O programa de imunização em uma área isolada de difícil acesso. Um olhar sobre o Parque Indígena do Xingu

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Evelin Placido dos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7144/tde-23052017-160923/
Resumo: Introdução: Ao longo do século XX, temos registros de diversos povos indígenas dizimados por epidemias de varíola, sarampo e outras doenças que se deram através do contato com a sociedade envolvente. A estratégia de vacinação foi imprescindível para a manutenção de muitas etnias, evitando que fossem acometidas por doenças imunopreveníveis ao longo dos anos. Até a década de 90 não havia ações sistemáticas de imunização para os povos indígenas. Até então, a vacinação limitava-se a ações pontuais no controle de epidemias e a algumas experiências isoladas. No Parque Indígena do Xingu (PIX), desde 1965, as atividades de imunização foram estabelecidas na rotina da assistência por meio de parceria com a Escola Paulista de Medicina, da UNIFESP. E, antes disso, pelo Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas, criada pelo sanitarista Noel Nutels, com o objetivo de levar ações básicas de saúde a populações vivendo em áreas rurais de difícil acesso. Entre essas ações destacavam-se o diagnóstico e tratamento da tuberculose, em articulação com o Serviço Nacional de Tuberculose (SNT), a imunização e as extrações dentárias. A prática de vacinação das populações indígenas está vinculada à estratégia de campanha, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste do país. Em aldeias adjacentes a centros urbanos, situação comum nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do país, com disponibilidade de energia elétrica em tempo contínuo e com uma maior facilidade de acesso dos profissionais de saúde, é comum encontrar-se as ações de imunização integradas à rotina dos serviços de saúde. Objetivo Geral: Analisar as atividades de imunização realizadas no PIX, uma área de difícil acesso, no que se refere aos aspectos do planejamento, execução, monitoramento e avaliação do Programa de Imunização no período de 2007 a 2015, para elaboração de um Guia de boas práticas de imunização em áreas remotas. Metodologia: Trata-se de uma sistematização de experiência, conforme propõe Oscar Jara Holliday, descritiva e qualitativa. As informações foram obtidas a partir de relatórios de trabalho, banco de dados, diário de campo e entrevistas semi-estruturadas. Considerações Finais: O transporte e manuseio de vacinas com qualidade em áreas de difícil acesso é desafiador e complexo, necessitando de estratégias singulares e de um planejamento cuidadoso devido às condições locais, que vão desde um ambiente com temperaturas médias elevadas, longas viagens em barcos sem proteção para o sol, à indisponibilidade de energia elétrica de forma contínua, o que cria uma série de particularidades, obrigando à utilização de diferentes estratégias para manutenção da cadeia de frio. O presente trabalho deu origem à elaboração de um Guia de boas práticas de imunização em áreas remotas. O impacto do Programa de Imunização desenvolvido no PIX é evidenciado pela redução da mortalidade entre as crianças- em especial por doenças preveníveis por vacinas- que não ocorre no PIX há pelo menos 4 décadas. Essas evidências permitem afirmar que o programa de imunização no Xingu tem atingido plenamente os objetivos de proteger a população contra as doenças para as quais existem vacinas disponíveis.
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No Parque Indígena do Xingu (PIX), desde 1965, as atividades de imunização foram estabelecidas na rotina da assistência por meio de parceria com a Escola Paulista de Medicina, da UNIFESP. E, antes disso, pelo Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas, criada pelo sanitarista Noel Nutels, com o objetivo de levar ações básicas de saúde a populações vivendo em áreas rurais de difícil acesso. Entre essas ações destacavam-se o diagnóstico e tratamento da tuberculose, em articulação com o Serviço Nacional de Tuberculose (SNT), a imunização e as extrações dentárias. A prática de vacinação das populações indígenas está vinculada à estratégia de campanha, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste do país. Em aldeias adjacentes a centros urbanos, situação comum nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do país, com disponibilidade de energia elétrica em tempo contínuo e com uma maior facilidade de acesso dos profissionais de saúde, é comum encontrar-se as ações de imunização integradas à rotina dos serviços de saúde. Objetivo Geral: Analisar as atividades de imunização realizadas no PIX, uma área de difícil acesso, no que se refere aos aspectos do planejamento, execução, monitoramento e avaliação do Programa de Imunização no período de 2007 a 2015, para elaboração de um Guia de boas práticas de imunização em áreas remotas. Metodologia: Trata-se de uma sistematização de experiência, conforme propõe Oscar Jara Holliday, descritiva e qualitativa. As informações foram obtidas a partir de relatórios de trabalho, banco de dados, diário de campo e entrevistas semi-estruturadas. Considerações Finais: O transporte e manuseio de vacinas com qualidade em áreas de difícil acesso é desafiador e complexo, necessitando de estratégias singulares e de um planejamento cuidadoso devido às condições locais, que vão desde um ambiente com temperaturas médias elevadas, longas viagens em barcos sem proteção para o sol, à indisponibilidade de energia elétrica de forma contínua, o que cria uma série de particularidades, obrigando à utilização de diferentes estratégias para manutenção da cadeia de frio. O presente trabalho deu origem à elaboração de um Guia de boas práticas de imunização em áreas remotas. O impacto do Programa de Imunização desenvolvido no PIX é evidenciado pela redução da mortalidade entre as crianças- em especial por doenças preveníveis por vacinas- que não ocorre no PIX há pelo menos 4 décadas. Essas evidências permitem afirmar que o programa de imunização no Xingu tem atingido plenamente os objetivos de proteger a população contra as doenças para as quais existem vacinas disponíveis.Introduction: Throughout the twentieth century, we have records of several indigenous peoples decimated by smallpox, measles and other epidemics diseases that occurred by the contact with the surrounding society. The vaccination strategy was essential for maintenance of many ethnic groups, preventing lots of them there were affected by vaccine preventable diseases over the years. Until the 90s, there was no systematic actions de immunization for these people. Until this period, vaccination was limited at specific actions to control of epidemics and some isolated experiences. In the Xingu Indigenous Park (PIX), since 1965, immunization activities already were established in routine care, through partnerships with universities (UNIFESP) in times of immunization campaigns. The Sanitarian Noel Nutels, in order to bring basic health care to these populations, especially in difficult access rural areas. These actions included the diagnosis and treatment of tuberculosis, in conjunction with the National Service of Tuberculosis (SNT), immunization and dental extractions. The practice of vaccination to indigenous peoples is linked to the campaign strategy, especially in the North and Midwest regions of the country. In adjacent villages to urban centers, a common situation in the Northeast, Southeast and South of the country, with continuous time electricity and with greater easy access of health professionals, it is common to find immunization actions integrated to routine of health services. Objective: This study aimed to systematize the immunization activities in the Xingu Indigenous Park - PIX, an area of difficult access, searching to describe aspects of planning, implementation, monitoring and evaluation of the Immunization Program from 2007 and 2015, building on the experience and documentary records accumulated over the years and interviews. Methodology: It is a systematization of experience, descriptive and qualitative, according to Oscar Jara Holliday. The information was obtained from the work reports, database, field diaries and semi-structured interview. Final Thoughts: The transport and handling of vaccines with quality, in difficult access areas is challenging and complex, requiring singular strategies and careful planning, due to local conditions that range since an environment with high average temperatures, long trips in boats with no sun protection to a continuous electricity unavailability, which creates a number of special features, requiring the use of different strategies for cold chain maintenance. The present work gave rise to the elaboration of a \"Guide to good immunization practices in remote areas\". The impact of the immunization program developed in PIX is evidenced by its mortality reduction among children, especially for vaccine-preventable diseases, which do not occur in PIX for at least four decades. This evidence allows us to affirm that the immunization program in the Xingu has fully achieved the objectives of protecting the population against diseases for which there are available vaccines.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGryschek, Anna Luiza de Fatima Pinho LinsSantos, Evelin Placido dos2016-12-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7144/tde-23052017-160923/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:34:08Zoai:teses.usp.br:tde-23052017-160923Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:34:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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