Comparação entre testes de HPV com alvos em E6/E7 e L1 em tumores cervicais invasivos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fuza, Luiz Mario Santos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/99/99131/tde-28032018-112320/
Resumo: O carcinoma cervical invasivo é o terceiro tipo de câncer que mais acomete as mulheres no mundo, sendo responsável por 270 mil óbitos por ano. Estudos multicêntricos puderam identificar a presença do DNA do HPV em quase 100% dos carcinomas cervicais, estando já bem esclarecido que o papilomavírus humano (HPV) é causa para o câncer cervical, sendo fator necessário, mas não suficiente para o desenvolvimento da doença. A melhor forma de evitar o câncer de colo do útero é a prevenção. Considera-se como prevenção primária a vacina anti-HPV e, como prevenção secundária, o rastreio de lesões precursoras do câncer, seja pela citologia oncótica ou o rastreio molecular. Este último, por identificar a presença de DNA de HPV de alto risco oncogênico, tem se mostrado a maneira mais eficaz. Existem dúvidas sobre o melhor teste a ser usado para este tipo de rastreio, uma vez que existem ensaios distintos que identificam diferentes genes alvo, considerando-se que, durante o processo de integração do genoma do HPV ao genoma do hospedeiro, pode ocorrer a perda de qualquer um dos genes virais. Este pode ser um dos motivos de alguns tumores cervicais apresentarem resultados falsos negativos para HPV. Neste trabalho foram utilizadas 57 amostras de câncer cervical confirmadas no exame anatomopatológico, negativas para HPV na plataforma BD Onclarity HPV Assay(TM), cujo gene alvo é E6/E7 e positivas para beta-globina humana, provenientes de um estudo anterior. Usando o restante do DNA já extraído, essas amostras foram genotipadas no sistema INNO-LiPA HPV Genotyping Extra II(TM), que tem como alvo o gene L1. Como controle, foram testadas mais 27 amostras cujo resultado foi positivo para algum tipo de HPV de alto risco naquela plataforma. Para tanto, selecionamos a amostra seguinte a cada uma das amostras negativas, cujo resultado fosse positivo. Nosso principal achado foi a constatação de que a concordância entre os dois métodos testados é boa (Kappa 70). Das 84 amostras genotipadas nas duas plataformas, 64 (76,2%) tiveram os mesmos resultados, sendo 26 negativas, 15 inadequadas e 23 positivas. No entanto, 20 amostras (23,8%) tiveram resultados discordantes. Para tentar esclarecer estes casos, foi realizado o ensaio de PCR em tempo real para HPV 16 com alvo em E7 em 4 amostras positivas para HPV nos dois métodos e 2 amostras com resultado de HPV 16 apenas em um dos ensaios. Nenhum dos testes deste estudo pôde chegar a 100% de positividade nestes tumores cervicais, apesar da histologia realizada pelo setor de anatomia patológica do ICESP ter confirmado serem todos tumores primários do colo do útero. Assim sendo, sugerimos que esses resultados falsos negativos podem ser devidos a problemas na coleta do material, na preservação ou dificuldade dos métodos detectarem HPV em amostras fixadas em formol e embebidas em parafina, hipótese reforçada pela concordância obtida nos casos considerados inadequados para análise pelos dois métodos.
id USP_fb9d009ba68e0281b054393dc183e6ba
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-28032018-112320
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Comparação entre testes de HPV com alvos em E6/E7 e L1 em tumores cervicais invasivosComparison of HPV detection tests with E6 / E7 and L1 targets in invasive cervical tumorsHPVHPVIntegraçãoIntegrationNeoplasias do colo uterinoNeoplasms of the cervixPolymerase chain reactionRastreamentoReação em cadeia por polimeraseScreeningO carcinoma cervical invasivo é o terceiro tipo de câncer que mais acomete as mulheres no mundo, sendo responsável por 270 mil óbitos por ano. Estudos multicêntricos puderam identificar a presença do DNA do HPV em quase 100% dos carcinomas cervicais, estando já bem esclarecido que o papilomavírus humano (HPV) é causa para o câncer cervical, sendo fator necessário, mas não suficiente para o desenvolvimento da doença. A melhor forma de evitar o câncer de colo do útero é a prevenção. Considera-se como prevenção primária a vacina anti-HPV e, como prevenção secundária, o rastreio de lesões precursoras do câncer, seja pela citologia oncótica ou o rastreio molecular. Este último, por identificar a presença de DNA de HPV de alto risco oncogênico, tem se mostrado a maneira mais eficaz. Existem dúvidas sobre o melhor teste a ser usado para este tipo de rastreio, uma vez que existem ensaios distintos que identificam diferentes genes alvo, considerando-se que, durante o processo de integração do genoma do HPV ao genoma do hospedeiro, pode ocorrer a perda de qualquer um dos genes virais. Este pode ser um dos motivos de alguns tumores cervicais apresentarem resultados falsos negativos para HPV. Neste trabalho foram utilizadas 57 amostras de câncer cervical confirmadas no exame anatomopatológico, negativas para HPV na plataforma BD Onclarity HPV Assay(TM), cujo gene alvo é E6/E7 e positivas para beta-globina humana, provenientes de um estudo anterior. Usando o restante do DNA já extraído, essas amostras foram genotipadas no sistema INNO-LiPA HPV Genotyping Extra II(TM), que tem como alvo o gene L1. Como controle, foram testadas mais 27 amostras cujo resultado foi positivo para algum tipo de HPV de alto risco naquela plataforma. Para tanto, selecionamos a amostra seguinte a cada uma das amostras negativas, cujo resultado fosse positivo. Nosso principal achado foi a constatação de que a concordância entre os dois métodos testados é boa (Kappa 70). Das 84 amostras genotipadas nas duas plataformas, 64 (76,2%) tiveram os mesmos resultados, sendo 26 negativas, 15 inadequadas e 23 positivas. No entanto, 20 amostras (23,8%) tiveram resultados discordantes. Para tentar esclarecer estes casos, foi realizado o ensaio de PCR em tempo real para HPV 16 com alvo em E7 em 4 amostras positivas para HPV nos dois métodos e 2 amostras com resultado de HPV 16 apenas em um dos ensaios. Nenhum dos testes deste estudo pôde chegar a 100% de positividade nestes tumores cervicais, apesar da histologia realizada pelo setor de anatomia patológica do ICESP ter confirmado serem todos tumores primários do colo do útero. Assim sendo, sugerimos que esses resultados falsos negativos podem ser devidos a problemas na coleta do material, na preservação ou dificuldade dos métodos detectarem HPV em amostras fixadas em formol e embebidas em parafina, hipótese reforçada pela concordância obtida nos casos considerados inadequados para análise pelos dois métodos.Invasive cervical carcinoma is the third most common form of cancer in the world, accounting for 270,000 deaths per year. Multicenter studies have identified the presence of HPV DNA in almost 100% of cervical carcinomas, and it is well established that human papillomavirus (HPV) is cause of cervical cancer, being necessary, but not sufficient to the development of the disease. The best way to avoid cervical cancer is prevention. Primary prevention is the anti-HPV vaccine, and secondary prevention the screening of cancer precursor lesions, by either oncotic cytology or molecular screening, to identify the presence of high-risk oncogenic HPV. There are questions as to which test should be used for this type of screening, since they use different target genes, knowing that during the integration of the HPV genome into the host genome, any of the viral genes can be deleted . This may be one reason some cervical tumors have false negative results for HPV. In this work, we evaluated 57 samples of cervical cancer, confirmed by anatomic pathological examination, negative for HPV on the BD Onclarity HPV Assay(TM) platform, whose target is the E6 / E7 gene and positive for beta-globin, from a previous study using the remaining extracted DNA. These samples were genotyped by the INNO-LiPA HPV Genotyping Extra system, with target in L1 gene. As controls, we tested another 27 samples that were positive for some type of high-risk HPV on that platform. To do so, we selected the following sample to each of the negative samples, whose result was positive. Our main finding was that the results of the two methods were in good concordance (Kappa 70). Of the 84 genotyped samples in both platforms, 64 (76.2%) had the same results, 26 were negative, 15 inadequate and 23 were positive. Twenty samples (23.8%), however, presented different results. In the attempt to clarify the discordant cases, we performed real-time PCR for HPV 16 with E7 target, in four HPV positive samples in both methods, and two positive in only one of the assays. None of the tests in this study could reach 100% positivity in these cervical tumors, although the histology performed by ICESP\'s pathology department has confirmed that they were all primary tumors of the cervix. Therefore, these false negative results may be due to problems in the sample collection, preservation or difficulty of the methods to detect HPV DNA in formalin-fixed and paraffin-embedded samples, a hypothesis reinforced by the agreement obtained in cases considered unsuitable for analysis by the two methods.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLevi, José EduardoFuza, Luiz Mario Santos2018-02-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/99/99131/tde-28032018-112320/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-19T20:50:39Zoai:teses.usp.br:tde-28032018-112320Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-19T20:50:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Comparação entre testes de HPV com alvos em E6/E7 e L1 em tumores cervicais invasivos
Comparison of HPV detection tests with E6 / E7 and L1 targets in invasive cervical tumors
title Comparação entre testes de HPV com alvos em E6/E7 e L1 em tumores cervicais invasivos
spellingShingle Comparação entre testes de HPV com alvos em E6/E7 e L1 em tumores cervicais invasivos
Fuza, Luiz Mario Santos
HPV
HPV
Integração
Integration
Neoplasias do colo uterino
Neoplasms of the cervix
Polymerase chain reaction
Rastreamento
Reação em cadeia por polimerase
Screening
title_short Comparação entre testes de HPV com alvos em E6/E7 e L1 em tumores cervicais invasivos
title_full Comparação entre testes de HPV com alvos em E6/E7 e L1 em tumores cervicais invasivos
title_fullStr Comparação entre testes de HPV com alvos em E6/E7 e L1 em tumores cervicais invasivos
title_full_unstemmed Comparação entre testes de HPV com alvos em E6/E7 e L1 em tumores cervicais invasivos
title_sort Comparação entre testes de HPV com alvos em E6/E7 e L1 em tumores cervicais invasivos
author Fuza, Luiz Mario Santos
author_facet Fuza, Luiz Mario Santos
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Levi, José Eduardo
dc.contributor.author.fl_str_mv Fuza, Luiz Mario Santos
dc.subject.por.fl_str_mv HPV
HPV
Integração
Integration
Neoplasias do colo uterino
Neoplasms of the cervix
Polymerase chain reaction
Rastreamento
Reação em cadeia por polimerase
Screening
topic HPV
HPV
Integração
Integration
Neoplasias do colo uterino
Neoplasms of the cervix
Polymerase chain reaction
Rastreamento
Reação em cadeia por polimerase
Screening
description O carcinoma cervical invasivo é o terceiro tipo de câncer que mais acomete as mulheres no mundo, sendo responsável por 270 mil óbitos por ano. Estudos multicêntricos puderam identificar a presença do DNA do HPV em quase 100% dos carcinomas cervicais, estando já bem esclarecido que o papilomavírus humano (HPV) é causa para o câncer cervical, sendo fator necessário, mas não suficiente para o desenvolvimento da doença. A melhor forma de evitar o câncer de colo do útero é a prevenção. Considera-se como prevenção primária a vacina anti-HPV e, como prevenção secundária, o rastreio de lesões precursoras do câncer, seja pela citologia oncótica ou o rastreio molecular. Este último, por identificar a presença de DNA de HPV de alto risco oncogênico, tem se mostrado a maneira mais eficaz. Existem dúvidas sobre o melhor teste a ser usado para este tipo de rastreio, uma vez que existem ensaios distintos que identificam diferentes genes alvo, considerando-se que, durante o processo de integração do genoma do HPV ao genoma do hospedeiro, pode ocorrer a perda de qualquer um dos genes virais. Este pode ser um dos motivos de alguns tumores cervicais apresentarem resultados falsos negativos para HPV. Neste trabalho foram utilizadas 57 amostras de câncer cervical confirmadas no exame anatomopatológico, negativas para HPV na plataforma BD Onclarity HPV Assay(TM), cujo gene alvo é E6/E7 e positivas para beta-globina humana, provenientes de um estudo anterior. Usando o restante do DNA já extraído, essas amostras foram genotipadas no sistema INNO-LiPA HPV Genotyping Extra II(TM), que tem como alvo o gene L1. Como controle, foram testadas mais 27 amostras cujo resultado foi positivo para algum tipo de HPV de alto risco naquela plataforma. Para tanto, selecionamos a amostra seguinte a cada uma das amostras negativas, cujo resultado fosse positivo. Nosso principal achado foi a constatação de que a concordância entre os dois métodos testados é boa (Kappa 70). Das 84 amostras genotipadas nas duas plataformas, 64 (76,2%) tiveram os mesmos resultados, sendo 26 negativas, 15 inadequadas e 23 positivas. No entanto, 20 amostras (23,8%) tiveram resultados discordantes. Para tentar esclarecer estes casos, foi realizado o ensaio de PCR em tempo real para HPV 16 com alvo em E7 em 4 amostras positivas para HPV nos dois métodos e 2 amostras com resultado de HPV 16 apenas em um dos ensaios. Nenhum dos testes deste estudo pôde chegar a 100% de positividade nestes tumores cervicais, apesar da histologia realizada pelo setor de anatomia patológica do ICESP ter confirmado serem todos tumores primários do colo do útero. Assim sendo, sugerimos que esses resultados falsos negativos podem ser devidos a problemas na coleta do material, na preservação ou dificuldade dos métodos detectarem HPV em amostras fixadas em formol e embebidas em parafina, hipótese reforçada pela concordância obtida nos casos considerados inadequados para análise pelos dois métodos.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-02-23
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/99/99131/tde-28032018-112320/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/99/99131/tde-28032018-112320/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1815257428416004096