A ótica dos (as) profissionais dos CREASs sobre a rede protetiva de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Cintia Aparecida da
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-12072023-122319/
Resumo: O universo de pesquisa desta tese versa sobre o fenômeno da violência sexual contra crianças e adolescentes, que se apresenta como um problema de saúde pública e social cada vez mais evidente em nossa sociedade, fazendo parte da questão social e revelando formas de dominação, opressão e que desencadeiam conflitos. Como um fenômeno complexo, polissêmico e controverso, a violência surge na sociedade por meio de ações que se interligam, interagem e se fortalecem. Embora o conhecimento científico sobre esse fenômeno tenha evoluído consideravelmente nas últimas décadas, concepções equivocadas a seu respeito ainda são comuns, não somente entre a população, mas também entre profissionais que trabalham com as vítimas. O estudo buscou compreender a percepção de profissionais atuantes nos CREASs, sobre a operacionalização da rede de serviços e atendimentos às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. O estudo apoiou-se no paradigma da complexidade de Edgar Morin. Trata-se de um estudo qualitativo desenvolvido com 13 profissionais, a coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada e com a construção dos Mapas Mínimos de Rede Social Institucional, no período de julho a dezembro de 2021. A análise dos dados foi guiada pela contextualização, não sendo um amálgama ou uma colagem de conhecimentos de diferentes áreas, mas um olhar transdisciplinar para determinado fenômeno, a fim de compreendê-lo, considerando sua multidimensionalidade. A compreensão pode ser percebida em como apreender o significado de um objeto ou de um acontecimento, é vê-lo em suas relações com outros objetos ou acontecimentos. A partir da análise dos dados, foram identificadas as seguintes categorias (i) Desesperança na responsividade da rede e os nós provocados pela falta de comunicação, a categoria aponta definições quanto à sistematização e operacionalidade da rede protetiva às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, e traz a compreensão da funcionalidade dos serviços prestados às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual; (ii) Barreiras familiares ao enfrentamento da violência sexual, esta coloca a violência sexual no contexto da família como uma desorganização sem saída. O resultado desta pesquisa demonstra que é imprescindível uma reflexão crítica e reflexiva sobre a rede protetiva às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, pois constatamos uma rede mediana, frágil e com lacunas, com falta de acessibilidade aos serviços, a família passando por diferentes segmentos que denotaram desorganização, falta de orientações básicas e necessárias as famílias, limitações dos serviços de saúde mental no município, falta de profissionais, bem como outros serviços que denotaram fragilidade e dificuldades. É urgente e necessário incorporar saberes, conexão e comunicação junto à rede, para que ocorram de fato à proteção integral às vítimas.
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Embora o conhecimento científico sobre esse fenômeno tenha evoluído consideravelmente nas últimas décadas, concepções equivocadas a seu respeito ainda são comuns, não somente entre a população, mas também entre profissionais que trabalham com as vítimas. O estudo buscou compreender a percepção de profissionais atuantes nos CREASs, sobre a operacionalização da rede de serviços e atendimentos às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. O estudo apoiou-se no paradigma da complexidade de Edgar Morin. Trata-se de um estudo qualitativo desenvolvido com 13 profissionais, a coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada e com a construção dos Mapas Mínimos de Rede Social Institucional, no período de julho a dezembro de 2021. A análise dos dados foi guiada pela contextualização, não sendo um amálgama ou uma colagem de conhecimentos de diferentes áreas, mas um olhar transdisciplinar para determinado fenômeno, a fim de compreendê-lo, considerando sua multidimensionalidade. A compreensão pode ser percebida em como apreender o significado de um objeto ou de um acontecimento, é vê-lo em suas relações com outros objetos ou acontecimentos. A partir da análise dos dados, foram identificadas as seguintes categorias (i) Desesperança na responsividade da rede e os nós provocados pela falta de comunicação, a categoria aponta definições quanto à sistematização e operacionalidade da rede protetiva às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, e traz a compreensão da funcionalidade dos serviços prestados às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual; (ii) Barreiras familiares ao enfrentamento da violência sexual, esta coloca a violência sexual no contexto da família como uma desorganização sem saída. O resultado desta pesquisa demonstra que é imprescindível uma reflexão crítica e reflexiva sobre a rede protetiva às crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, pois constatamos uma rede mediana, frágil e com lacunas, com falta de acessibilidade aos serviços, a família passando por diferentes segmentos que denotaram desorganização, falta de orientações básicas e necessárias as famílias, limitações dos serviços de saúde mental no município, falta de profissionais, bem como outros serviços que denotaram fragilidade e dificuldades. É urgente e necessário incorporar saberes, conexão e comunicação junto à rede, para que ocorram de fato à proteção integral às vítimas.The research universe of this thesis deals with the phenomenon of sexual violence against children and adolescents, which presents itself as an increasingly frequent public and social health problem in our society inscribing itself in the social issue and revealing forms of domination and oppression unleashing conflicts. As a complex, polysemic, and controversial phenomenon, violence arises in society through actions that interconnected, interact, and strengthen each other. Although scientific knowledge about this phenomenon has evolved considerably in recent decades, misconceptions about it are still common among the population and professionals who assist victims. The study sought to understand the perception of professionals working in CREASs 1, 2, and 3, on the networking operation of services and in guidance for children and adolescents victims of sexual violence. The study upheld on Edgar Morin\'s paradigm of complexity. Focusing on a qualitative study that was developed with 13 professionals, data collection has accomplished through semi-structured interviews, with the construction of the Mapas Mínimos de Rede Social Institucional, from July to December 2021. Data analysis was guided by contextualization, not being an amalgamation or an assortment of knowledge from different fields, nevertheless a transdisciplinary gaze at a given phenomenon, for the purpose of understanding it, and considering its multidimensionality. Comprehension can be perceived in how to learn the meaning of an object or an event, seeing it in its relations with other objects or events. From the data analysis, the following categories were identified (i) Hopelessness in the network\'s responsiveness and the knots caused by lack of communication, the category points out definitions regarding the systematization and operation of the protective network for children and adolescents victims of sexual violence, and brings the understanding of the functionality of the services provided to children and adolescents victims of sexual violence; (ii) Family barriers to coping with sexual violence, this places sexual violence in the context of the family as a dead end disorder. The result of this research demonstrates a critical and contemplative reflection on the protective network for children and adolescents victims of sexual violence thus essential, as we found a medium, fragile network with gaps, with a lack of accessibility to services, the family going through different segments denote disorganization, lack of basic and necessary guidelines for families, limitations of mental health services in the city, lack of professionals, as well as other services that denote fragility and difficulties. It is urgent and necessary to incorporate knowledge, connection, and communication within the network so that the full protection of victims actually occur.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCarvalho, Maria das Graças Bomfim deSilva, Cintia Aparecida da2023-04-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-12072023-122319/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-12T16:17:02Zoai:teses.usp.br:tde-12072023-122319Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-12T16:17:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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