Balística externa e terminal de projéteis de baixa velocidade em armas de fogo curtas associadas à simulação de lesões em gelatina balística a 10%
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17143/tde-29092022-175202/ |
Resumo: | O presente estudo avaliou a balística externa e a balística terminal de projéteis de baixa velocidade (i.e., velocidades menores que 609,6 m/s), disparados por armas de fogo curtas em blocos com dimensões de 40 x 15 x 15 cm, confeccionados por gelatina balística a 10% e previamente armazenados em 4 ºC. No campo da balística externa, o presente estudo propôs a avaliação das características de voo dos projéteis utilizados nos testes balísticos, através de dados sobre a velocidade (em m/s) e a energia (J) atingidas em comparação com os valores informados pelos fabricantes das munições analisadas. Já no campo da balística terminal, este estudo traz em sua metodologia a análise da expressividade das cavidades permanentes geradas com os testes em gelatina balística a 10%, a partir da coleta de dados amostrais em relação à penetrabilidade das munições avaliadas e à expansão bidimensional causada pelo projétil no interior do bloco de gelatina após o tiro. Foram utilizados, para coleta amostral de acordo com as munições testadas, os respectivos calibres: 1) 9 mm Luger (9x19); 2) .38 SPL; 3) .40 S&W; 4) .380 ACP; 5) .45 ACP; 6) .22 LR; 7) .454 Casull; 8) .357 Magnum; 9) .357 SIG; e, finalmente, 10) 10 mm AUTO. Em termos de balística externa, observou-se, na prática, que a velocidade não é o fator mais importante a ser considerado na formação de ferimentos balísticos. Em termos de balística terminal, observou-se que tanto munições que variam muito, quanto munições que variam pouco em relação aos valores dos fabricantes, podem igualmente fracassar no teste de alcance das 12\" de penetração. Contudo, isto não mostrou ser um padrão, pois observou-se, por exemplo, que algumas munições que apresentaram pouca variação em relação ao fabricante, tiveram, em contrapartida, um excelente desempenho em balística terminal. Ademais, notou-se que munições que fracassaram no teste de alcance das 12\" de penetração ainda apresentaram bons valores de expansão vertical média. Algumas munições foram capazes, inclusive, de triplicar os valores de expansão vertical média em seus pontos de expansão vertical máxima. Baseando-se na natureza preliminar dos testes balísticos realizados no presente trabalho, um novo estudo deve ser planejado, desta vez com amostras maiores e repetições entre cada tipo de munição estudada, para fins de estatísticas mais fortes e efetivamente válidas. Em termos gerais, os resultados permitem observar que o modelo de gelatina balística a 10% desenvolvido na pesquisa em questão é um modelo viável e devidamente padronizado para o estudo dos mais diferentes tipos e graus de severidade de lesões balísticas na prática, sem que haja o questionamento ético pelo uso de animais e/ou cadáveres, abrindo portas, inclusive, para um cenário de pesquisas científicas pouco ou quase nada exploradas no âmbito acadêmico brasileiro atualmente. |
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Balística externa e terminal de projéteis de baixa velocidade em armas de fogo curtas associadas à simulação de lesões em gelatina balística a 10%External and terminal ballistics of low-velocity projectiles in handguns associated with the simulation of injuries in 10% ballistic gelatinBalística forenseCiências forensesFerimentos penetrantesFerimentos por arma de fogoForensic ballisticsForensic sciencesGelatinGelatinaGunshot woundsPenetrating woundsO presente estudo avaliou a balística externa e a balística terminal de projéteis de baixa velocidade (i.e., velocidades menores que 609,6 m/s), disparados por armas de fogo curtas em blocos com dimensões de 40 x 15 x 15 cm, confeccionados por gelatina balística a 10% e previamente armazenados em 4 ºC. No campo da balística externa, o presente estudo propôs a avaliação das características de voo dos projéteis utilizados nos testes balísticos, através de dados sobre a velocidade (em m/s) e a energia (J) atingidas em comparação com os valores informados pelos fabricantes das munições analisadas. Já no campo da balística terminal, este estudo traz em sua metodologia a análise da expressividade das cavidades permanentes geradas com os testes em gelatina balística a 10%, a partir da coleta de dados amostrais em relação à penetrabilidade das munições avaliadas e à expansão bidimensional causada pelo projétil no interior do bloco de gelatina após o tiro. Foram utilizados, para coleta amostral de acordo com as munições testadas, os respectivos calibres: 1) 9 mm Luger (9x19); 2) .38 SPL; 3) .40 S&W; 4) .380 ACP; 5) .45 ACP; 6) .22 LR; 7) .454 Casull; 8) .357 Magnum; 9) .357 SIG; e, finalmente, 10) 10 mm AUTO. Em termos de balística externa, observou-se, na prática, que a velocidade não é o fator mais importante a ser considerado na formação de ferimentos balísticos. Em termos de balística terminal, observou-se que tanto munições que variam muito, quanto munições que variam pouco em relação aos valores dos fabricantes, podem igualmente fracassar no teste de alcance das 12\" de penetração. Contudo, isto não mostrou ser um padrão, pois observou-se, por exemplo, que algumas munições que apresentaram pouca variação em relação ao fabricante, tiveram, em contrapartida, um excelente desempenho em balística terminal. Ademais, notou-se que munições que fracassaram no teste de alcance das 12\" de penetração ainda apresentaram bons valores de expansão vertical média. Algumas munições foram capazes, inclusive, de triplicar os valores de expansão vertical média em seus pontos de expansão vertical máxima. Baseando-se na natureza preliminar dos testes balísticos realizados no presente trabalho, um novo estudo deve ser planejado, desta vez com amostras maiores e repetições entre cada tipo de munição estudada, para fins de estatísticas mais fortes e efetivamente válidas. Em termos gerais, os resultados permitem observar que o modelo de gelatina balística a 10% desenvolvido na pesquisa em questão é um modelo viável e devidamente padronizado para o estudo dos mais diferentes tipos e graus de severidade de lesões balísticas na prática, sem que haja o questionamento ético pelo uso de animais e/ou cadáveres, abrindo portas, inclusive, para um cenário de pesquisas científicas pouco ou quase nada exploradas no âmbito acadêmico brasileiro atualmente.The present study evaluated the external ballistics and terminal ballistics of low velocity projectiles (i.e., velocities lower than 2.000 ft/s), fired by short-barrel firearms in blocks measuring 16 x 6 x 6\", made of 10% ballistic gelatin previously stored at 4°C. In the field of external ballistics, the present study proposed the evaluation of the flight characteristics of the projectiles used in the ballistic tests, through data on the speed and energy reached in comparison with the values reported by the manufacturers of the same analyzed ammunition. In the field of terminal ballistics, this study brings in its methodology the analysis of the expressiveness of the permanent cavities generated with the tests in 10% ballistic gelatin, from the collection of sample data in relation to the penetrability of the evaluated ammunition and the two-dimensional expansion caused by the projectile inside the gelatin block after the shot. For sample collection according to the tested ammunition, the respective calibers were used: 1) 9 mm Luger (9x19); 2) .38 SPL; 3) .40 S&W; 4) .380 ACP; 5) .45 ACP; 6) .22 LR; 7) .454 Casull; 8) .357 Magnum; 9) .357 SIG; and 10) 10 mm AUTO. In terms of external ballistics, it has been observed, in practice, that speed is not the most important factor to be considered in the formation of ballistic wounds. In terms of terminal ballistics, it was observed that both ammunitions that vary widely and ammunitions that vary little from manufacturers\' values can equally fail the 12\" penetration range test. However, this did not prove to be a pattern, as it was observed, for example, that some ammunitions that showed little variation in relation to its manufacturer, had, on the other hand, an excellent performance in terminal ballistics. Furthermore, it was noted that ammunition that failed the 12\" penetration range test still had good average vertical expansion values. Some ammunitions were even able to triple the average vertical expansion values at their maximum vertical expansion points. Based on the preliminary nature of the ballistic tests performed in the present work, a new study should be planned, this time with larger samples and repetitions between each type of ammunition studied, for the purpose of stronger and effectively valid statistics. In general terms, the results allow us to observe that the 10% ballistic gelatin model developed in this research is a viable and properly standardized model for the study of the most different types and degrees of severity of ballistic injuries in practice, without there being any of the ethical questioning by the use of animals and/or corpses, even opening doors to a little or almost nothing explored scientific research scenario in the brazilian academic scope nowadays.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPIssa, João Paulo MardeganSantos, Lucas Meciano Pereira dos2022-07-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17143/tde-29092022-175202/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-07-20T13:00:03Zoai:teses.usp.br:tde-29092022-175202Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-07-20T13:00:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O presente estudo avaliou a balística externa e a balística terminal de projéteis de baixa velocidade (i.e., velocidades menores que 609,6 m/s), disparados por armas de fogo curtas em blocos com dimensões de 40 x 15 x 15 cm, confeccionados por gelatina balística a 10% e previamente armazenados em 4 ºC. No campo da balística externa, o presente estudo propôs a avaliação das características de voo dos projéteis utilizados nos testes balísticos, através de dados sobre a velocidade (em m/s) e a energia (J) atingidas em comparação com os valores informados pelos fabricantes das munições analisadas. Já no campo da balística terminal, este estudo traz em sua metodologia a análise da expressividade das cavidades permanentes geradas com os testes em gelatina balística a 10%, a partir da coleta de dados amostrais em relação à penetrabilidade das munições avaliadas e à expansão bidimensional causada pelo projétil no interior do bloco de gelatina após o tiro. Foram utilizados, para coleta amostral de acordo com as munições testadas, os respectivos calibres: 1) 9 mm Luger (9x19); 2) .38 SPL; 3) .40 S&W; 4) .380 ACP; 5) .45 ACP; 6) .22 LR; 7) .454 Casull; 8) .357 Magnum; 9) .357 SIG; e, finalmente, 10) 10 mm AUTO. Em termos de balística externa, observou-se, na prática, que a velocidade não é o fator mais importante a ser considerado na formação de ferimentos balísticos. Em termos de balística terminal, observou-se que tanto munições que variam muito, quanto munições que variam pouco em relação aos valores dos fabricantes, podem igualmente fracassar no teste de alcance das 12\" de penetração. Contudo, isto não mostrou ser um padrão, pois observou-se, por exemplo, que algumas munições que apresentaram pouca variação em relação ao fabricante, tiveram, em contrapartida, um excelente desempenho em balística terminal. Ademais, notou-se que munições que fracassaram no teste de alcance das 12\" de penetração ainda apresentaram bons valores de expansão vertical média. Algumas munições foram capazes, inclusive, de triplicar os valores de expansão vertical média em seus pontos de expansão vertical máxima. Baseando-se na natureza preliminar dos testes balísticos realizados no presente trabalho, um novo estudo deve ser planejado, desta vez com amostras maiores e repetições entre cada tipo de munição estudada, para fins de estatísticas mais fortes e efetivamente válidas. Em termos gerais, os resultados permitem observar que o modelo de gelatina balística a 10% desenvolvido na pesquisa em questão é um modelo viável e devidamente padronizado para o estudo dos mais diferentes tipos e graus de severidade de lesões balísticas na prática, sem que haja o questionamento ético pelo uso de animais e/ou cadáveres, abrindo portas, inclusive, para um cenário de pesquisas científicas pouco ou quase nada exploradas no âmbito acadêmico brasileiro atualmente. |
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