Magnitude e transcendência das comorbidades tuberculose-diabetes e covid-diabetes, as áreas de risco espacial e seus fatores associados aos desfechos desfavoráveis: um estudo observacional transnacional
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-11102024-111248/ |
Resumo: | A rápida disseminação da Covid-19 e a capacidade de sobrecarregar os sistemas de saúde fez com que a tuberculose e assim o diabetes tivessem grandes retrocessos no que se refere à situação de morbi-mortalidade. Nesse contexto, o estudo tem como objetivo analisar a magnitude e transcendência das comorbidades tuberculose-diabetes e covid-diabetes, as áreas de risco espacial e seus fatores associados desfechos desfavoráveis. Realizou-se um estudo de base nacional, levantando-se dados dos municípios do Brasil. A população do estudo foi composta dos casos das comorbidades tuberculose-covid e diabetes-covid, registrados no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e DataSus no período de 2020 a 2022. Utilizou-se a técnica Estatísca de Varredura para identificação dos aglomerados de risco espaciais. E em seguida para compreender a relação dos desfechos às comorbidades utilizou-se a regressão logística binária para as variáveis clínicas e sociodemográficas. Foram levantados 24.750 casos da comorbidade tuberculose-diabetes, o que representou uma prevalência de 3,2 casos para cada 100 mil habitantes. Identificamos aglomerados de risco nas regiões Centro-oeste e Norte, especificamente nos municípios Nova Marilândia-MT (RRE= 20,9; IC95% 19,3 - 22,2); Água de São Pedro-SP; MT (RRE= 11,3; IC95% 10,1 - 14,6) e Campinápolis-MT (RRE= 10,23; IC95% 8,8 - 11,2). Os fatores associados aos desfechos desfavoráveis entre as comorbidades diabetes e tuberculose foram ser do sexo masculino (OR:1,28; IC95%: 1,15 -1,43), da raça/cor preta (OR: 1,15; IC95%: 1,01 - 1,32) e ainda recidiva de tuberculose (OR: 1,45; IC95%: 1,21 - 1,74). Identificamos 303.210 casos da comorbidade covid-diabetes, o que consistiu numa prevalência de 0,4 casos/100 mil habitantes. São Paulo-SP (RRE= 830;8 IC95% 800,4 - 901,3); Rio de Janeiro-RJ (RRE= 301,24,; IC95% 290,0 - 371,2) e Belo Horizonte-MG (RRE= 187,07 ; IC95% 172,8 - 191,5) foram os municípios com maior risco espacial para adoecer. Quanto aos desfechos desfavoráveis entre as pessoas com comorbidade covid-diabetes, identificamos o sexo masculino (OR: 1,12; IC95%: 1,10 - 1,14), faixa etária acima de 50 anos (OR: 1,28, IC95%: 1,23 - 1,32) e internação em unidade de terapia intensiva (OR: 4,37; IC95%: 4,30 - 4,44). A análise das áreas de risco espacial revelou padrões distintos na distribuição geográfica das comorbidades. O sexo masculino foi um determinante para ambas as comorbidades, o que acena para políticas de inclusão e equidade de gênero. Observamos ainda que, para os casos de tuberculose-diabetes, os fatores associados aos desfechos desfavoráveis foram, a raça-cor e recidivada tuberculose. Entre as pessoas com covid-diabetes, observou-se associação com idade, gênero e necessidade de hospitalização. Com base nos achados, conclui-se que as comorbidades entre tuberculose e diabetes, bem como entre Covid-19 e diabetes, representam desafios significativos para a saúde pública no Brasil, o que deve merecer atenção das autoridades sanitárias e sociedade científica. |
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Magnitude e transcendência das comorbidades tuberculose-diabetes e covid-diabetes, as áreas de risco espacial e seus fatores associados aos desfechos desfavoráveis: um estudo observacional transnacionalMagnitude and transcendence of tuberculosis-diabetes and covid-diabetes comorbidities, spatial risk areas, and their associated factors with unfavorable outcomes: a transnational observational studyCovid-19Covid-19Diabetes mellitusDiabetes mellitusSindemiaSyndemicTuberculoseTuberculosisA rápida disseminação da Covid-19 e a capacidade de sobrecarregar os sistemas de saúde fez com que a tuberculose e assim o diabetes tivessem grandes retrocessos no que se refere à situação de morbi-mortalidade. Nesse contexto, o estudo tem como objetivo analisar a magnitude e transcendência das comorbidades tuberculose-diabetes e covid-diabetes, as áreas de risco espacial e seus fatores associados desfechos desfavoráveis. Realizou-se um estudo de base nacional, levantando-se dados dos municípios do Brasil. A população do estudo foi composta dos casos das comorbidades tuberculose-covid e diabetes-covid, registrados no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e DataSus no período de 2020 a 2022. Utilizou-se a técnica Estatísca de Varredura para identificação dos aglomerados de risco espaciais. E em seguida para compreender a relação dos desfechos às comorbidades utilizou-se a regressão logística binária para as variáveis clínicas e sociodemográficas. Foram levantados 24.750 casos da comorbidade tuberculose-diabetes, o que representou uma prevalência de 3,2 casos para cada 100 mil habitantes. Identificamos aglomerados de risco nas regiões Centro-oeste e Norte, especificamente nos municípios Nova Marilândia-MT (RRE= 20,9; IC95% 19,3 - 22,2); Água de São Pedro-SP; MT (RRE= 11,3; IC95% 10,1 - 14,6) e Campinápolis-MT (RRE= 10,23; IC95% 8,8 - 11,2). Os fatores associados aos desfechos desfavoráveis entre as comorbidades diabetes e tuberculose foram ser do sexo masculino (OR:1,28; IC95%: 1,15 -1,43), da raça/cor preta (OR: 1,15; IC95%: 1,01 - 1,32) e ainda recidiva de tuberculose (OR: 1,45; IC95%: 1,21 - 1,74). Identificamos 303.210 casos da comorbidade covid-diabetes, o que consistiu numa prevalência de 0,4 casos/100 mil habitantes. São Paulo-SP (RRE= 830;8 IC95% 800,4 - 901,3); Rio de Janeiro-RJ (RRE= 301,24,; IC95% 290,0 - 371,2) e Belo Horizonte-MG (RRE= 187,07 ; IC95% 172,8 - 191,5) foram os municípios com maior risco espacial para adoecer. Quanto aos desfechos desfavoráveis entre as pessoas com comorbidade covid-diabetes, identificamos o sexo masculino (OR: 1,12; IC95%: 1,10 - 1,14), faixa etária acima de 50 anos (OR: 1,28, IC95%: 1,23 - 1,32) e internação em unidade de terapia intensiva (OR: 4,37; IC95%: 4,30 - 4,44). A análise das áreas de risco espacial revelou padrões distintos na distribuição geográfica das comorbidades. O sexo masculino foi um determinante para ambas as comorbidades, o que acena para políticas de inclusão e equidade de gênero. Observamos ainda que, para os casos de tuberculose-diabetes, os fatores associados aos desfechos desfavoráveis foram, a raça-cor e recidivada tuberculose. Entre as pessoas com covid-diabetes, observou-se associação com idade, gênero e necessidade de hospitalização. Com base nos achados, conclui-se que as comorbidades entre tuberculose e diabetes, bem como entre Covid-19 e diabetes, representam desafios significativos para a saúde pública no Brasil, o que deve merecer atenção das autoridades sanitárias e sociedade científica.The rapid spread of Covid-19 and its capacity to overwhelm healthcare systems has resulted in significant setbacks regarding the morbidity and mortality situation of tuberculosis and consequently diabetes. In this context, the study aims to analyze the magnitude and significance of tuberculosis-diabetes and Covid-diabetes comorbidities, spatial risk areas, and their associated factors with unfavorable outcomes. A nationwide study was conducted, gathering data from municipalities across Brazil. The study population comprised cases of tuberculosisCovid and diabetes-Covid comorbidities, recorded in the Influenza Epidemiological Surveillance Information System (Sivep-Gripe) and DataSus from 2020 to 2022. The Scan Statistics technique was used to identify spatial risk clusters. Binary logistic regression was then employed to understand the relationship between outcomes and comorbidities, considering clinical and sociodemographic variables. A total of 24,750 cases of tuberculosis-diabetes comorbidity were identified, representing a prevalence of 3.2 cases per 100,000 inhabitants. Risk clusters were identified in the Midwest and North regions, specifically in the municipalities of Nova Marilândia-MT (RRE=20.9; 95% CI 19.3-22.2), Água de São Pedro-SP; MT (RRE=11.3; 95% CI 10.1-14.6), and Campinápolis-MT (RRE=10.23; 95% CI 8.8- 11.2). Factors associated with unfavorable outcomes among diabetes and tuberculosis comorbidities included male sex (OR: 1.28; 95% CI: 1.15-1.43), black race/color (OR: 1.15; 95% CI: 1.01-1.32), and tuberculosis relapse (OR: 1.45; 95% CI: 1.21-1.74). A total of 303,210 cases of Covid-diabetes comorbidity were identified, resulting in a prevalence of 0.4 cases per 100,000 inhabitants. São Paulo-SP (RRE=830.8; 95% CI 800.4-901.3), Rio de Janeiro-RJ (RRE=301.24; 95% CI 290.0-371.2), and Belo Horizonte-MG (RRE=187.07; 95% CI 172.8- 191.5) were the municipalities with the highest spatial risk of illness. Regarding unfavorable outcomes among people with Covid-diabetes comorbidity, male sex (OR: 1.12; 95% CI: 1.10- 1.14), age above 50 years (OR: 1.28, 95% CI: 1.23-1.32), and admission to intensive care units (OR: 4.37; 95% CI: 4.30-4.44) were identified as associated factors. The analysis of spatial risk areas revealed distinct patterns in the geographical distribution of comorbidities. Male sex was a determinant for both comorbidities, suggesting the need for gender inclusion and equity policies. It was also observed that for cases of tuberculosis-diabetes, factors associated with unfavorable outcomes were race/ethnicity and tuberculosis relapse. Among people with Coviddiabetes, associations with age, gender, and the need for hospitalization were noted. Based on the findings, it is concluded that comorbidities between tuberculosis and diabetes, as well as between Covid-19 and diabetes, pose significant challenges to public health in Brazil, warranting attention from health authorities and the scientific community.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPArcêncio, Ricardo AlexandreGomes, Dulce Maria de OliveiraAlves, Luana Seles2024-06-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-11102024-111248/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-15T17:38:02Zoai:teses.usp.br:tde-11102024-111248Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-15T17:38:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A rápida disseminação da Covid-19 e a capacidade de sobrecarregar os sistemas de saúde fez com que a tuberculose e assim o diabetes tivessem grandes retrocessos no que se refere à situação de morbi-mortalidade. Nesse contexto, o estudo tem como objetivo analisar a magnitude e transcendência das comorbidades tuberculose-diabetes e covid-diabetes, as áreas de risco espacial e seus fatores associados desfechos desfavoráveis. Realizou-se um estudo de base nacional, levantando-se dados dos municípios do Brasil. A população do estudo foi composta dos casos das comorbidades tuberculose-covid e diabetes-covid, registrados no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e DataSus no período de 2020 a 2022. Utilizou-se a técnica Estatísca de Varredura para identificação dos aglomerados de risco espaciais. E em seguida para compreender a relação dos desfechos às comorbidades utilizou-se a regressão logística binária para as variáveis clínicas e sociodemográficas. Foram levantados 24.750 casos da comorbidade tuberculose-diabetes, o que representou uma prevalência de 3,2 casos para cada 100 mil habitantes. Identificamos aglomerados de risco nas regiões Centro-oeste e Norte, especificamente nos municípios Nova Marilândia-MT (RRE= 20,9; IC95% 19,3 - 22,2); Água de São Pedro-SP; MT (RRE= 11,3; IC95% 10,1 - 14,6) e Campinápolis-MT (RRE= 10,23; IC95% 8,8 - 11,2). Os fatores associados aos desfechos desfavoráveis entre as comorbidades diabetes e tuberculose foram ser do sexo masculino (OR:1,28; IC95%: 1,15 -1,43), da raça/cor preta (OR: 1,15; IC95%: 1,01 - 1,32) e ainda recidiva de tuberculose (OR: 1,45; IC95%: 1,21 - 1,74). Identificamos 303.210 casos da comorbidade covid-diabetes, o que consistiu numa prevalência de 0,4 casos/100 mil habitantes. São Paulo-SP (RRE= 830;8 IC95% 800,4 - 901,3); Rio de Janeiro-RJ (RRE= 301,24,; IC95% 290,0 - 371,2) e Belo Horizonte-MG (RRE= 187,07 ; IC95% 172,8 - 191,5) foram os municípios com maior risco espacial para adoecer. Quanto aos desfechos desfavoráveis entre as pessoas com comorbidade covid-diabetes, identificamos o sexo masculino (OR: 1,12; IC95%: 1,10 - 1,14), faixa etária acima de 50 anos (OR: 1,28, IC95%: 1,23 - 1,32) e internação em unidade de terapia intensiva (OR: 4,37; IC95%: 4,30 - 4,44). A análise das áreas de risco espacial revelou padrões distintos na distribuição geográfica das comorbidades. O sexo masculino foi um determinante para ambas as comorbidades, o que acena para políticas de inclusão e equidade de gênero. Observamos ainda que, para os casos de tuberculose-diabetes, os fatores associados aos desfechos desfavoráveis foram, a raça-cor e recidivada tuberculose. Entre as pessoas com covid-diabetes, observou-se associação com idade, gênero e necessidade de hospitalização. Com base nos achados, conclui-se que as comorbidades entre tuberculose e diabetes, bem como entre Covid-19 e diabetes, representam desafios significativos para a saúde pública no Brasil, o que deve merecer atenção das autoridades sanitárias e sociedade científica. |
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