline population discount, the possible melt composition that would give rise to the intrusion was calculated. Estimated melt compositions are enriched in TiO2, Al2O3, CaO and K2O and incompatible trace elements when compared to whole-rock values, and such melts resemble the estimated olivine lamproit melt compositions worldwide. Pântano intrusion melts have an ultrapotassic character, similar to kamafugitic melts, which corroborates the hypothesis that contaminated kimberlite could have similar compositions to kamafugites.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAzzone, Rogério GuitarrariShibata, Camila Sayuri Vasconcelos2019-10-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44143/tde-03082020-101543/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-08-11T17:39:02Zoai:teses.usp.br:tde-03082020-101543Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-08-11T17:39:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A intrusão Pântano pode ser classificada como um kimberlito hipoabissal, associado ao magmatismo Cretácico da Província Alcalina Alto Paranaíba, no Estado de Minas Gerais. Foram identificados três principais tipos para intrusão Pântano, controlados por diferentes níveis de contaminação crustal, sendo estes caracterizados pelas fases minerais predominantes. O tipo menos contaminado da intrusão é constituído por monticelita disseminada na matriz (Kmtc) e a granada como constituinte traço apresenta evidência de que o magma teria passado por níveis mantélicos profundos, caracterizando a natureza kimberlítica do corpo. O tipo com menor grau de contaminação crustal é caracterizado pela presença de flogopita poiquilítica na matriz (Kphl), interpretada como produto da interação do corpo kimberlítico com material crustal em estágios finais da cristalização. O tipo petrográfico mais contaminado apresenta diopsídio na matriz (Kdiop) em regiões próximas a enclaves félsicos e monticelita sendo substituída por diopsídio, corroborando com a adição de sílica no sistema. Geoquimicamente, os tipos petrográficos das rochas da intrusão Pântano não apresentam diferenças marcantes, sendo caracterizadas por altos teores de CaO, MgO, K2O e TiO2, baixos teores de SiO2 e expressivo enriquecimento em elementostraços incompatíveis. O tipo petrográfico mais contaminado apresenta o índice de contaminação crustal mais elevado (1,4) em relação às demais amostras. Os enclaves, xenólitos crustais, texturas sugestivas de desequilíbrio em olivina e feições de fusão parcial observadas nas rochas da intrusão Pântano indicam a evolução de um magma em sistema aberto. Os tipos petrográficos caracterizados permitem a interpretação de que houve três eventos de contaminação, que poderiam ocorrer através da assimilação de granitos, filitos e/ou quartzitos. A partir da modelagem geoquímica, é estimada a incorporação de 10 a 40% de fundidos crustais a partir de um magma progenitor com a composição dos fundidos calculados para a intrusão Pântano. Com o auxílio de petrografia de detalhe, foram caracterizadas as populações mineralógicas cognatas e xenocristalinas do corpo intrusivo. Os núcleos das populações de olivina (Fo89-92,5) sugerem origem de um manto da região dos granadaespinélio peridotitos, já as bordas são consideradas sobrecrescimentos cognatos ao fundido kimberlítico. A população de antecristais de olivina caracteriza-se pelos núcleos enriquecidos em Fe. As populações de flogopita possuem origens distintas, podendo ser caracterizadas como cognatas, antecristais ou xenocristais (alto Ti e Cr) similares àqueles descritos para a suíte MARID. A partir do desconto das populações xenocristalinas, foi calculada a possível composição do fundido que daria origem a intrusão. As composições estimadas para os fundidos são enriquecidas em TiO2, Al2O3, CaO e K2O e em elementos-traço incompatíveis quando comparadas aos valores de rocha total, e tais fundidos assemelham-se às composições de fundidos de olivina lamproítos estimadas mundo afora. Os fundidos calculados para intrusão Pântano possuem caráter ultrapotássico, similarmente à fundidos kamafugíticos, o que corrobora com a hipótese de que kimberlitos contaminados poderiam ter composições semelhantes às de kamafugitos. |
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