Produção \"in vitro\" de rainhas e ocorrência natural de machos de Frieseomelitta varia (Apidae: Meliponina)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Baptistella, Ana Rita Tavares de Oliveira
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59131/tde-01082023-142339/
Resumo: Nas abelhas da espécie Frieseomelitta varia, as castas são determinadas pela quantidade de alimento ingerida pela larva em desenvolvimento, sendo que os imaturos destinados a tornarem-se rainha ingerem quantidades maiores de alimento larval do que aquelas destinadas a ser operária. Os machos por sua vez, são determinados geneticamente, independente do volume de alimento ingerido pela larva. Sabendo da importância ecológica das abelhas sem ferrão que atuam na manutenção da diversidade de plantas nativas e como agentes polinizadores, o conhecimento da biologia e o aprimoramento de técnicas de produção que visem ampliar o número de colônias destas abelhas são necessários para a preservação destas espécies e da biodiversidade a ela associada, portanto este trabalho teve por objetivos gerais: aperfeiçoar a técnica de \"produção in vitro\" de rainhas de F. varia a partir da manipulação de diferentes quantidades de alimento larval; verificar a eficiência de Frieseomelitta varia em formar colônias diminutas; verificar a(s) época(s) de ocorrência natural de machos. O alimento larval utilizado para produção de rainhas foi coletado por sucção à vácuo de células de cria recém operculadas e posteriormente, diferentes quantidades de alimento (25, 30, 35, 40 e 50 µl) foram oferecidos às larvas em fase pré-defecante. As rainhas nascidas foram introduzidas em colônias órfãs com algumas operárias jovens, alimento e pólen e foram acompanhadas diariamente para verificar seu desenvolvimento. A produção natural de machos foi verificada através de coletas mensais de pupas, analisando seu aparelho reprodutor sob lente de aumento. Encontramos um volume médio de 26,70 ± 3,55 µl de alimento por célula de operária de Frieseomelitta varia. A estimativa da taxa de crescimento da cápsula cefálica das larvas, K=1,37 e o coeficiente de determinação (R2) de 0,98, resultou na presença de quatro instares larvais, assim as 339 larvas transferidas apresentavam cápsula entre 0,866 e 1,143 mm. Nos experimentos em que foram fornecidas às larvas quantidades de alimento de 30 e 40 µl (dezembro/fevereiro e abril/julho), houve uma maior freqüência de larvas diferenciadas em rainha. Os experimentos de maio e outubro (35 µl), apesar da taxa de mortalidade das larvas ter sido elevada, todas as larvas nascidas se diferenciaram em rainha, já no experimento realizado em agosto (50 µl), houve mortalidade total das larvas (n=32). As 56 rainhas produzidas foram introduzidas em mini-colônias e verificamos uma alta taxa de mortalidade das rainhas pelas operárias (77%). Quanto à ocorrência de machos, a freqüência de células com machos prestes a nascer variou de 4% em outubro e setembro a 46 % em janeiro e 45 % em dezembro e julho. Verificamos que o volume total médio de alimento necessário para a diferenciação de uma larva jovem de F. varia em rainha é de 59,20 ± 5,00 µl, ou seja, a rainha consome 2,23 vezes mais alimento que a operária. Alguns elementos interferiram no sucesso das rainhas produzidas, no entanto, algumas rainhas (n=6) se estabeleceram como fêmea dominante. Os dados de ocorrência de machos mostram que a produção de machos nas colônias, embora ocorra durante todo ano, ocorre com maior ou menor intensidade em determinadas épocas.
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spelling Produção \"in vitro\" de rainhas e ocorrência natural de machos de Frieseomelitta varia (Apidae: Meliponina)Production \"in vitro\" of queens and natural occurrence of males of Frieseomelitta varia (Apidae, Meliponina)Abelha sem ferrãoAlimento larvalLarval foodMachosMalesProdução de rainhaQueen productionStingless beeNas abelhas da espécie Frieseomelitta varia, as castas são determinadas pela quantidade de alimento ingerida pela larva em desenvolvimento, sendo que os imaturos destinados a tornarem-se rainha ingerem quantidades maiores de alimento larval do que aquelas destinadas a ser operária. Os machos por sua vez, são determinados geneticamente, independente do volume de alimento ingerido pela larva. Sabendo da importância ecológica das abelhas sem ferrão que atuam na manutenção da diversidade de plantas nativas e como agentes polinizadores, o conhecimento da biologia e o aprimoramento de técnicas de produção que visem ampliar o número de colônias destas abelhas são necessários para a preservação destas espécies e da biodiversidade a ela associada, portanto este trabalho teve por objetivos gerais: aperfeiçoar a técnica de \"produção in vitro\" de rainhas de F. varia a partir da manipulação de diferentes quantidades de alimento larval; verificar a eficiência de Frieseomelitta varia em formar colônias diminutas; verificar a(s) época(s) de ocorrência natural de machos. O alimento larval utilizado para produção de rainhas foi coletado por sucção à vácuo de células de cria recém operculadas e posteriormente, diferentes quantidades de alimento (25, 30, 35, 40 e 50 µl) foram oferecidos às larvas em fase pré-defecante. As rainhas nascidas foram introduzidas em colônias órfãs com algumas operárias jovens, alimento e pólen e foram acompanhadas diariamente para verificar seu desenvolvimento. A produção natural de machos foi verificada através de coletas mensais de pupas, analisando seu aparelho reprodutor sob lente de aumento. Encontramos um volume médio de 26,70 ± 3,55 µl de alimento por célula de operária de Frieseomelitta varia. A estimativa da taxa de crescimento da cápsula cefálica das larvas, K=1,37 e o coeficiente de determinação (R2) de 0,98, resultou na presença de quatro instares larvais, assim as 339 larvas transferidas apresentavam cápsula entre 0,866 e 1,143 mm. Nos experimentos em que foram fornecidas às larvas quantidades de alimento de 30 e 40 µl (dezembro/fevereiro e abril/julho), houve uma maior freqüência de larvas diferenciadas em rainha. Os experimentos de maio e outubro (35 µl), apesar da taxa de mortalidade das larvas ter sido elevada, todas as larvas nascidas se diferenciaram em rainha, já no experimento realizado em agosto (50 µl), houve mortalidade total das larvas (n=32). As 56 rainhas produzidas foram introduzidas em mini-colônias e verificamos uma alta taxa de mortalidade das rainhas pelas operárias (77%). Quanto à ocorrência de machos, a freqüência de células com machos prestes a nascer variou de 4% em outubro e setembro a 46 % em janeiro e 45 % em dezembro e julho. Verificamos que o volume total médio de alimento necessário para a diferenciação de uma larva jovem de F. varia em rainha é de 59,20 ± 5,00 µl, ou seja, a rainha consome 2,23 vezes mais alimento que a operária. Alguns elementos interferiram no sucesso das rainhas produzidas, no entanto, algumas rainhas (n=6) se estabeleceram como fêmea dominante. Os dados de ocorrência de machos mostram que a produção de machos nas colônias, embora ocorra durante todo ano, ocorre com maior ou menor intensidade em determinadas épocas.In Frieseomelitta varia bees species, the castes are determined by the amount of food ingested by the larvae in development, being the immature ones destined to become queen, ingest larger amount of larval food than those destined to be workers. The males ones, in their turn, are genetically determined independently from the food volume ingested by the larvae. Knowing about the ecological importance of the stingless bees that act in the maintenance of the diversity of native plants and as pollinating agents, the knowledge of the biology and the improvement of production techniques that seek to enlarge the number of colonies of these bees are necessary for the preservation of these species and the biodiversity associated to it. Therefore, the general aim of this work were: to improve the technique of \"in vitro production\" of F. varia queens starting from the manipulation of different amounts of larval food; to verify the efficiency of Frieseomelitta varia to form tiny colonies and verify the period(s) of natural occurrence of males. The larval food used for production of queens was collected by vacuum suction of cells recently covered, and later different amount offood (25, 30, 35, 40 and 50 µl) were offered to the larvae in pre-defecating phase. The born queens were introduced in orphan colonies with some young workers, food and pollen and were accompanied daily to verify their development. The natural production of males was verified through monthly collections of pupae, analyzing its reproductive system under magnifying glass. We found an average volume of 26.70 ± 3.55 µl of food per worker cell of Frieseomelitta varia. The estimate rate growth of the cephalic capsule of the larvae, K=1.37 and the determination coefficient (R2) of 0.98, resulted in the presence of four instar larvae, thus, the 339 transferred larvae, presented capsule between 0.866 and 1.143 mm. In the experiments in which the larvae amount of food of 30 and 40 µl (december/february and april/july) were supplied, there was a larger frequency of larvae differentiated into queen. The experiments of may and october (35 µl), in spite of the mortality rate of the larvae being raised, all of the born larvae differentiated into queen, whereas in the experiment carried out in august (50µl), there was total mortality ofthe larvae (n=32). The 56 produced queens were introduced in colonies and it was recorded a high mortality rate of the queens by the workers (77%). As for the occurrence of males, the frequency of cells with ready to be born males varied from 4% in october and september to 46% in january and 45% in december and july. We verified that the total average volume of necessary food for the differentiation of a young larva of F. varia in queen is of 59.20 ± 5,00 µl, in other words, the queen larvae consumes 2.23 times more food than the workers one. Some elements interfered in the success of the queens produced, but, some queens (n=6) established themselves as dominant female in the new colonies. The data of occurrence of males show that the production of males in colonies, although it happens during the whole year, happens with larger or smaller intensity in certain periods.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSoares, Ademilson Espencer EgeaBaptistella, Ana Rita Tavares de Oliveira2009-07-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59131/tde-01082023-142339/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-08-01T17:36:59Zoai:teses.usp.br:tde-01082023-142339Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-08-01T17:36:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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