Espécies emergentes de micoplasmas do trato geniturinário em pacientes associados ou não à infecção pelo HIV-1, detectados por técnicas sorológicas, de cultivo e de biologia molecular

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cordova, Caio Mauricio Mendes de
Data de Publicação: 1999
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-19032015-101859/
Resumo: Este trabalho procurou definir a existência de espécies emergentes de micoplasmas (Mycoplasma genitalium, M. fermentans e M. penetrans) em indivíduos HIV-positivos e indivíduos com queixa clínica de retrite, por não haver dados a esse respeito no Brasil. A pesquisa das espécies mais conhecidas (M. hominis e Ureaplasma urealyticum), cuja metodologia para sua detecção já está bem estabelecida, proporcionou uma visão global da participação das espécies de importância clínica conhecidas até o momento. Foram avaliadas amostras de raspado uretral e primeiro jato urinário de 106 indivíduos HIV-positivos e 110 indivíduos HIV-negativos com DST, no total de 212 e 220 amostras do primeiro e do segundo grupo, respectivamente. Deste modo, foram submetidas a análise 432 amostras para pesquisa de micoplasmas por cultura e PCR. Para pesquisa de anticorpos séricos anti- M. penetrans, foram obtidas amostras de soro de cada indivíduo dos dois grupos estudados, bem como de 86 doadores de sangue saudáveis para cálculo do limite de reatividade do ELISA. As taxas de infecção obtidas em nosso estudo, considerando os resultados do cultivo e da PCR, nos indivíduos HIV-positivos, foram: 2,8% para a espécie M. genitalium, 5,7% para M. fermentans, e 6,6% para M. penetrans. Nos indivíduos com queixa de DST, os valores encontrados foram: 9,1% para M. genitalium e 0,9% para M. fermentans, não tendo sido observado nenhum caso positivo para M. penetrans. Estes últimos resultados revelam que, apesar da pouca importância dada até então às três espécies, estas responderam, no total, por taxas de infecção de 15,1% e 10,0%, respectivamente, nos grupos HIV-positivo e DST. Estas taxas são bastante significativas quando comparadas com as observadas para as espécies M. hominis e U. urealyticum, ou seja, 26,4% e 14,5% em cada grupo, respectivamente. Nossos dados demonstraram uma freqüência significativa de anticorpos anti- M. penetrans: 25,5% no grupo de indivíduos HIV-positivos, 17,3% no grupo de DST, e 2,3% no grupo controle para IgG; 3,8%, 9,1% e 5,8% para IgM, e 15,1%,17,3% e 1,2% para IgA, respectivamente. Estes dados, aliados aos resultados de PCR, confirmam a presença de M. penetrans em nosso meio, infectando principalmente os indivíduos HIV-positivos. A presença desta espécie e também de M. fermentans, detectadas por PCR, denotam que muito pouco se conhece sobre o envolvimento destes micoplasmas com o HIV e que ainda não lhes é dada a devida importância na rotina médica. A associação definitiva de sua infecção com a progressão da AIDS, ainda a ser alcançada, e a demonstração em nossa população da infecção por M. genitalium em indivíduos com queixa de uretrite não-gonocócica, abre novos horizontes para o estudo da participação dos micoplasmas na etiologia das doenças humanas no país.
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Foram avaliadas amostras de raspado uretral e primeiro jato urinário de 106 indivíduos HIV-positivos e 110 indivíduos HIV-negativos com DST, no total de 212 e 220 amostras do primeiro e do segundo grupo, respectivamente. Deste modo, foram submetidas a análise 432 amostras para pesquisa de micoplasmas por cultura e PCR. Para pesquisa de anticorpos séricos anti- M. penetrans, foram obtidas amostras de soro de cada indivíduo dos dois grupos estudados, bem como de 86 doadores de sangue saudáveis para cálculo do limite de reatividade do ELISA. As taxas de infecção obtidas em nosso estudo, considerando os resultados do cultivo e da PCR, nos indivíduos HIV-positivos, foram: 2,8% para a espécie M. genitalium, 5,7% para M. fermentans, e 6,6% para M. penetrans. Nos indivíduos com queixa de DST, os valores encontrados foram: 9,1% para M. genitalium e 0,9% para M. fermentans, não tendo sido observado nenhum caso positivo para M. penetrans. Estes últimos resultados revelam que, apesar da pouca importância dada até então às três espécies, estas responderam, no total, por taxas de infecção de 15,1% e 10,0%, respectivamente, nos grupos HIV-positivo e DST. Estas taxas são bastante significativas quando comparadas com as observadas para as espécies M. hominis e U. urealyticum, ou seja, 26,4% e 14,5% em cada grupo, respectivamente. Nossos dados demonstraram uma freqüência significativa de anticorpos anti- M. penetrans: 25,5% no grupo de indivíduos HIV-positivos, 17,3% no grupo de DST, e 2,3% no grupo controle para IgG; 3,8%, 9,1% e 5,8% para IgM, e 15,1%,17,3% e 1,2% para IgA, respectivamente. Estes dados, aliados aos resultados de PCR, confirmam a presença de M. penetrans em nosso meio, infectando principalmente os indivíduos HIV-positivos. A presença desta espécie e também de M. fermentans, detectadas por PCR, denotam que muito pouco se conhece sobre o envolvimento destes micoplasmas com o HIV e que ainda não lhes é dada a devida importância na rotina médica. A associação definitiva de sua infecção com a progressão da AIDS, ainda a ser alcançada, e a demonstração em nossa população da infecção por M. genitalium em indivíduos com queixa de uretrite não-gonocócica, abre novos horizontes para o estudo da participação dos micoplasmas na etiologia das doenças humanas no país.The aim of this work was to define the existence of emergent mycoplasma species, such as Mycoplasma genitalium, M. fermentans and M. penetrans, in HIV-1-infected and HIV-negative individuals with Sexually Trasmitted Diseases (STD), because there are no data concerning this subject in Brazil. The research about well-known species, such as Ureaplasma urealyticum and M. hominis, of wich detection techniques are well established, provided a comprehensive view of the participation of Mollicutes in human disease. We evaluated urethral swabs and urine samples from 106 HIV-1-infected and 110 HIV-negative individuals with clinical symptoms of non-gonococal urethritis, summing up 212 samples from the first group, and 220 from the second. Therefore, we tested a total of 432 samples to mycoplasma detection by culture and PCR. To detection of serum antibodies to M. penetrans, we obtained blood samples of each patient from the groups studied, as well as from 86 healthy blood donors to calculate the ELISA (Enzime Linked Immuno Sorbent Assay) cut-off value. The rates of infection obtained in our study, considering the culture and PCR results, in the HIV-infected individuals were: 2.8% for M. genitalium, 5.7% for M. fermentans, and 6.6% for M. penetrans. In the STD group, the rates were: 9.1% for M. genitalium and 0.9% for M. fermentans. We did not observed any positive case for M. penetrans in this group, and no positive case for M. pneumoniae in both groups, in spite of the existence of some reports of its detection in the genitourinary tract. This results reveal that they account, in the total, for infection rates of 15.1% and 10%, respectively, in the HIV-infected and the STD groups. These rates are very significant when compared to the ones observed for the species M. hominis and U. urealyticum, i.e., 26.4% and 14.5% in each group, respectively. Our results also show a significant antibody frequency to M. penetrans: 25.5% in the HIV-infected group, 17.3% in the STD group, and 2.3% in the control group for IgG; 3.8%, 9.1% and 5.8% for IgM, and 15.1 %, 17.3% and 1.2% for IgA, respectively. These data, together with the PCR results, confirm the presence of M. penetrans in our population, mainly infecting HIV- positive patients. The presence of this species, and also of M. fermentans, detected by PCR, demonstrate that very little is known about the role of this mycoplasma species in HIV infection, and they are not given the appropriate importance in clinical routine in Brazil. The definitive association between mycoplasma infection and the progression of AIDS is still to be established. The demonstration of M. genitalium infection in individuals with clinical symptoms of non-gonococal urethritis in our population, may open new insights in the study of the role of mycoplamas in the ethiology of human diseases in this country.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCunha, Regina Ayr Florio daCordova, Caio Mauricio Mendes de1999-06-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-19032015-101859/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:56Zoai:teses.usp.br:tde-19032015-101859Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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