Crise e irresolução: a poesia de Dante Milano

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vanessa Moro Kukul
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.8.2014.tde-05012015-130510
Resumo: Dante Milano (1899-1991) é um poeta do Rio de Janeiro conhecido tanto pela qualidade da sua obra poética, um verdadeiro mar enxuto, quanto pelo seu retraimento. O ponto de vista ressabiado de Milano nada tem a ver com uma postura conservadora, favorável ao academicismo e à estagnação estética, coaduna-se à atitude de poetas formados a partir de um modernismo em curso, constantemente meditado e julgado. Sua capacidade de se identificar e de se desidentificar com o modernismo brasileiro é reveladora de sua independência pessoal como também da índole do movimento modernista no Rio de Janeiro, distinta em relação a São Paulo. Dante Milano publicou, em 1948, Poesias, cujos poemas foram produzidos a partir da década de 1920; depois da primeira publicação, a obra ganhou novas edições acrescidas de outros textos (poemas, textos em prosa, traduções e/ou textos críticos). Orientada pela crise e pela negatividade, a obra poética milaniana, tomada como objeto neste estudo, é sulcada por paradoxos, ironias e imagens de desagregação. O tratamento conferido à guerra e aos conflitos internos, à separação entre homem e natureza, à transformação da paisagem, à constituição de um sujeito lírico em queda e em constante autorreflexão expressa tanto a incorporação consciente da crise quanto a mimetização de uma consciência em crise. O poeta carioca explicita em sua poesia a perplexidade individual e coletiva diante do andamento conflituoso da sociedade, das diferentes formas de violência, do descompasso entre o acelerado avanço da modernização e a manutenção das condições de vida precárias. O questionamento a respeito de como agir e enfrentar o mundo desencantado converte-se numa perspectiva hesitante do sujeito lírico que flerta com a autodestruição
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Crise e irresolução: a poesia de Dante Milano Crisis and irresolution: the Dante Milanos poetry 2014-08-15Iumna Maria SimonVirgilio Pereira da Silva CostaMurilo Marcondes de MouraAna Paula Sá e Souza PachecoAlexandre Simões PilatiVanessa Moro KukulUniversidade de São PauloLetras (Teoria Literária e Literatura Comparada)USPBR Brazilian modernism Dante Milano Dante Milano Modern Brazilian poetry Modernismo brasileiro Poesia moderna brasileira Poesias Poesias Dante Milano (1899-1991) é um poeta do Rio de Janeiro conhecido tanto pela qualidade da sua obra poética, um verdadeiro mar enxuto, quanto pelo seu retraimento. O ponto de vista ressabiado de Milano nada tem a ver com uma postura conservadora, favorável ao academicismo e à estagnação estética, coaduna-se à atitude de poetas formados a partir de um modernismo em curso, constantemente meditado e julgado. Sua capacidade de se identificar e de se desidentificar com o modernismo brasileiro é reveladora de sua independência pessoal como também da índole do movimento modernista no Rio de Janeiro, distinta em relação a São Paulo. Dante Milano publicou, em 1948, Poesias, cujos poemas foram produzidos a partir da década de 1920; depois da primeira publicação, a obra ganhou novas edições acrescidas de outros textos (poemas, textos em prosa, traduções e/ou textos críticos). Orientada pela crise e pela negatividade, a obra poética milaniana, tomada como objeto neste estudo, é sulcada por paradoxos, ironias e imagens de desagregação. O tratamento conferido à guerra e aos conflitos internos, à separação entre homem e natureza, à transformação da paisagem, à constituição de um sujeito lírico em queda e em constante autorreflexão expressa tanto a incorporação consciente da crise quanto a mimetização de uma consciência em crise. O poeta carioca explicita em sua poesia a perplexidade individual e coletiva diante do andamento conflituoso da sociedade, das diferentes formas de violência, do descompasso entre o acelerado avanço da modernização e a manutenção das condições de vida precárias. O questionamento a respeito de como agir e enfrentar o mundo desencantado converte-se numa perspectiva hesitante do sujeito lírico que flerta com a autodestruição Dante Milano (1899-1991) is a native of Rio de Janeiro poet known for the quality of his poetry and by its withdrawal. The wary view of Milano has nothing to do with a conservative approach, conducive to scholarship and aesthetic stagnation, is consistent with the attitude of poets formed in a Modernism in progress, constantly meditated and tried. His ability to identify and to misidentify himself with the Brazilian Modernism is revealing of personal independence as well as the nature of the modernist movement in Rio de Janeiro, distinct relative to São Paulo. Dante Milano published in 1948, Poesias, whose poems were produced from the 1920s; after the first publication, the book gained new editions containing other texts (poems, prose, translations and / or critical texts). Prompted by crisis and negativity, Milanos poetry, taken as an object in this study, is furrowed by paradoxes, ironies and pictures breakdown. The treatment given to war and internal conflicts, the separation between man and nature, the transformation of the landscape, the establishment of a lyrical subject falling and constant self-reflection expresses both conscious incorporation of the crisis as mimicking an awareness in crisis. The poet explains in his poetry the individual and collective puzzlement on the conflicting progress of society, different forms of violence, the mismatch between the rapid advancement of modernization and maintenance of poor living conditions. The question is: how to act and face the disenchanted world becomes a hesitant perspective of lyrical subject who flirts with selfdestruction https://doi.org/10.11606/T.8.2014.tde-05012015-130510info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:14:08Zoai:teses.usp.br:tde-05012015-130510Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:08:40.722907Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description Dante Milano (1899-1991) é um poeta do Rio de Janeiro conhecido tanto pela qualidade da sua obra poética, um verdadeiro mar enxuto, quanto pelo seu retraimento. O ponto de vista ressabiado de Milano nada tem a ver com uma postura conservadora, favorável ao academicismo e à estagnação estética, coaduna-se à atitude de poetas formados a partir de um modernismo em curso, constantemente meditado e julgado. Sua capacidade de se identificar e de se desidentificar com o modernismo brasileiro é reveladora de sua independência pessoal como também da índole do movimento modernista no Rio de Janeiro, distinta em relação a São Paulo. Dante Milano publicou, em 1948, Poesias, cujos poemas foram produzidos a partir da década de 1920; depois da primeira publicação, a obra ganhou novas edições acrescidas de outros textos (poemas, textos em prosa, traduções e/ou textos críticos). Orientada pela crise e pela negatividade, a obra poética milaniana, tomada como objeto neste estudo, é sulcada por paradoxos, ironias e imagens de desagregação. O tratamento conferido à guerra e aos conflitos internos, à separação entre homem e natureza, à transformação da paisagem, à constituição de um sujeito lírico em queda e em constante autorreflexão expressa tanto a incorporação consciente da crise quanto a mimetização de uma consciência em crise. O poeta carioca explicita em sua poesia a perplexidade individual e coletiva diante do andamento conflituoso da sociedade, das diferentes formas de violência, do descompasso entre o acelerado avanço da modernização e a manutenção das condições de vida precárias. O questionamento a respeito de como agir e enfrentar o mundo desencantado converte-se numa perspectiva hesitante do sujeito lírico que flerta com a autodestruição
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