Fidedignidade do sistema compreensivo do Rorschach: revisão e estudo da estabilidade temporal em adultos da cidade de São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-30112009-091310/ |
Resumo: | Neste estudo, avaliamos a estabilidade temporal de 59 variáveis principais do Sistema Compreensivo do Rorschach (SCR). Nossa amostra foi composta por 32 adultos nãopacientes da cidade de São Paulo, participantes voluntários. Eles poderiam receber os resultados da avaliação após a coleta dos dados. Predominaram mulheres (75%), indivíduos solteiros (50%), das classes A (41%) e B (41%), com idades de 19 a 58 anos e média de 13 anos de instrução. Vinte e cinco participantes (78%) eram funcionários da universidade onde se realizou a pesquisa, dois (6%) eram alunos e cinco (16%) eram conhecidos dos funcionários. Utilizamos um delineamento de teste-reteste com intervalo de 3 a 4 meses ente as testagens. Os protocolos foram coletados e codificados pelo autor da pesquisa. Um segundo avaliador codificou, de modo independente, 10 protocolos do teste e 10 protocolos do reteste, sorteados. A fidedignidade inter-codificadores foi substancial (iota > 0,60) para a maioria das variáveis. A média das correlações de teste-reteste para as 59 variáveis centrais do SCR foi r = 0,61, o que corresponde a um nível moderado de estabilidade temporal. Investigamos também a direcionalidade das proporções e a consistência das categorias interpretativas. Entre 44% e 70% dos participantes permaneceu na mesma categoria interpretativa no teste e no reteste. Os resultados de estabilidade temporal encontrados foram menores do que os das pesquisas originais do SCR, mas semelhantes aos de um estudo francês recente. A estabilidade das constelações foi alta, com pelo menos 88% dos participantes mantendo o mesmo status negativo ou positivo no teste e no reteste. Fatores como a restrição de faixa de valores e assimetria não parecem explicar a menor estabilidade temporal encontrada na nossa amostra, mas a distribuição dos valores das variáveis, incluindo a maior freqüência de participantes com escores iguais a zero e a presença de escores extremos, pode ter contribuído. Na nossa amostra, o nível de engajamento na tarefa aparentemente foi semelhante ao da amostra normativa da cidade de São Paulo, mas menor do que nas pesquisas originais do SCR. O menor engajamento na tarefa pode ter contribuído para a menor estabilidade temporal encontrada. Fatores relacionados à situação de testagem também parecem ter desempenhado importante papel nos resultados. Os usuários brasileiros devem ter cuidado ao interpretar os resultados obtidos com o SCR, principalmente frente a protocolos com baixo nível de engajamento na tarefa (identificados por R baixo e Lambda alto). Mais pesquisas brasileiras com o SCR são necessárias, inclusive para investigar procedimentos que promovam maior engajamento na tarefa, e que assim possam contribuir para uma maior fidedignidade e validade dos resultados obtidos. |
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Fidedignidade do sistema compreensivo do Rorschach: revisão e estudo da estabilidade temporal em adultos da cidade de São PauloReliability of the Rorschach Comprehensive System: review and study of temporal stability in adults from the city of São PauloAvaliação PsicológicaMedidas da personalidadePersonality MeasuresPrecisão do testeProjective TechniquesPsicometriaPsychological AssessmentPsychometricsRorschach TestTécnicas projetivasTest ReliabilityTeste de RorschachNeste estudo, avaliamos a estabilidade temporal de 59 variáveis principais do Sistema Compreensivo do Rorschach (SCR). Nossa amostra foi composta por 32 adultos nãopacientes da cidade de São Paulo, participantes voluntários. Eles poderiam receber os resultados da avaliação após a coleta dos dados. Predominaram mulheres (75%), indivíduos solteiros (50%), das classes A (41%) e B (41%), com idades de 19 a 58 anos e média de 13 anos de instrução. Vinte e cinco participantes (78%) eram funcionários da universidade onde se realizou a pesquisa, dois (6%) eram alunos e cinco (16%) eram conhecidos dos funcionários. Utilizamos um delineamento de teste-reteste com intervalo de 3 a 4 meses ente as testagens. Os protocolos foram coletados e codificados pelo autor da pesquisa. Um segundo avaliador codificou, de modo independente, 10 protocolos do teste e 10 protocolos do reteste, sorteados. A fidedignidade inter-codificadores foi substancial (iota > 0,60) para a maioria das variáveis. A média das correlações de teste-reteste para as 59 variáveis centrais do SCR foi r = 0,61, o que corresponde a um nível moderado de estabilidade temporal. Investigamos também a direcionalidade das proporções e a consistência das categorias interpretativas. Entre 44% e 70% dos participantes permaneceu na mesma categoria interpretativa no teste e no reteste. Os resultados de estabilidade temporal encontrados foram menores do que os das pesquisas originais do SCR, mas semelhantes aos de um estudo francês recente. A estabilidade das constelações foi alta, com pelo menos 88% dos participantes mantendo o mesmo status negativo ou positivo no teste e no reteste. Fatores como a restrição de faixa de valores e assimetria não parecem explicar a menor estabilidade temporal encontrada na nossa amostra, mas a distribuição dos valores das variáveis, incluindo a maior freqüência de participantes com escores iguais a zero e a presença de escores extremos, pode ter contribuído. Na nossa amostra, o nível de engajamento na tarefa aparentemente foi semelhante ao da amostra normativa da cidade de São Paulo, mas menor do que nas pesquisas originais do SCR. O menor engajamento na tarefa pode ter contribuído para a menor estabilidade temporal encontrada. Fatores relacionados à situação de testagem também parecem ter desempenhado importante papel nos resultados. Os usuários brasileiros devem ter cuidado ao interpretar os resultados obtidos com o SCR, principalmente frente a protocolos com baixo nível de engajamento na tarefa (identificados por R baixo e Lambda alto). Mais pesquisas brasileiras com o SCR são necessárias, inclusive para investigar procedimentos que promovam maior engajamento na tarefa, e que assim possam contribuir para uma maior fidedignidade e validade dos resultados obtidos.We have evaluated the temporal stability of 59 Rorschach Comprehensive System (RCS) core variables. Our sample was composed of 32 nonpatients adults from the city of São Paulo, who volunteered to participate. They could have access to assessment results after the data collection. Participants were predominantly women (75%), single individuals (50%), from socioeconomic classes A (41%) and B (41%), with ages from 19 to 58 and 13 years of education on average. Twenty-five participants (78%) were employees from the university where the research was accomplished, two (6%) were students at the university and five (16%) were acquaintances of the employees. We used a test-retest design with a 3 to 4 months retest interval. All records were collected and codified by the author. A second rater independently coded 10 records from test and 10 records from retest, randomly selected. Interrater reliability was substantial (iota > .60) for most RCS variables. The mean test-retest correlation for the 59 core variables was r = .61, which indicates a moderate level of temporal stability. We also investigated directionality of proportions and categorical consistency. Between 44% and 70% of the participants were in the same interpretive category on test and retest. These results were lower than the original RCS research, but similar to the findings of a recent French study. Temporal stability for constellations was high, with at least 88% of the participants keeping the same negative or positive status on test and retest. Range restriction and skewness did not seem to explain the lower stability found in our sample, but the distributions of values for some variables, with a high frequency of participants with scores of zero and outliers, may have contributed. Task engagement in our sample apparently was similar to that found for the normative sample of adults from São Paulo, but lower than in the original RCS research. Lower task engagement may have contributed to the lower temporal stability. Factors of the testing situation seem to have played an important role in the results also. Brazilian users should take care in interpreting RCS results, mainly when task engagement is low (indicated by low R and high Lambda). More research with RCS in Brazil is needed, also to investigate procedures for obtaining higher task engagement, which may contribute to higher reliability and validity of test results.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCustodio, Eda MarconiSilva Neto, Antonio Carlos Pacheco e2008-04-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-30112009-091310/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:00Zoai:teses.usp.br:tde-30112009-091310Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Neste estudo, avaliamos a estabilidade temporal de 59 variáveis principais do Sistema Compreensivo do Rorschach (SCR). Nossa amostra foi composta por 32 adultos nãopacientes da cidade de São Paulo, participantes voluntários. Eles poderiam receber os resultados da avaliação após a coleta dos dados. Predominaram mulheres (75%), indivíduos solteiros (50%), das classes A (41%) e B (41%), com idades de 19 a 58 anos e média de 13 anos de instrução. Vinte e cinco participantes (78%) eram funcionários da universidade onde se realizou a pesquisa, dois (6%) eram alunos e cinco (16%) eram conhecidos dos funcionários. Utilizamos um delineamento de teste-reteste com intervalo de 3 a 4 meses ente as testagens. Os protocolos foram coletados e codificados pelo autor da pesquisa. Um segundo avaliador codificou, de modo independente, 10 protocolos do teste e 10 protocolos do reteste, sorteados. A fidedignidade inter-codificadores foi substancial (iota > 0,60) para a maioria das variáveis. A média das correlações de teste-reteste para as 59 variáveis centrais do SCR foi r = 0,61, o que corresponde a um nível moderado de estabilidade temporal. Investigamos também a direcionalidade das proporções e a consistência das categorias interpretativas. Entre 44% e 70% dos participantes permaneceu na mesma categoria interpretativa no teste e no reteste. Os resultados de estabilidade temporal encontrados foram menores do que os das pesquisas originais do SCR, mas semelhantes aos de um estudo francês recente. A estabilidade das constelações foi alta, com pelo menos 88% dos participantes mantendo o mesmo status negativo ou positivo no teste e no reteste. Fatores como a restrição de faixa de valores e assimetria não parecem explicar a menor estabilidade temporal encontrada na nossa amostra, mas a distribuição dos valores das variáveis, incluindo a maior freqüência de participantes com escores iguais a zero e a presença de escores extremos, pode ter contribuído. Na nossa amostra, o nível de engajamento na tarefa aparentemente foi semelhante ao da amostra normativa da cidade de São Paulo, mas menor do que nas pesquisas originais do SCR. O menor engajamento na tarefa pode ter contribuído para a menor estabilidade temporal encontrada. Fatores relacionados à situação de testagem também parecem ter desempenhado importante papel nos resultados. Os usuários brasileiros devem ter cuidado ao interpretar os resultados obtidos com o SCR, principalmente frente a protocolos com baixo nível de engajamento na tarefa (identificados por R baixo e Lambda alto). Mais pesquisas brasileiras com o SCR são necessárias, inclusive para investigar procedimentos que promovam maior engajamento na tarefa, e que assim possam contribuir para uma maior fidedignidade e validade dos resultados obtidos. |
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