Inteligibilidade de fala em trabalhadores expostos a ruído com protetores auditivos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rocha, Clayton Henrique
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-09082017-123419/
Resumo: Introdução: O ruído é um dos principais agentes de poluição ambiental, que em intensidades elevadas, poderá causar a perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevadas (PAINPSE). A PAINPSE é o segundo tipo de perda auditiva neurossensorial mais frequente, e considerada uma das principais doenças ocupacionais. Para evitar os prejuízos da exposição ao ruído ocupacional, legislações determinam o monitoramento e o desenvolvimento de ações para reduzir os efeitos da exposição, sendo o uso de dispositivos de proteção auditiva (DPA) a mais empregada. Contudo é comum que o trabalhador relate dificuldades para se comunicar com o DPA, o que pode induzi-lo ao uso inadequado. Os estudos já realizados apresentam discordâncias sobre os efeitos do DPA para a inteligibilidade da fala, além de serem poucos os que compararam participantes com perdas auditivas com normo-ouvintes. Objetivos: Avaliar a inteligibilidade de fala em trabalhadores expostos a ruído durante o uso de DPA. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição nº 130/14, com amostra de 36 participantes, todos do sexo masculino e expostos ao ruído. Foram divididos em grupo normo-ouvintes (G1), com 20 participantes e com perda auditiva (G2), com 16 participantes. Todos os participantes realizaram avaliação da inteligibilidade de fala em campo acústico, utilizando listas de monossílabas e sentenças, em situações de uso do DPA no silêncio e no ruído e sem o uso do DPA no ruído. Resultados: Na avaliação da inteligibilidade de fala com DPA utilizando as monossílabas, ambos os grupos apresentaram porcentagens de acertos superiores à 95% na situação de silêncio. Na presença do ruído com o DPA, não foi detectado efeito de interação envolvendo grupo (p>=0,106) e nem efeito de grupo (p=0,182), mas houve efeito de interação entre intensidade de fala e relação sinal/ruído (S/R) (p=0,006). Na avaliação da inteligibilidade de fala no ruído sem o DPA, foi detectado efeito de interação entre uso do DPA e relação S/R (p=0,010) sobre a média das porcentagens de acertos. Na avaliação com listas de sentenças, a porcentagem de acertos com DPA foram superiores a 98% no silêncio; contudo, no ruído houve piora, com efeito de interação entre intensidade de fala e relação S/R (p=0,010) e entre grupo e relação S/R (p=0,039). Na comparação do uso/não uso do DPA, houve efeito de interação entre uso do DPA e as relações S/R (p=0,009) sobre a média das porcentagens de acertos. Conclusões: Para ambos os grupos, houve piora da inteligibilidade de fala com o aumento da intensidade do ruído; contudo, a dificuldade foi maior para o G2. Na comparação das situações com/sem o uso do DPA, o uso dificultou a inteligibilidade de fala, mas não houve diferença significante entre as situações. Por fim, ressalta-se a importância de realizar mais estudos dos efeitos do DPA na comunicação, além de inserir nas avaliações ocupacionais testes que avaliam a fala no ruído, para determinar as dificuldades que podem surgir no ambiente ocupacional, e assim desenvolver medidas que beneficiem os trabalhadores que necessitam se comunicar durante as atividades laborais
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Para evitar os prejuízos da exposição ao ruído ocupacional, legislações determinam o monitoramento e o desenvolvimento de ações para reduzir os efeitos da exposição, sendo o uso de dispositivos de proteção auditiva (DPA) a mais empregada. Contudo é comum que o trabalhador relate dificuldades para se comunicar com o DPA, o que pode induzi-lo ao uso inadequado. Os estudos já realizados apresentam discordâncias sobre os efeitos do DPA para a inteligibilidade da fala, além de serem poucos os que compararam participantes com perdas auditivas com normo-ouvintes. Objetivos: Avaliar a inteligibilidade de fala em trabalhadores expostos a ruído durante o uso de DPA. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição nº 130/14, com amostra de 36 participantes, todos do sexo masculino e expostos ao ruído. Foram divididos em grupo normo-ouvintes (G1), com 20 participantes e com perda auditiva (G2), com 16 participantes. Todos os participantes realizaram avaliação da inteligibilidade de fala em campo acústico, utilizando listas de monossílabas e sentenças, em situações de uso do DPA no silêncio e no ruído e sem o uso do DPA no ruído. Resultados: Na avaliação da inteligibilidade de fala com DPA utilizando as monossílabas, ambos os grupos apresentaram porcentagens de acertos superiores à 95% na situação de silêncio. Na presença do ruído com o DPA, não foi detectado efeito de interação envolvendo grupo (p>=0,106) e nem efeito de grupo (p=0,182), mas houve efeito de interação entre intensidade de fala e relação sinal/ruído (S/R) (p=0,006). Na avaliação da inteligibilidade de fala no ruído sem o DPA, foi detectado efeito de interação entre uso do DPA e relação S/R (p=0,010) sobre a média das porcentagens de acertos. Na avaliação com listas de sentenças, a porcentagem de acertos com DPA foram superiores a 98% no silêncio; contudo, no ruído houve piora, com efeito de interação entre intensidade de fala e relação S/R (p=0,010) e entre grupo e relação S/R (p=0,039). Na comparação do uso/não uso do DPA, houve efeito de interação entre uso do DPA e as relações S/R (p=0,009) sobre a média das porcentagens de acertos. Conclusões: Para ambos os grupos, houve piora da inteligibilidade de fala com o aumento da intensidade do ruído; contudo, a dificuldade foi maior para o G2. Na comparação das situações com/sem o uso do DPA, o uso dificultou a inteligibilidade de fala, mas não houve diferença significante entre as situações. Por fim, ressalta-se a importância de realizar mais estudos dos efeitos do DPA na comunicação, além de inserir nas avaliações ocupacionais testes que avaliam a fala no ruído, para determinar as dificuldades que podem surgir no ambiente ocupacional, e assim desenvolver medidas que beneficiem os trabalhadores que necessitam se comunicar durante as atividades laboraisIntroduction: Noise is one of the main agents of environmental pollution, and at high intensities, it may provoke noise-induced hearing loss (NIHL). NIHL is the second most frequent type of sensorineural hearing loss and it is considered one of the main occupational diseases. In order to avoid the effects of the exposition to occupational noise, legislation determines the monitoring and development of actions to reduce the effects of such exposure and one of the most applied measure is the mandatory use of hearing protection devices (HPD). However, workers often report difficulties to communicate when using the HPD, what may induce them to use it improperly. Previous studies showed divergences between the effects of HPD on speech intelligibility; besides, few studies compared participants with hearing loss to those with normal hearing. Purpose: To assess speech intelligibility of workers exposed to noise during the use of HPD. Methods: This is a cross-sectional study, approved by the Institution\'s Ethics Committee (nº 130/14) and counted on a sample of 36 participants, all males and exposed to noise. They were distributed into a normal hearing group (G1), with 20 participants and hearing loss group (G2), with 16 participants. All participants were submitted to an assessment of speech intelligibility in free field, using monosyllable and sentence lists, when using the HPD in silence and noise situation, and also without the use of HPD in noise. Results: In the assessment of speech intelligibility with HPD using the monosyllables, both groups presented percentages of correct answers above 95%. In the presence of noise with HPD, there was no interaction effect involving group (p>=0.106) or group effect (p=0.182), but there was found an interaction effect between speech intensity and signal-to-noise ratio (SNR) (p=0.006). In the assessment of speech intelligibility in noise without HPD, an interaction effect between HPD use and SNR (p=0.010) was detected over the mean percentage of correct answers. In the evaluation with lists of sentences, the percentage of correct answers with HPD were superior to 98% in the silence; however, in noise, there was a decrease on the interaction effect between speech intensity and SNR (p = 0.010) and between group and SNR (p = 0.039). In the comparison with/without use of HPD, there was found an interaction effect between hearing protection use and SNR (p = 0.009) on the mean percentage of correct answers. Conclusions: For both groups, it was noticed that speech intelligibility decrease with the increasing of noise intensity; nevertheless, the difficulty was greater for the group with hearing loss. In the comparison of situations with and without the use of HPD, its use made speech intelligibility more challenging, but no significant difference between the situations was found. Finally, it is important to highlight the importance of further studies regarding the effects of HPD on communication and, besides, inserting speech-in-noise tests in occupational examination in order to determine the difficulties that may arise in the occupational environment and thus, develop measures that benefits the workers who need communicate during their labor activitiesBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSamelli, Alessandra GiannellaRocha, Clayton Henrique2017-05-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-09082017-123419/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:38:18Zoai:teses.usp.br:tde-09082017-123419Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:38:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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Rocha, Clayton Henrique
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Efeitos do ruído
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description Introdução: O ruído é um dos principais agentes de poluição ambiental, que em intensidades elevadas, poderá causar a perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevadas (PAINPSE). A PAINPSE é o segundo tipo de perda auditiva neurossensorial mais frequente, e considerada uma das principais doenças ocupacionais. Para evitar os prejuízos da exposição ao ruído ocupacional, legislações determinam o monitoramento e o desenvolvimento de ações para reduzir os efeitos da exposição, sendo o uso de dispositivos de proteção auditiva (DPA) a mais empregada. Contudo é comum que o trabalhador relate dificuldades para se comunicar com o DPA, o que pode induzi-lo ao uso inadequado. Os estudos já realizados apresentam discordâncias sobre os efeitos do DPA para a inteligibilidade da fala, além de serem poucos os que compararam participantes com perdas auditivas com normo-ouvintes. Objetivos: Avaliar a inteligibilidade de fala em trabalhadores expostos a ruído durante o uso de DPA. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição nº 130/14, com amostra de 36 participantes, todos do sexo masculino e expostos ao ruído. Foram divididos em grupo normo-ouvintes (G1), com 20 participantes e com perda auditiva (G2), com 16 participantes. Todos os participantes realizaram avaliação da inteligibilidade de fala em campo acústico, utilizando listas de monossílabas e sentenças, em situações de uso do DPA no silêncio e no ruído e sem o uso do DPA no ruído. Resultados: Na avaliação da inteligibilidade de fala com DPA utilizando as monossílabas, ambos os grupos apresentaram porcentagens de acertos superiores à 95% na situação de silêncio. Na presença do ruído com o DPA, não foi detectado efeito de interação envolvendo grupo (p>=0,106) e nem efeito de grupo (p=0,182), mas houve efeito de interação entre intensidade de fala e relação sinal/ruído (S/R) (p=0,006). Na avaliação da inteligibilidade de fala no ruído sem o DPA, foi detectado efeito de interação entre uso do DPA e relação S/R (p=0,010) sobre a média das porcentagens de acertos. Na avaliação com listas de sentenças, a porcentagem de acertos com DPA foram superiores a 98% no silêncio; contudo, no ruído houve piora, com efeito de interação entre intensidade de fala e relação S/R (p=0,010) e entre grupo e relação S/R (p=0,039). Na comparação do uso/não uso do DPA, houve efeito de interação entre uso do DPA e as relações S/R (p=0,009) sobre a média das porcentagens de acertos. Conclusões: Para ambos os grupos, houve piora da inteligibilidade de fala com o aumento da intensidade do ruído; contudo, a dificuldade foi maior para o G2. Na comparação das situações com/sem o uso do DPA, o uso dificultou a inteligibilidade de fala, mas não houve diferença significante entre as situações. Por fim, ressalta-se a importância de realizar mais estudos dos efeitos do DPA na comunicação, além de inserir nas avaliações ocupacionais testes que avaliam a fala no ruído, para determinar as dificuldades que podem surgir no ambiente ocupacional, e assim desenvolver medidas que beneficiem os trabalhadores que necessitam se comunicar durante as atividades laborais
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