Avaliação do jejum intermitente na consolidação de fraturas em ratos
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-26072024-111851/ |
Resumo: | Com a preocupante e crescente prevalência de obesidade na população mundial, o jejum intermitente tem sido considerado como opção dietética por clínicos e pacientes. Historicamente a prática também tem sido utilizada em busca de benefícios, inclusive religiosos. Trabalhos em animais têm alegado benefícios cardiovasculares, neurológicos, entre outros. Em humanos também cresce o número de publicações relacionadas à dieta. Entretanto, há pouca informação na literatura que relacione os efeitos do jejum intermitente no tecido ósseo. Num contexto de aumento da expectativa de vida populacional, que implica importante prevalência de osteoporose e de fraturas ósseas, este trabalho avaliou em modelo animal possíveis consequências da prática de jejum intermitente na qualidade e na regeneração óssea. Em ensaio clínico randomizado, setenta e cinco ratos Wistar, de oito meses de idade, foram divididos em três grupos experimentais: (n=25/grupo): (1) Controle: ratos adultos submetidos à fratura óssea e com ração ad libitum; (2) Jejum intermitente em dias alternados pré-fratura: ratos submetidos ao jejum intermitente por dois meses desde antes da fratura óssea até o final do período experimental; (3) Jejum intermitente em dias alternados pós-fratura: os animais tiveram alimentação à vontade até o dia da cirurgia e começaram a fazer jejum intermitente em dias alternados no dia seguinte à fratura óssea. Ao final do experimento foram realizadas análises da arquitetura óssea, dos calos ósseos dos fêmures fraturados e dos fêmures íntegros contralaterais, por microtomografia computadorizada, densitometria óssea, histomorfometria e ensaio mecânico. Também foi avaliado o microambiente ósseo através de análises de imunohistoquímica e reação em cadeia da polimerase. Nossos resultados demostraram que o jejum intermitente em dias alternados foi bastante eficiente para perda de massa corpórea dos animais que encontravam-se em sobrepeso e obesidade. As análises morfométricas puderam evidenciar que não houve prejuízos na regeneração óssea nos animais que realizaram jejum desde antes e nos que iniciaram jejum após a fratura. Contudo, o grupo que iniciou jejum pós-fratura teve prejuízo no volume cortical do osso íntegro, demonstrado em análise microtomográfica, sem piora em parâmetros como densidade mineral óssea ou rigidez no ensaio mecânico. Houve também menor expressão do gene osterix sp7 nos grupos que jejuaram. Podemos concluir que é necessário prudência ao se considerar a adoção de uma estratégia de jejum em pacientes com fraturas ou outras condições patológicas do tecido ósseo, quando estes pacientes não praticaram a dieta anteriormente. |
id |
USP_fa1f5149ae8b6befb14d0e189ee1e455 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-26072024-111851 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
Avaliação do jejum intermitente na consolidação de fraturas em ratosIntermittent fasting evaluation in rats bone healingBoneBone fractureBone healingFratura ósseaIntermittent fastingJejum intermitenteRegeneração ósseaTecido ósseoCom a preocupante e crescente prevalência de obesidade na população mundial, o jejum intermitente tem sido considerado como opção dietética por clínicos e pacientes. Historicamente a prática também tem sido utilizada em busca de benefícios, inclusive religiosos. Trabalhos em animais têm alegado benefícios cardiovasculares, neurológicos, entre outros. Em humanos também cresce o número de publicações relacionadas à dieta. Entretanto, há pouca informação na literatura que relacione os efeitos do jejum intermitente no tecido ósseo. Num contexto de aumento da expectativa de vida populacional, que implica importante prevalência de osteoporose e de fraturas ósseas, este trabalho avaliou em modelo animal possíveis consequências da prática de jejum intermitente na qualidade e na regeneração óssea. Em ensaio clínico randomizado, setenta e cinco ratos Wistar, de oito meses de idade, foram divididos em três grupos experimentais: (n=25/grupo): (1) Controle: ratos adultos submetidos à fratura óssea e com ração ad libitum; (2) Jejum intermitente em dias alternados pré-fratura: ratos submetidos ao jejum intermitente por dois meses desde antes da fratura óssea até o final do período experimental; (3) Jejum intermitente em dias alternados pós-fratura: os animais tiveram alimentação à vontade até o dia da cirurgia e começaram a fazer jejum intermitente em dias alternados no dia seguinte à fratura óssea. Ao final do experimento foram realizadas análises da arquitetura óssea, dos calos ósseos dos fêmures fraturados e dos fêmures íntegros contralaterais, por microtomografia computadorizada, densitometria óssea, histomorfometria e ensaio mecânico. Também foi avaliado o microambiente ósseo através de análises de imunohistoquímica e reação em cadeia da polimerase. Nossos resultados demostraram que o jejum intermitente em dias alternados foi bastante eficiente para perda de massa corpórea dos animais que encontravam-se em sobrepeso e obesidade. As análises morfométricas puderam evidenciar que não houve prejuízos na regeneração óssea nos animais que realizaram jejum desde antes e nos que iniciaram jejum após a fratura. Contudo, o grupo que iniciou jejum pós-fratura teve prejuízo no volume cortical do osso íntegro, demonstrado em análise microtomográfica, sem piora em parâmetros como densidade mineral óssea ou rigidez no ensaio mecânico. Houve também menor expressão do gene osterix sp7 nos grupos que jejuaram. Podemos concluir que é necessário prudência ao se considerar a adoção de uma estratégia de jejum em pacientes com fraturas ou outras condições patológicas do tecido ósseo, quando estes pacientes não praticaram a dieta anteriormente.With the growing prevalence of obesity in the world population, intermittent fasting has been considered as a dietary approach option by clinicians and patients. Historically, the practice was also used to pursue benefits, including religious ones. Animal research has claimed cardiovascular and neurological benefits, among others. In humans, the number of publications related to the diet is also a growing trend, however, there is still little information in the literature relating to the influences of intermittent fasting on bone tissue. In the context of increasing life expectancy, which implies an important prevalence of osteoporosis and bone fractures, our work evaluated the possible implications of intermittent fasting on bone quality and regeneration in an animal model. In a randomized clinical trial, seventy-five eight-month-old Wistar rats were divided into three experimental groups: (n=25/ group): (1) Control: adult rats subjected to bone fracture and fed ad libitum; (2) Each-other-day-fasting before fracture: rats underwent intermittent fasting for two months before a bone fracture; (3) Each-other-day-fasting after fracture: animals were fed ad libitum until the day of surgery and began intermittent fasting, with a 24-hour fasting, and 24-hour ad libitum food after the bone fracture. At the end of the experiment, analyses of the bone architecture of calluses of fractured femurs and intact contralateral femurs were carried out using microcomputer tomography, bone densitometry, histomorphometry, and mechanical testing. The bone microenvironment was also evaluated through immunohistochemistry and Polymerase Chain Reaction analyses. Our results demonstrated that intermittent fasting on alternate days was very efficient in losing body weight in animals that were overweight and obese. The morphometric analyses showed no losses in bone regeneration in animals that fasted before and in those that started fasting after the fracture. However, the group that started post-fracture fasting had a loss in the cortical volume of the intact bone, demonstrated in microtomographic analysis, without worsening in parameters such as bone mineral density or stiffness in the mechanical test. There was also a lower expression of the osterix sp7 gene in both groups that fasted. Prudence is necessary when considering the adoption of a fasting strategy in patients with fractures or other pathological conditions of the bone when these patients have not previously practiced the diet.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPZamarioli, ArianeVicente, Raphael Martini2024-04-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-26072024-111851/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:16:04Zoai:teses.usp.br:tde-26072024-111851Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:16:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Avaliação do jejum intermitente na consolidação de fraturas em ratos Intermittent fasting evaluation in rats bone healing |
title |
Avaliação do jejum intermitente na consolidação de fraturas em ratos |
spellingShingle |
Avaliação do jejum intermitente na consolidação de fraturas em ratos Vicente, Raphael Martini Bone Bone fracture Bone healing Fratura óssea Intermittent fasting Jejum intermitente Regeneração óssea Tecido ósseo |
title_short |
Avaliação do jejum intermitente na consolidação de fraturas em ratos |
title_full |
Avaliação do jejum intermitente na consolidação de fraturas em ratos |
title_fullStr |
Avaliação do jejum intermitente na consolidação de fraturas em ratos |
title_full_unstemmed |
Avaliação do jejum intermitente na consolidação de fraturas em ratos |
title_sort |
Avaliação do jejum intermitente na consolidação de fraturas em ratos |
author |
Vicente, Raphael Martini |
author_facet |
Vicente, Raphael Martini |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Zamarioli, Ariane |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Vicente, Raphael Martini |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Bone Bone fracture Bone healing Fratura óssea Intermittent fasting Jejum intermitente Regeneração óssea Tecido ósseo |
topic |
Bone Bone fracture Bone healing Fratura óssea Intermittent fasting Jejum intermitente Regeneração óssea Tecido ósseo |
description |
Com a preocupante e crescente prevalência de obesidade na população mundial, o jejum intermitente tem sido considerado como opção dietética por clínicos e pacientes. Historicamente a prática também tem sido utilizada em busca de benefícios, inclusive religiosos. Trabalhos em animais têm alegado benefícios cardiovasculares, neurológicos, entre outros. Em humanos também cresce o número de publicações relacionadas à dieta. Entretanto, há pouca informação na literatura que relacione os efeitos do jejum intermitente no tecido ósseo. Num contexto de aumento da expectativa de vida populacional, que implica importante prevalência de osteoporose e de fraturas ósseas, este trabalho avaliou em modelo animal possíveis consequências da prática de jejum intermitente na qualidade e na regeneração óssea. Em ensaio clínico randomizado, setenta e cinco ratos Wistar, de oito meses de idade, foram divididos em três grupos experimentais: (n=25/grupo): (1) Controle: ratos adultos submetidos à fratura óssea e com ração ad libitum; (2) Jejum intermitente em dias alternados pré-fratura: ratos submetidos ao jejum intermitente por dois meses desde antes da fratura óssea até o final do período experimental; (3) Jejum intermitente em dias alternados pós-fratura: os animais tiveram alimentação à vontade até o dia da cirurgia e começaram a fazer jejum intermitente em dias alternados no dia seguinte à fratura óssea. Ao final do experimento foram realizadas análises da arquitetura óssea, dos calos ósseos dos fêmures fraturados e dos fêmures íntegros contralaterais, por microtomografia computadorizada, densitometria óssea, histomorfometria e ensaio mecânico. Também foi avaliado o microambiente ósseo através de análises de imunohistoquímica e reação em cadeia da polimerase. Nossos resultados demostraram que o jejum intermitente em dias alternados foi bastante eficiente para perda de massa corpórea dos animais que encontravam-se em sobrepeso e obesidade. As análises morfométricas puderam evidenciar que não houve prejuízos na regeneração óssea nos animais que realizaram jejum desde antes e nos que iniciaram jejum após a fratura. Contudo, o grupo que iniciou jejum pós-fratura teve prejuízo no volume cortical do osso íntegro, demonstrado em análise microtomográfica, sem piora em parâmetros como densidade mineral óssea ou rigidez no ensaio mecânico. Houve também menor expressão do gene osterix sp7 nos grupos que jejuaram. Podemos concluir que é necessário prudência ao se considerar a adoção de uma estratégia de jejum em pacientes com fraturas ou outras condições patológicas do tecido ósseo, quando estes pacientes não praticaram a dieta anteriormente. |
publishDate |
2024 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2024-04-17 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-26072024-111851/ |
url |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-26072024-111851/ |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
|
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.coverage.none.fl_str_mv |
|
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1815256537408471040 |