Avaliação da metodologia holandesa de apara dos cascos para bovinos da raça Nelore e fatores de influência na morfometria dos dígitos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-18012021-093145/ |
Resumo: | A apara do casco é a principal forma de prevenir as doenças podais dos bovinos, ela pode ser realizada por diferentes métodos, sendo o holandês o mais utilizado. Recentemente, estudos evidenciaram que a métrica tradicional é inapropriada, podendo causar a diminuição excessiva da espessura da sola, e expor o córium dos dígitos. O presente estudo teve três objetivos: 1 - determinar o perfil dos casqueadores que atuam na área da podologia no Brasil; 2 - verificar se há associação entre a apara e o surgimento de sola fina; 3 - determinar se peso e idade dos bovinos da raça Nelore influenciam nas dimensões do casco e do córium. No primeiro estudo, confeccionou- se questionário on-line que foi enviado para casqueadores por meio de mídias sociais e e-mail. Para o segundo objetivo, parâmetros morfométricos de 12 bovinos foram avaliados, antes e após a apara pelo método holandês. Adicionalmente, avaliação da espessura da sola foi realizada por meio de imagens tomográficas nestes mesmos momentos. Para o terceiro objetivo, os dígitos de 46 bovinos foram separados em dois grupos, de acordo com a idade e com o peso dos animais, e mensurou a morfometria dos dígitos. As dimensões do córium, comprimento linear na muralha e a sua espessura na pinça e no talão, foram avaliados por imagens tomográficas. Os resultados mostram que os casqueadores são adultos jovens, graduados, que atuam no eixo sudeste-sul do país, trabalhando principalmente com gado leiteiro. Apenas metade dos entrevistados utilizam algum método padronizado para o desbaste do casco, sendo o holandês o mais utilizado. Um terço dos questionados notam alterações na sola durante a apara, como sangramentos e/ou sola fina, porém não houve associação significativa entre métodos de apara e ausência de lesões na sola (p = 0,2). A má infraestrutura das propriedades foi apontada como o maior entrave para a prevenção das doenças podais. Em relação aos dados morfométricos obtidos neste estudo, antes da apara do casco, houve diferença significativa entre os comprimentos da muralha (p < 0,0001), e observou-se que o dígito medial pélvico é o de menor morfometria (p<0,05). Após a apara, o comprimento da muralha dos dígitos foi semelhante (p > 0,05), e o dígito medial manteve-se como o menor. As imagens tomográficas revelaram que antes da apara apenas seis dígitos apresentaram sola fina, enquanto após o desbaste 22 exibiram desgaste excessivo. Houve associação significativa entre realização da apara pelo método holandês e sola fina (p = 0,017). Por fim, algumas variáveis morfométricas do casco e córium revelaram correlação significante com a idade e o peso e as comparações morfométricas e tomográficas entre os grupos comprovaram o observado, sendo possível confeccionar modelo matemático para predizer o comprimento mínimo da muralha dado por: 63,8 + 0,051 (idade) + 0,019 (peso). O estudo revelou que o método holandês pode ocasionar sola fina nos bovinos Nelore e, portanto, para evitar estas intercorrências, características como idade e peso dos bovinos deverão ser verificadas para realizar a apara segura e evitar lesões. |
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Avaliação da metodologia holandesa de apara dos cascos para bovinos da raça Nelore e fatores de influência na morfometria dos dígitosEvaluation of the Dutch claw trimming method for Nellore cattle and factors influencing digit morphometryCasqueamentoClaudicaçãoClaw diseasesClaw trimmingComputed tomographyLamenessLesões de cascoTomografia computadorizadaZebuZebu cattleA apara do casco é a principal forma de prevenir as doenças podais dos bovinos, ela pode ser realizada por diferentes métodos, sendo o holandês o mais utilizado. Recentemente, estudos evidenciaram que a métrica tradicional é inapropriada, podendo causar a diminuição excessiva da espessura da sola, e expor o córium dos dígitos. O presente estudo teve três objetivos: 1 - determinar o perfil dos casqueadores que atuam na área da podologia no Brasil; 2 - verificar se há associação entre a apara e o surgimento de sola fina; 3 - determinar se peso e idade dos bovinos da raça Nelore influenciam nas dimensões do casco e do córium. No primeiro estudo, confeccionou- se questionário on-line que foi enviado para casqueadores por meio de mídias sociais e e-mail. Para o segundo objetivo, parâmetros morfométricos de 12 bovinos foram avaliados, antes e após a apara pelo método holandês. Adicionalmente, avaliação da espessura da sola foi realizada por meio de imagens tomográficas nestes mesmos momentos. Para o terceiro objetivo, os dígitos de 46 bovinos foram separados em dois grupos, de acordo com a idade e com o peso dos animais, e mensurou a morfometria dos dígitos. As dimensões do córium, comprimento linear na muralha e a sua espessura na pinça e no talão, foram avaliados por imagens tomográficas. Os resultados mostram que os casqueadores são adultos jovens, graduados, que atuam no eixo sudeste-sul do país, trabalhando principalmente com gado leiteiro. Apenas metade dos entrevistados utilizam algum método padronizado para o desbaste do casco, sendo o holandês o mais utilizado. Um terço dos questionados notam alterações na sola durante a apara, como sangramentos e/ou sola fina, porém não houve associação significativa entre métodos de apara e ausência de lesões na sola (p = 0,2). A má infraestrutura das propriedades foi apontada como o maior entrave para a prevenção das doenças podais. Em relação aos dados morfométricos obtidos neste estudo, antes da apara do casco, houve diferença significativa entre os comprimentos da muralha (p < 0,0001), e observou-se que o dígito medial pélvico é o de menor morfometria (p<0,05). Após a apara, o comprimento da muralha dos dígitos foi semelhante (p > 0,05), e o dígito medial manteve-se como o menor. As imagens tomográficas revelaram que antes da apara apenas seis dígitos apresentaram sola fina, enquanto após o desbaste 22 exibiram desgaste excessivo. Houve associação significativa entre realização da apara pelo método holandês e sola fina (p = 0,017). Por fim, algumas variáveis morfométricas do casco e córium revelaram correlação significante com a idade e o peso e as comparações morfométricas e tomográficas entre os grupos comprovaram o observado, sendo possível confeccionar modelo matemático para predizer o comprimento mínimo da muralha dado por: 63,8 + 0,051 (idade) + 0,019 (peso). O estudo revelou que o método holandês pode ocasionar sola fina nos bovinos Nelore e, portanto, para evitar estas intercorrências, características como idade e peso dos bovinos deverão ser verificadas para realizar a apara segura e evitar lesões.Claw trimming is the main approach to prevent claw diseases in cattle. It can be performed by different techniques; however, the Dutch method is the most common used. Recently, some studies have shown that the metric determined by this method is inappropriate and can cause the sole thickness and expose the digital corium. The aims of the present study were: 1 - determine the profile of Brazilian trimmers; 2 - verify if there is an association between claw trimming and thin sole; 3 - determine whether the weight and age of Nellore cattle influence the dimensions of the claw horn and corium. For the first study, an online questionnaire was sent to trimmers through social media and e-mail. For the second, morphometric data from 12 bovines were evaluated, before and after claw trimming according to the Dutch method. The sole thickness was assessed by tomographic images at the same moments. In the third study, digits from 46 cows were separated in to two groups, according to the age and weight. Morphometric analysis of the digits and linear length of the corium on the wall horn, as well as the thickness of the corium in apex and below flexor tuberosity were evaluated by tomographic images. The results show that, in general, the trimmers are young adults, undergraduate, and work mostly with dairy cattle, in South and Southeast Brazil. Only half of the interviewees use a standardized method for claw trimming, being the Dutch method the most used. One-third of interviewed notice changes in the sole during hoof trimming, such as bleeding and / or thin sole, but there was no significant association between trimming methods and absence of lesions on the sole (p = 0.2). Poor infrastructure of the farms was identified as the major problem for the prevention of claw diseases. Regarding to the morphometric data, there was a significant difference between the lengths of the wall horn (p<0.0001) before claw trimming, and it was observed that medial hind digit presented lower claw dimension (p<0.05). After trimming, the length of the wall horn of digits was similar (p>0.05), and medial hind digits were the smallest. Tomographic images revealed that six digits showed thin soles before trimming, while 22 digits presented sole thickness after claw trimming. There was a significant association between trimming using the Dutch method and thin soles (p = 0.017). In the last study, some morphometric variables of the claw horn and corium revealed a significant correlation with age and weight, supported by the morphometric and tomographic comparisons between the groups. Then, a significant model (p<0.0001) was developed to predict the minimum length of the horn wall: 63.8 + 0.051 (age) + 0.019 (weight). This study revealed that Dutch method can cause thin soles in Nellore cattle. Therefore, in order to avoid these negative complications, characteristics such as age and weight should be verified and considered to perform safe claw trimming and avoid lameness.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPogliani, Fabio CelidonioGargano, Ronaldo Gomes2020-04-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-18012021-093145/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-03-22T20:58:04Zoai:teses.usp.br:tde-18012021-093145Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-03-22T20:58:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A apara do casco é a principal forma de prevenir as doenças podais dos bovinos, ela pode ser realizada por diferentes métodos, sendo o holandês o mais utilizado. Recentemente, estudos evidenciaram que a métrica tradicional é inapropriada, podendo causar a diminuição excessiva da espessura da sola, e expor o córium dos dígitos. O presente estudo teve três objetivos: 1 - determinar o perfil dos casqueadores que atuam na área da podologia no Brasil; 2 - verificar se há associação entre a apara e o surgimento de sola fina; 3 - determinar se peso e idade dos bovinos da raça Nelore influenciam nas dimensões do casco e do córium. No primeiro estudo, confeccionou- se questionário on-line que foi enviado para casqueadores por meio de mídias sociais e e-mail. Para o segundo objetivo, parâmetros morfométricos de 12 bovinos foram avaliados, antes e após a apara pelo método holandês. Adicionalmente, avaliação da espessura da sola foi realizada por meio de imagens tomográficas nestes mesmos momentos. Para o terceiro objetivo, os dígitos de 46 bovinos foram separados em dois grupos, de acordo com a idade e com o peso dos animais, e mensurou a morfometria dos dígitos. As dimensões do córium, comprimento linear na muralha e a sua espessura na pinça e no talão, foram avaliados por imagens tomográficas. Os resultados mostram que os casqueadores são adultos jovens, graduados, que atuam no eixo sudeste-sul do país, trabalhando principalmente com gado leiteiro. Apenas metade dos entrevistados utilizam algum método padronizado para o desbaste do casco, sendo o holandês o mais utilizado. Um terço dos questionados notam alterações na sola durante a apara, como sangramentos e/ou sola fina, porém não houve associação significativa entre métodos de apara e ausência de lesões na sola (p = 0,2). A má infraestrutura das propriedades foi apontada como o maior entrave para a prevenção das doenças podais. Em relação aos dados morfométricos obtidos neste estudo, antes da apara do casco, houve diferença significativa entre os comprimentos da muralha (p < 0,0001), e observou-se que o dígito medial pélvico é o de menor morfometria (p<0,05). Após a apara, o comprimento da muralha dos dígitos foi semelhante (p > 0,05), e o dígito medial manteve-se como o menor. As imagens tomográficas revelaram que antes da apara apenas seis dígitos apresentaram sola fina, enquanto após o desbaste 22 exibiram desgaste excessivo. Houve associação significativa entre realização da apara pelo método holandês e sola fina (p = 0,017). Por fim, algumas variáveis morfométricas do casco e córium revelaram correlação significante com a idade e o peso e as comparações morfométricas e tomográficas entre os grupos comprovaram o observado, sendo possível confeccionar modelo matemático para predizer o comprimento mínimo da muralha dado por: 63,8 + 0,051 (idade) + 0,019 (peso). O estudo revelou que o método holandês pode ocasionar sola fina nos bovinos Nelore e, portanto, para evitar estas intercorrências, características como idade e peso dos bovinos deverão ser verificadas para realizar a apara segura e evitar lesões. |
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