O jornal na sociedade da informação: como a Folha, o Globo e o Estado respondem às inovações tecnológicas, à queda de leitura e à concorrência com novos meios

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sant'Anna Filho, Lourival de
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-22072009-183602/
Resumo: Estuda o impacto da concorrência da internet, das TVs a cabo, do rádio e das revistas semanais sobre os jornais diários, num contexto de mudança dos hábitos de leitura. Analisa como os três principais jornais brasileiros respondem a esses desafios, sobre o pano de fundo da inovação tecnológica. Dados quantitativos indicam queda acentuada da circulação dos jornais na última década, apesar de uma recuperação em 2005. Os números também mostram uma diminuição contínua no tempo dedicado à leitura de jornais. Pesquisa qualitativa mostra que o público-alvo identifica os jornais com credibilidade, contextualização e análise, mas se ressente da falta de estímulos para a leitura, de seu aspecto pesado e sisudo. A revisão da bibliografia aponta que a indústria do jornal sofre pressões também no seu modelo de gestão. Empresas familiares dão lugar a sociedades de capital aberto, cujos acionistas pressionam por lucros. Executivos vindos de outras áreas implementam formas de gestão que priorizam critérios contábeis em detrimento de caprichos de jornalistas, como cadernos pouco rentáveis e coberturas dispendiosas. Diante disso, autores americanos e europeus procuram estabelecer correlações entre fatores intangíveis, como credibilidade e influência, e resultados associados à lucratividade, como penetração e circulação. Especialistas entrevistados prevêem uma aceleração da conversão, já em curso, dos jornais impressos em meios digitais. Os diretores de redação dos três jornais que são objeto do estudo Folha, Globo e Estado asseguram, em entrevistas, que os jornais impressos continuam sendo negócios rentáveis e ocupando lugar de destaque entre os meios de comunicação. Eles reconhecem que os jornais não voltarão aos picos de circulação dos anos 90, produzidos pela política de brindes conhecidos como anabolizantes. Mas defendem a função dos jornais como veiculadores de notícias contextualizadas e com o suporte de análises. A ênfase deve deslocar-se do estritamente factual para o analítico e interpretativo. Conclui-se que os três grandes jornais brasileiros reagem ao aumento da concorrência procurando realçar os atributos que os diferenciam dos outros meios, como a credibilidade e a capacidade de contextualização e interpretação da notícia, além da qualidade da narrativa. Entretanto, a mudança do suporte de papel para o online deve ter conseqüências sobre o modo de fazer jornal e sobre a relação entre o jornal e a publicidade, por causa sobretudo da demanda por interatividade dos usuários de internet e da exploração do hipertexto pelos anunciantes. A grande questão é se os jornais resistirão a essas demandas, correndo o risco de se tornarem menos relevantes no ambiente digital; ou se cederão, colocando em risco valores do jornalismo.
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spelling O jornal na sociedade da informação: como a Folha, o Globo e o Estado respondem às inovações tecnológicas, à queda de leitura e à concorrência com novos meiosThe newspaper in the information society: how Folha, Globo and Estado respond to technological innovations, readership decline and new medias competition.ImprensaJornalJornalismoJournalismMediaMídiaNewspaperPressEstuda o impacto da concorrência da internet, das TVs a cabo, do rádio e das revistas semanais sobre os jornais diários, num contexto de mudança dos hábitos de leitura. Analisa como os três principais jornais brasileiros respondem a esses desafios, sobre o pano de fundo da inovação tecnológica. Dados quantitativos indicam queda acentuada da circulação dos jornais na última década, apesar de uma recuperação em 2005. Os números também mostram uma diminuição contínua no tempo dedicado à leitura de jornais. Pesquisa qualitativa mostra que o público-alvo identifica os jornais com credibilidade, contextualização e análise, mas se ressente da falta de estímulos para a leitura, de seu aspecto pesado e sisudo. A revisão da bibliografia aponta que a indústria do jornal sofre pressões também no seu modelo de gestão. Empresas familiares dão lugar a sociedades de capital aberto, cujos acionistas pressionam por lucros. Executivos vindos de outras áreas implementam formas de gestão que priorizam critérios contábeis em detrimento de caprichos de jornalistas, como cadernos pouco rentáveis e coberturas dispendiosas. Diante disso, autores americanos e europeus procuram estabelecer correlações entre fatores intangíveis, como credibilidade e influência, e resultados associados à lucratividade, como penetração e circulação. Especialistas entrevistados prevêem uma aceleração da conversão, já em curso, dos jornais impressos em meios digitais. Os diretores de redação dos três jornais que são objeto do estudo Folha, Globo e Estado asseguram, em entrevistas, que os jornais impressos continuam sendo negócios rentáveis e ocupando lugar de destaque entre os meios de comunicação. Eles reconhecem que os jornais não voltarão aos picos de circulação dos anos 90, produzidos pela política de brindes conhecidos como anabolizantes. Mas defendem a função dos jornais como veiculadores de notícias contextualizadas e com o suporte de análises. A ênfase deve deslocar-se do estritamente factual para o analítico e interpretativo. Conclui-se que os três grandes jornais brasileiros reagem ao aumento da concorrência procurando realçar os atributos que os diferenciam dos outros meios, como a credibilidade e a capacidade de contextualização e interpretação da notícia, além da qualidade da narrativa. Entretanto, a mudança do suporte de papel para o online deve ter conseqüências sobre o modo de fazer jornal e sobre a relação entre o jornal e a publicidade, por causa sobretudo da demanda por interatividade dos usuários de internet e da exploração do hipertexto pelos anunciantes. A grande questão é se os jornais resistirão a essas demandas, correndo o risco de se tornarem menos relevantes no ambiente digital; ou se cederão, colocando em risco valores do jornalismo.It studies the impact of competition by internet, cable TV, radio and weekly magazines on daily newspapers, within a context of change in reading habits. It analyzes how the three main Brazilian newspapers respond to those challenges, on the background of technological innovation. Quantitative data suggest a steep decline in newspapers circulation in the last decade, despite a reaction in 2005. Figures also show a continuous reduction of time dedicated to the reading of newspapers. A qualitative poll shows that the target audience associates newspapers with credibility, context and analysis, but resents the lack of stimulation to read, and its heavy and stern look. Literature review points out that the newspaper industry managing model is also under pressure. Family-owned companies are replaced by open capital ones, whose shareholders put pressure for profits. Executives from other areas implement managing tools which put accountancy criteria before journalists caprices, such as little profitable sections and expensive coverages. In the face of that, American and European authors try to establish correlations between intangible factors, such as credibility and influence, and returns associated to profitability, such as penetration and circulation. Experts interviewed foressee a speed-up of the conversion, already in place, of print newspapers into digital media. The Editors-in-chief of the three newspapers studied Folha, Globo and Estado assure, in interviews, that print newspapers remain profitable businesses, well placed among the media. They admit that the papers wont repeat the circulation peaks of the nineties, brought in by the gifts policies known as anabolic steroids. But they argue in favour of the newspapers role as suppliers of analysis supported context-rich news. The emphasis should move from hard news to analysis and interpretation. The conclusion is that the major Brazilian newspapers respond to the increasing competition by trying to highlight the features which distinguish them from the other media, such as credibility and the ability to add context and interpretation to the news, along with narrative quality. However, the change from print to online should impact on the making of a newspaper and on the relationship between the medium and advertising, above all due to the demand for interactivity by internet users and the exploring of hypertext by advertisers. The big question is whether the newspapers will resist those demands, running the risk of becoming less relevant in the digital environment; or whether they will compromise, putting the values of journalism at risk.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCorrea, Elizabeth Nicolau SaadSant'Anna Filho, Lourival de2007-03-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-22072009-183602/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:59Zoai:teses.usp.br:tde-22072009-183602Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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