Acurácia e custo de métodos utilizados por enfermeiros na confirmação do posicionamento de sondas nasoenterais recém inseridas às cegas à beira leito
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-10112022-164907/ |
Resumo: | Os objetivos do estudo foram analisar a acurácia e os custos de métodos realizados à beira leito para confirmar a posição de sonda nasoenteral recém inserida às cegas à beira leito por enfermeiros. Tratou-se de estudo de acurácia diagnóstica de três métodos (ultrassonografia, ausculta epigástrica e medição do pH) utilizados na prática clínica por enfermeiros e compará-los com a radiografia, que é o padrão-ouro na confirmação do posicionamento de sondas nasoenterais. Os dados foram coletados nas enfermarias e unidades de cuidados críticos de um hospital universitário de grande porte do interior do estado de São Paulo. A amostra foi de conveniência e incluiu todos os pacientes que necessitaram de sonda nasoenteral durante a internação, no período de 19/11/2019 a 18/03/2020. Os métodos foram realizados na seguinte ordem: ultrassonografia, ausculta epigástrica e medição do pH (testes índice). Posteriormente, os resultados dos três métodos foram comparados com a radiografia (teste de referência). Também foram comparados os resultados provenientes da combinação entre ausculta epigástrica e medição do pH com a radiografia. Dados sociodemográficos, clínicos e terapêuticos foram obtidos do prontuário do paciente e registrados no formulário de coleta de dados eletrônico. Também foram mensurados os custos diretos de cada método utilizado para confirmar o posicionamento da sonda nasoenteral. Foram realizados 53 procedimentos de inserção de sonda nasoenteral em 41 pacientes adultos. Destes, 58,5% estavam posicionadas no estômago, 11,3% estavam posicionadas no esôfago ou pulmão, 11,3% no intestino, e em 18,9%, não foi possível definir se a ponta da sonda estava localizada no estômago ou no intestino na radiografia. Dentre os métodos utilizados neste estudo, a medição do pH foi o que apresentou maior sensibilidade (87,5%) e especificidade (100%). A sensibilidade do ultrassom foi de 76,6%. Ademais, quando combinados, a ausculta epigástrica e a mensuração do pH apresentaram sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) iguais a 100%. A medição do pH e o ultrassom apresentaram concordância considerável com a radiografia e, quando avaliado o método combinado, a concordância foi quase perfeita. Em média, a ausculta abdominal apresentou o menor custo (R$ 6,62) quando comparado aos demais métodos avaliados no presente estudo. Considerando as probabilidades de observação da posição da sonda pela ultrassonografia, o custo esperado foi de R$ 35,76, enquanto pelo método da mensuração do pH, o custo mínimo foi de R$ 8,49. Contudo, não foi possível obter o aspirado gástrico em 35,2% dos procedimentos realizados, apesar das intervenções. Nesses casos, o custo da mensuração do pH foi maior (R$ 43,38) quando comparado aos demais métodos. A ultrassonografia pode ser uma alternativa para situações em que a radiografia não esteja disponível. Entretanto, estudos futuros são necessários para avaliar a acurácia desse método em amostra maior de pacientes. Ademais, na impossibilidade de implementação de métodos radiológicos para confirmar o posicionamento das sondas, o enfermeiro deve considerar a associação de dois métodos não radiológicos, sendo eles a mensuração do pH e a ausculta epigástrica. |
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Acurácia e custo de métodos utilizados por enfermeiros na confirmação do posicionamento de sondas nasoenterais recém inseridas às cegas à beira leitoAccuracy and cost of methods used by nurses in confirming the placement of recently inserted nasoenteral tubes at bedsideEnfermagemEnteral feedingGastrointestinal intubationIntubação gastrointestinalNursingNutrição enteralPatient safetySegurança do pacienteUltrasonographyUltrassonografiaOs objetivos do estudo foram analisar a acurácia e os custos de métodos realizados à beira leito para confirmar a posição de sonda nasoenteral recém inserida às cegas à beira leito por enfermeiros. Tratou-se de estudo de acurácia diagnóstica de três métodos (ultrassonografia, ausculta epigástrica e medição do pH) utilizados na prática clínica por enfermeiros e compará-los com a radiografia, que é o padrão-ouro na confirmação do posicionamento de sondas nasoenterais. Os dados foram coletados nas enfermarias e unidades de cuidados críticos de um hospital universitário de grande porte do interior do estado de São Paulo. A amostra foi de conveniência e incluiu todos os pacientes que necessitaram de sonda nasoenteral durante a internação, no período de 19/11/2019 a 18/03/2020. Os métodos foram realizados na seguinte ordem: ultrassonografia, ausculta epigástrica e medição do pH (testes índice). Posteriormente, os resultados dos três métodos foram comparados com a radiografia (teste de referência). Também foram comparados os resultados provenientes da combinação entre ausculta epigástrica e medição do pH com a radiografia. Dados sociodemográficos, clínicos e terapêuticos foram obtidos do prontuário do paciente e registrados no formulário de coleta de dados eletrônico. Também foram mensurados os custos diretos de cada método utilizado para confirmar o posicionamento da sonda nasoenteral. Foram realizados 53 procedimentos de inserção de sonda nasoenteral em 41 pacientes adultos. Destes, 58,5% estavam posicionadas no estômago, 11,3% estavam posicionadas no esôfago ou pulmão, 11,3% no intestino, e em 18,9%, não foi possível definir se a ponta da sonda estava localizada no estômago ou no intestino na radiografia. Dentre os métodos utilizados neste estudo, a medição do pH foi o que apresentou maior sensibilidade (87,5%) e especificidade (100%). A sensibilidade do ultrassom foi de 76,6%. Ademais, quando combinados, a ausculta epigástrica e a mensuração do pH apresentaram sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) iguais a 100%. A medição do pH e o ultrassom apresentaram concordância considerável com a radiografia e, quando avaliado o método combinado, a concordância foi quase perfeita. Em média, a ausculta abdominal apresentou o menor custo (R$ 6,62) quando comparado aos demais métodos avaliados no presente estudo. Considerando as probabilidades de observação da posição da sonda pela ultrassonografia, o custo esperado foi de R$ 35,76, enquanto pelo método da mensuração do pH, o custo mínimo foi de R$ 8,49. Contudo, não foi possível obter o aspirado gástrico em 35,2% dos procedimentos realizados, apesar das intervenções. Nesses casos, o custo da mensuração do pH foi maior (R$ 43,38) quando comparado aos demais métodos. A ultrassonografia pode ser uma alternativa para situações em que a radiografia não esteja disponível. Entretanto, estudos futuros são necessários para avaliar a acurácia desse método em amostra maior de pacientes. Ademais, na impossibilidade de implementação de métodos radiológicos para confirmar o posicionamento das sondas, o enfermeiro deve considerar a associação de dois métodos não radiológicos, sendo eles a mensuração do pH e a ausculta epigástrica.The objectives of the study were to analyze the accuracy and the costs of methods performed at bedside to confirm the placement of the nasoenteral tube which were recently and blindly inserted at bedside by nurses. It was a diagnostic accuracy study of three diagnostic methods (ultrasonography, epigastric auscultation, and pH measurement) used in clinical practice by nurses and compare them to the radiography, which is the gold standard in confirming the placement of nasoenteral tubes. The data were collected in wards and critical care units of a large size university hospital in the countryside of São Paulo state. It was a convenience sample, and it comprised all the patients who needed nasoenteral feeding tube during their hospitalization, from 11/19/2019 to 03/18/2020. The methods were performed in the following order: ultrasonography, epigastric auscultation and pH measurement (index tests). Afterwards, the results of the three methods were compared to that of the radiography (reference test). The results from the combination of epigastric auscultation and pH measurement were also compared to the radiograph. Sociodemographic, clinical, and therapeutic data were obtained from the patient record and registered in an electronic data collection form. The direct costs of each method used to confirm the placement of nasoenteral feeding tube were also measured. Fifty-three (53) procedures for inserting the nasoenteral feeding tube were performed in 41 patients. Out of these, 58.5% were positioned in the stomach, 11.3% were positioned in the esophagus or lung, 11.3% in the intestine and, in 18.9% of them, it was not possible to define whether the tip of the tube was placed in the stomach or in the intestine in the radiograph. Among the methods used in this study, the pH measurement was the one which presented greater sensitivity (87.5%) and specificity (100%). The ultrasound sensitivity was 76.6%. Moreover, when combined, the epigastric auscultation and the pH measurement presented sensitivity, specificity, positive predictive value (PPV) and Negative Predictive Value (NPV) equal to 100%. The pH measurement and the ultrasound presented substantial match with the radiography and when the method was assessed in combination, the match was almost perfect. On average, the abdominal auscultation presented the lowest cost (R$ 6.62) if compared to the other methods assessed in this study. Considering the probability of the tube position observation by the ultrasonography, the expected cost was R$ 35.76, while the pH measurement method minimum cost was R$ 8.49. Nevertheless, it was not possible to obtain the gastric aspirator in 35.2% of the procedures carried out, despite the interventions. In these cases, the pH measurement cost was higher (R$ 43.38) when compared to other methods. The ultrasonography may be an alternative for situations where radiography is not available. Nevertheless, future studies are needed in order to assess the accuracy of this method in a greater sample of patients. Besides, in case of implementation impossibility of the radiologic methods to confirm the placement of the tubes, the nurse must consider the association of two non-radiologic methods, which are the pH measurement and epigastric auscultation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSousa, Fernanda Raphael Escobar Gimenes deRigobello, Mayara Carvalho Godinho2022-08-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-10112022-164907/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-11-22T12:30:06Zoai:teses.usp.br:tde-10112022-164907Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-11-22T12:30:06Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Os objetivos do estudo foram analisar a acurácia e os custos de métodos realizados à beira leito para confirmar a posição de sonda nasoenteral recém inserida às cegas à beira leito por enfermeiros. Tratou-se de estudo de acurácia diagnóstica de três métodos (ultrassonografia, ausculta epigástrica e medição do pH) utilizados na prática clínica por enfermeiros e compará-los com a radiografia, que é o padrão-ouro na confirmação do posicionamento de sondas nasoenterais. Os dados foram coletados nas enfermarias e unidades de cuidados críticos de um hospital universitário de grande porte do interior do estado de São Paulo. A amostra foi de conveniência e incluiu todos os pacientes que necessitaram de sonda nasoenteral durante a internação, no período de 19/11/2019 a 18/03/2020. Os métodos foram realizados na seguinte ordem: ultrassonografia, ausculta epigástrica e medição do pH (testes índice). Posteriormente, os resultados dos três métodos foram comparados com a radiografia (teste de referência). Também foram comparados os resultados provenientes da combinação entre ausculta epigástrica e medição do pH com a radiografia. Dados sociodemográficos, clínicos e terapêuticos foram obtidos do prontuário do paciente e registrados no formulário de coleta de dados eletrônico. Também foram mensurados os custos diretos de cada método utilizado para confirmar o posicionamento da sonda nasoenteral. Foram realizados 53 procedimentos de inserção de sonda nasoenteral em 41 pacientes adultos. Destes, 58,5% estavam posicionadas no estômago, 11,3% estavam posicionadas no esôfago ou pulmão, 11,3% no intestino, e em 18,9%, não foi possível definir se a ponta da sonda estava localizada no estômago ou no intestino na radiografia. Dentre os métodos utilizados neste estudo, a medição do pH foi o que apresentou maior sensibilidade (87,5%) e especificidade (100%). A sensibilidade do ultrassom foi de 76,6%. Ademais, quando combinados, a ausculta epigástrica e a mensuração do pH apresentaram sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) iguais a 100%. A medição do pH e o ultrassom apresentaram concordância considerável com a radiografia e, quando avaliado o método combinado, a concordância foi quase perfeita. Em média, a ausculta abdominal apresentou o menor custo (R$ 6,62) quando comparado aos demais métodos avaliados no presente estudo. Considerando as probabilidades de observação da posição da sonda pela ultrassonografia, o custo esperado foi de R$ 35,76, enquanto pelo método da mensuração do pH, o custo mínimo foi de R$ 8,49. Contudo, não foi possível obter o aspirado gástrico em 35,2% dos procedimentos realizados, apesar das intervenções. Nesses casos, o custo da mensuração do pH foi maior (R$ 43,38) quando comparado aos demais métodos. A ultrassonografia pode ser uma alternativa para situações em que a radiografia não esteja disponível. Entretanto, estudos futuros são necessários para avaliar a acurácia desse método em amostra maior de pacientes. Ademais, na impossibilidade de implementação de métodos radiológicos para confirmar o posicionamento das sondas, o enfermeiro deve considerar a associação de dois métodos não radiológicos, sendo eles a mensuração do pH e a ausculta epigástrica. |
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