Infestação de moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae e Lonchaeidae) relacionada à fenologia da goiabeira (Psidium guajava L.), nespereira (Eriobotrya japonica Lindl.) e do pessegueiro (Prunus persica Batsch)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza Filho, Miguel Francisco de
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-08052006-164406/
Resumo: Os experimentos de campo foram realizados em 2002 e 2003 em três pomares no município de Monte Alegre do Sul, SP, representados por uma coleção de linhagens de goiabeiras (janeiro a abril), uma coleção de cultivares de nespereiras (agosto a setembro) e uma coleção de cultivares de pessegueiros (setembro a outubro). Nos ensaios de infestação, foram utilizadas três linhagens de goiaba (Guanabara, L7P28 e 252), duas cultivares de nêspera (Precoce Campinas e a Precoce 264-54) e três cultivares de pêssego (Aurora 2, Dourado 1 e Régis). Para a determinação do período de infestação, aplicou-se o processo de ensacamento e desensacamento quinzenal e semanal da goiaba e nêspera, respectivamente, e apenas o ensacamento semanal no pêssego. Cada experimento iniciou-se com os frutos ainda no início de seu desenvolvimento (frutos verdes). Para o processo de desensacamento, no início dos experimentos foram ensacados 500 e 400 frutos de goiaba e nêspera, respectivamente. Em cada ensaio, desde o início (frutos verdes pequenos) até a completa maturação, quinzenalmente (goiaba) ou semanalmente (nêspera e pêssego) foi ensacada/desensacada uma amostra de 30 frutos, os comprimentos e diâmetro eram mensurados e retirava-se amostras para realização das análises físico-químicas em laboratório. Após o completo amadurecimento, os frutos foram colhidos e levados ao laboratório, onde foram pesados, medidos os diâmetro e comprimento e depois acondicionados individualmente em copos plásticos com areia+vermiculita até aproximadamente a metade e cobertos com "voil" preso com fita elástica. Para o conhecimento da flutuação populacional das moscas, foram instaladas três armadilhas modelo McPhail com torula (atraente alimentar) em cada pomar, de janeiro/2002 a janeiro/2004. Das moscas-das-frutas originadas dos frutos, foram identificadas cinco espécies de tefritídeos e oito espécies de lonqueídeos. Os parasitóides emergidos foram das famílias Braconidae e Figitidae, representados por cinco espécies de cada uma. Ceratitis capitata apresentou comportamento sazonal com picos populacionais durante o segundo semestre. Verificou-se que a população de moscas-das-frutas (Anastrepha spp. e lonqueídeos) se mantém na área dos pomares (goiaba, nêspera e pêssego) durante o ano todo. Os três hospedeiros sofreram o ataque de moscas-das-frutas nos seus primeiros estádios de desenvolvimento, a partir de 2 cm de diâmetro. Ao longo do desenvolvimento, em todos os hospedeiros (goiaba, nêspera e pêssego), a infestação foi ascendente, apresentando as maiores elevações no final do amadurecimento. Os parâmetros físicos (tamanho, firmeza, brix e cor) mostraram-se mais confiáveis para o prognóstico da suscetibilidade do fruto ao ataque das moscas-das-frutas do que os parâmetros químicos (pH, acidez e umidade) para todos os hospedeiros. Os aspectos ecológicos da infestação dos frutos pela moscas-das-frutas e a relação tritrófica (parasitóide/mosca/fruto) foram discutidos.
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Nos ensaios de infestação, foram utilizadas três linhagens de goiaba (Guanabara, L7P28 e 252), duas cultivares de nêspera (Precoce Campinas e a Precoce 264-54) e três cultivares de pêssego (Aurora 2, Dourado 1 e Régis). Para a determinação do período de infestação, aplicou-se o processo de ensacamento e desensacamento quinzenal e semanal da goiaba e nêspera, respectivamente, e apenas o ensacamento semanal no pêssego. Cada experimento iniciou-se com os frutos ainda no início de seu desenvolvimento (frutos verdes). Para o processo de desensacamento, no início dos experimentos foram ensacados 500 e 400 frutos de goiaba e nêspera, respectivamente. Em cada ensaio, desde o início (frutos verdes pequenos) até a completa maturação, quinzenalmente (goiaba) ou semanalmente (nêspera e pêssego) foi ensacada/desensacada uma amostra de 30 frutos, os comprimentos e diâmetro eram mensurados e retirava-se amostras para realização das análises físico-químicas em laboratório. Após o completo amadurecimento, os frutos foram colhidos e levados ao laboratório, onde foram pesados, medidos os diâmetro e comprimento e depois acondicionados individualmente em copos plásticos com areia+vermiculita até aproximadamente a metade e cobertos com "voil" preso com fita elástica. Para o conhecimento da flutuação populacional das moscas, foram instaladas três armadilhas modelo McPhail com torula (atraente alimentar) em cada pomar, de janeiro/2002 a janeiro/2004. Das moscas-das-frutas originadas dos frutos, foram identificadas cinco espécies de tefritídeos e oito espécies de lonqueídeos. Os parasitóides emergidos foram das famílias Braconidae e Figitidae, representados por cinco espécies de cada uma. Ceratitis capitata apresentou comportamento sazonal com picos populacionais durante o segundo semestre. Verificou-se que a população de moscas-das-frutas (Anastrepha spp. e lonqueídeos) se mantém na área dos pomares (goiaba, nêspera e pêssego) durante o ano todo. Os três hospedeiros sofreram o ataque de moscas-das-frutas nos seus primeiros estádios de desenvolvimento, a partir de 2 cm de diâmetro. Ao longo do desenvolvimento, em todos os hospedeiros (goiaba, nêspera e pêssego), a infestação foi ascendente, apresentando as maiores elevações no final do amadurecimento. Os parâmetros físicos (tamanho, firmeza, brix e cor) mostraram-se mais confiáveis para o prognóstico da suscetibilidade do fruto ao ataque das moscas-das-frutas do que os parâmetros químicos (pH, acidez e umidade) para todos os hospedeiros. Os aspectos ecológicos da infestação dos frutos pela moscas-das-frutas e a relação tritrófica (parasitóide/mosca/fruto) foram discutidos.Field experiments were conducted in three orchards in Monte Alegre do Sul, SP, each containing either a collection of strains of peach (September to October), guava (January to April) or loquat (August to September), during 2002 and 2003. Three strains of guava (Guanabara, L7P28 and 252), two of loquat (Precoce Campinas and Precoce 264-54) and three of peach (Aurora 2, Dourado 1 and Régis) were used for infestation assessment. Guava and loquat fruits were bagged and unbagged biweekly and weekly, respectively, for the assessment of the infestation period and only weekly for the peach. In all cases, fruits were bagged at the beginning of their development, while still green. A sample of 30 bagged fruits were unbagged weekly (loquat and peach) or biweekly (guava) until fruits were completely ripe, from a total of 500 (guava) and 400 (loquat) fruits. Fruits were measured and a sample was taken for physicochemical analysis. Fruits were harvested once they were ripe, taken to the laboratory, weighted and measured. They were placed into plastic cups half-filled with sand and covered with a fine fabric to allow for field-collected fly development. Three McPhail traps containing Torula yeast (food attractant) were hung from January/2002 to January/2004 to assess the population fluctuation of fruit flies in each orchard. Five tephritids and eight lonchaeids species emerged from field-collected fruits maintained in the lab. Five species each of braconid and figitid fruit fly parasitoids were also observed emerging from these fruits. Ceratitis capitata showed a sazonal behavior with population density peaking at the second semester. It was also observed that Anastrepha spp. and lonchaeids remained in the orchards throughout the year. All three host fruits larger than 2 cm in diameter were infested by fruit flies at the early stages of development. Fruit infestation increased in all orchards as fruit development occurred with the highest infestation level observed at the end of the ripening. Physical parameters, such as size, firmness, brix and color were more reliable in estimating fruit susceptibility to fruit-flies than the chemical parameters evaluated (pH, acidity and humidity) for all three host fruits. The ecological aspects of the infestation of fruits by fruit flies and the tritrophic interactions (parasitoid/fruit fly/fruit) were discussed.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPZucchi, Roberto AntonioSouza Filho, Miguel Francisco de2006-03-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-08052006-164406/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-04-16T20:43:32Zoai:teses.usp.br:tde-08052006-164406Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-04-16T20:43:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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