Filogeografia e padrões de diversificação de três espécies de aves da Mata Atlântica (Myiothlypis leucoblephara, Myrmoderus loricatus e Myrmoderus squamosus)

• Autor(a) principal: Andressa Nuss
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.41.2019.tde-05032020-092345

A Floresta Atlântica possui grande heterogeneidade de ambientes e estima-se que hoje está reduzida a 11% a 16 % de sua área original. Além disso, abriga alto grau de endemismo, sendo considerada como um dos 5 hotspots mundiais de biodiversidade. Para investigar os processos históricos que podem ter sido responsáveis pela distribuição geográfica da diversidade de linhagens genéticas de espécies desse domínio realisamos na presente Tese um estudo filogeográfico de três espécies de passeriformes endêmicos da Floresta Atlântica, Myiothlypis leucoblephara, Myrmoderus loricatus e squamosus. Para acessar a estrutura genética e realizar análises demográficas das espécies foram produzidos dados de milhares de locos, por meio da técnica de Genotyping by Sequencing, de um total de 151 indivíduos de 83 localidades no Brasil, Uruguai e Argentina. A presente Tese inclui dois capítulos. No capítulo 1 a análise de ~8.700 SNPs de 86 indivíduos de Myiothlypis leucoblephara indicou a presença de dois grupos genéticos distribuidos em gradientes norte/sul e leste/oeste com claro padrão de isolamento por distância. Ainda, também detectamos expansão populacional no último máximo glacial (~20 mil anos atrás). No capítulo 2 realizamos um estudo filogeográfico das espécies irmãs Myrmoderus loricatus (35 indivíduos) e M. squamosus (30 indivíduos) utilizando em torno de ~15.500 SNPs. Diversas análises indicaram padrão de isolamento por distância para ambas espécies e a estimativa de data de separação dessas espécies poderia estar associada à alta atividade tectônica do Vale do Paraíba do Sul. Os dados apresentados na presente Tese permitiram testar algumas hipóteses de diversificação para a Floresta Atlântica e inferir como os processos demográficos atuam moldando a distribuição das linhagens. Além disso, nossos resultados reforçam a importância do uso de grandes quantidades de marcadores para caracterizar populações e inferir como os eventos demográficos aconteceram ao longo da evolução das espécies