Construção de um subconjunto terminológico da CIPE® para crianças e adolescentes vulneráveis à violência doméstica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-09012015-155552/ |
Resumo: | Introdução: a violência doméstica contra crianças e adolescentes é um fenômeno complexo, multifacetado e arraigado nas relações sociais que, por vezes, apresenta-se naturalizado e até banalizado. Historicamente, ela existe nas sociedades desde os primórdios. Nas últimas décadas, porém, houve o aumento significativo de casos de violência contra a criança e o adolescente no mundo. Ao mesmo tempo cresceu, também, a preocupação com a denúncia e o enfrentamento do problema, principalmente por organismos mundiais. Tal preocupação se expressa nas políticas públicas, como tem sido no Brasil. A Atenção Primária à Saúde (APS) é um dos locus em que se pode visibilizar e enfrentar a violência doméstica, pois lida com as populações do território, suas famílias, as creches e as escolas. Preparar os profissionais da APS para lidar com esse fenômeno tem sido um desafio, mas a enfermagem, por meio de sua prática social, apresenta potencial para o enfrentamento da violência doméstica. As consultas de enfermagem devem ser instrumentalizadas para tal, recomendando-se o uso de terminologia padronizada como facilitadora da boa comunicação entre os profissionais e da tomada de decisões nos serviços de saúde. Desse modo, a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) recomenda a estruturação de subconjuntos terminológicos como estratégia para facilitar seu uso pelos profissionais. Objetivo: organizar um subconjunto terminológico de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem para o enfrentamento da violência doméstica contra a criança e o adolescente. Método: pesquisa do tipo metodológica, ancorada nos referenciais da TIPESC Teoria da Intervenção Práxica da Enfermagem em Saúde Coletiva e estruturada em quatro fases interdependentes e subsequentes: 1) identificação de termos e conceitos relevantes para a prática de enfermagem em relação ao enfrentamento da violência doméstica contra crianças e adolescentes; 2) mapeamento cruzado dos termos identificados com os termos da CIPE®, versão 2011; 3) elaboração dos enunciados de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem; 4) estruturação do subconjunto terminológico da CIPE® para o enfrentamento da violência doméstica contra crianças e adolescentes. Resultados: a revisão de literatura para identificação dos termos resultou em 40 artigos selecionados na base BIREME, que foram processados na ferramenta PORONTO, gerando, assim, uma lista com 17.365 termos. Estes foram normalizados e resultaram em 514 termos que foram mapeados e cruzados com os existentes na CIPE® 2011, evidenciando 214 termos constantes e 138 não constantes nessa classificação. Dessa forma, constituiu-se o banco de termos da linguagem especial de enfermagem para o enfrentamento da violência doméstica contra a criança e o adolescente, o qual, juntamente com o modelo de sete eixos da CIPE®, a norma ISO 18.104 e o modelo teórico, ancorou a elaboração de 139 diagnósticos/resultados e 222 intervenções de enfermagem. Dessa maneira, foi organizado o subconjunto terminológico. Conclusões: a produção do subconjunto ancorado pela visão de mundo da TIPESC possui potencial para aprimoramento da prática profissional no espaço da consulta de enfermagem sistematizada e no âmbito da Atenção Básica de Saúde, bem como no processo de formação de novos profissionais e na educação permanente dos atuais. Faz-se necessária a continuidade da pesquisa, visando à validação conceitual dos termos não constantes na CIPE®. |
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Construção de um subconjunto terminológico da CIPE® para crianças e adolescentes vulneráveis à violência doméstica Construction of a terminology subset from ICNP® for vulnerable children and adolescents to domestic violence [thesis].AdolescenceAdolescênciaAtenção Primária à SaúdeChild AbuseClassificaçãoClassificationCollective HealthDomestic ViolenceEnfermagemNursingPrimary HealthcareSaúde PúblicaTerminologiaTerminologyViolência Contra o MenorViolência DomésticaIntrodução: a violência doméstica contra crianças e adolescentes é um fenômeno complexo, multifacetado e arraigado nas relações sociais que, por vezes, apresenta-se naturalizado e até banalizado. Historicamente, ela existe nas sociedades desde os primórdios. Nas últimas décadas, porém, houve o aumento significativo de casos de violência contra a criança e o adolescente no mundo. Ao mesmo tempo cresceu, também, a preocupação com a denúncia e o enfrentamento do problema, principalmente por organismos mundiais. Tal preocupação se expressa nas políticas públicas, como tem sido no Brasil. A Atenção Primária à Saúde (APS) é um dos locus em que se pode visibilizar e enfrentar a violência doméstica, pois lida com as populações do território, suas famílias, as creches e as escolas. Preparar os profissionais da APS para lidar com esse fenômeno tem sido um desafio, mas a enfermagem, por meio de sua prática social, apresenta potencial para o enfrentamento da violência doméstica. As consultas de enfermagem devem ser instrumentalizadas para tal, recomendando-se o uso de terminologia padronizada como facilitadora da boa comunicação entre os profissionais e da tomada de decisões nos serviços de saúde. Desse modo, a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) recomenda a estruturação de subconjuntos terminológicos como estratégia para facilitar seu uso pelos profissionais. Objetivo: organizar um subconjunto terminológico de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem para o enfrentamento da violência doméstica contra a criança e o adolescente. Método: pesquisa do tipo metodológica, ancorada nos referenciais da TIPESC Teoria da Intervenção Práxica da Enfermagem em Saúde Coletiva e estruturada em quatro fases interdependentes e subsequentes: 1) identificação de termos e conceitos relevantes para a prática de enfermagem em relação ao enfrentamento da violência doméstica contra crianças e adolescentes; 2) mapeamento cruzado dos termos identificados com os termos da CIPE®, versão 2011; 3) elaboração dos enunciados de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem; 4) estruturação do subconjunto terminológico da CIPE® para o enfrentamento da violência doméstica contra crianças e adolescentes. Resultados: a revisão de literatura para identificação dos termos resultou em 40 artigos selecionados na base BIREME, que foram processados na ferramenta PORONTO, gerando, assim, uma lista com 17.365 termos. Estes foram normalizados e resultaram em 514 termos que foram mapeados e cruzados com os existentes na CIPE® 2011, evidenciando 214 termos constantes e 138 não constantes nessa classificação. Dessa forma, constituiu-se o banco de termos da linguagem especial de enfermagem para o enfrentamento da violência doméstica contra a criança e o adolescente, o qual, juntamente com o modelo de sete eixos da CIPE®, a norma ISO 18.104 e o modelo teórico, ancorou a elaboração de 139 diagnósticos/resultados e 222 intervenções de enfermagem. Dessa maneira, foi organizado o subconjunto terminológico. Conclusões: a produção do subconjunto ancorado pela visão de mundo da TIPESC possui potencial para aprimoramento da prática profissional no espaço da consulta de enfermagem sistematizada e no âmbito da Atenção Básica de Saúde, bem como no processo de formação de novos profissionais e na educação permanente dos atuais. Faz-se necessária a continuidade da pesquisa, visando à validação conceitual dos termos não constantes na CIPE®.Introduction: domestic violence against children and adolescents is a complex, multifaceted phenomenon, rooted in social relations, which is sometimes featured as natural and common place. Historically, it has existed since primitive societies. However, in the past decades, there has been significant increase in the number of cases of children and adolescents abuse worldwide. Meanwhile, there has also been an increase in the concern to report it and cope with the problem mainly on the part of world organizations. Such concern has been revealed in public policies like in Brazil. The Primary Healthcare Center is one of the loci to unveil and cope with domestic violence as it deals with populations, families, day care centers and schools within its territory. Thus, training professionals to deal with such a phenomenon has been a challenge, but nursing, by means of its social practice, has the potential to cope with domestic abuse. Nursing consultations must use instruments for that, being recommended standardized terminology to facilitate effective communication among professionals and decision-making in health services. Thus, the International Classification for Nursing Practice (ICNP®) recommends to structure terminology subsets as a strategy to facilitate their use by professionals. Objective: To organize a terminology subset on nursing diagnoses, results and interventions to cope with domestic violence against children and adolescents. Method: methodological research grounded on TIPESC (Theory of Nursing Praxis Intervention in Collective Health) background and framed in four interdependent and subsequent phases: 1) identification of terms and concepts relevant for nursing practice regarding coping with domestic violence against children and adolescents; 2) cross-checked mapping of the identified terms with the ICNP® terminology, version 2011; 3) elaboration of enunciates for nursing diagnoses, results and interventions; 4) framing of the ICNP terminology subset to cope with domestic abuse against children and adolescents. Results: literature review for term identification resulted in 40 selected articles in BIREME database, processed by means of PORONTO tool, thus generating a list of 17,365 terms. Those were standardized and resulted in 514 terms which were mapped and cross-checked with the existing ones in ICNP® 2011, evidencing 214 existing terms and 138 non-existing terms in this classification. Thus, special nursing terminology database to cope with domestic abuse against children and adolescents was framed, which anchored the elaboration of 139 diagnoses/results and 222 nursing interventions along with the ICNP® 7-Axis model, ISO 18104 and the theoretical model. Thus, the terminology subset was organized. Conclusions: the elaboration of the subset grounded on TIPESC worldview has the potential to refine professional practice in systematic nursing search and in the scope of Primary Healthcare, besides the process of training new professionals and provide ongoing education to current ones. The continuity of the research is deemed necessary aiming at the conceptual validation of non-existing terms in the ICNP®.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCubas, Marcia ReginaEgry, Emiko YoshikawaAlbuquerque, Lêda Maria2014-09-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-09012015-155552/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:56Zoai:teses.usp.br:tde-09012015-155552Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: a violência doméstica contra crianças e adolescentes é um fenômeno complexo, multifacetado e arraigado nas relações sociais que, por vezes, apresenta-se naturalizado e até banalizado. Historicamente, ela existe nas sociedades desde os primórdios. Nas últimas décadas, porém, houve o aumento significativo de casos de violência contra a criança e o adolescente no mundo. Ao mesmo tempo cresceu, também, a preocupação com a denúncia e o enfrentamento do problema, principalmente por organismos mundiais. Tal preocupação se expressa nas políticas públicas, como tem sido no Brasil. A Atenção Primária à Saúde (APS) é um dos locus em que se pode visibilizar e enfrentar a violência doméstica, pois lida com as populações do território, suas famílias, as creches e as escolas. Preparar os profissionais da APS para lidar com esse fenômeno tem sido um desafio, mas a enfermagem, por meio de sua prática social, apresenta potencial para o enfrentamento da violência doméstica. As consultas de enfermagem devem ser instrumentalizadas para tal, recomendando-se o uso de terminologia padronizada como facilitadora da boa comunicação entre os profissionais e da tomada de decisões nos serviços de saúde. Desse modo, a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) recomenda a estruturação de subconjuntos terminológicos como estratégia para facilitar seu uso pelos profissionais. Objetivo: organizar um subconjunto terminológico de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem para o enfrentamento da violência doméstica contra a criança e o adolescente. Método: pesquisa do tipo metodológica, ancorada nos referenciais da TIPESC Teoria da Intervenção Práxica da Enfermagem em Saúde Coletiva e estruturada em quatro fases interdependentes e subsequentes: 1) identificação de termos e conceitos relevantes para a prática de enfermagem em relação ao enfrentamento da violência doméstica contra crianças e adolescentes; 2) mapeamento cruzado dos termos identificados com os termos da CIPE®, versão 2011; 3) elaboração dos enunciados de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem; 4) estruturação do subconjunto terminológico da CIPE® para o enfrentamento da violência doméstica contra crianças e adolescentes. Resultados: a revisão de literatura para identificação dos termos resultou em 40 artigos selecionados na base BIREME, que foram processados na ferramenta PORONTO, gerando, assim, uma lista com 17.365 termos. Estes foram normalizados e resultaram em 514 termos que foram mapeados e cruzados com os existentes na CIPE® 2011, evidenciando 214 termos constantes e 138 não constantes nessa classificação. Dessa forma, constituiu-se o banco de termos da linguagem especial de enfermagem para o enfrentamento da violência doméstica contra a criança e o adolescente, o qual, juntamente com o modelo de sete eixos da CIPE®, a norma ISO 18.104 e o modelo teórico, ancorou a elaboração de 139 diagnósticos/resultados e 222 intervenções de enfermagem. Dessa maneira, foi organizado o subconjunto terminológico. Conclusões: a produção do subconjunto ancorado pela visão de mundo da TIPESC possui potencial para aprimoramento da prática profissional no espaço da consulta de enfermagem sistematizada e no âmbito da Atenção Básica de Saúde, bem como no processo de formação de novos profissionais e na educação permanente dos atuais. Faz-se necessária a continuidade da pesquisa, visando à validação conceitual dos termos não constantes na CIPE®. |
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