Desenvolvimento da alfafa (Medicago sativa L.) em diferentes níveis de pH, potássio e enxofre no solo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rando, Eduardo Meneghel
Data de Publicação: 1992
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20240603-102138/
Resumo: O Paraná se encontra entre os três principais estados produtores de feno de alfafa do Brasil. Condições climáticas e edáficas favoráveis tomaram a região norte do Paraná o principal centro de cultivo desta forrageira do Estado, sendo o Município de Bandeirantes o líder na produção regional. Apesar de sua importância econômica e social para a comunidade agrícola, o nível de tecnologia empregado no cultivo da alfafa é, com raras exceções, primária e prejudicial para a produção e longevidade da cultura no campo. Um dos fatores de produção limitante ao desenvolvimento da alfafa é, sem dúvida, a ausência de um programa de adubação compatível com suas necessidades e características edáficas regional. Com o intuito de oferecer subsídios locais que permitam a adequação de recomendações de correção da acidez do solo e de adubação, desenvolveu-se esta pesquisa. Para isto coletou-se amostras da camada de 0 a 20 cm de um Latossolo Roxo eutrófico que foram secas ao ar e passadas em peneira com 2 mm de diâmetro. Posteriormente, parte do solo foi misturado com hidróxido de cálcio de forma a atingir pH (água) próximo a 7,0. Após quinze dias de incubação tanto o solo corrigido como o não corrigido foram misturados com 3 doses de potássio e 3 doses de enxofre, resultando assim num experimento com dois níveis de pH (5,4 e 6,8), quatro níveis de potássio (zero, 30, 100 e 300 ppm) e quatro níveis de enxofre (zero, 15, 30 e 60 ppm). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em um esquema fatorial de 2 x 4 x 4, com três repetições. Os vasos foram preenchidos com 2,6 kg de terra e mantidos em casa de vegetação com umidade próxima à capacidade de campo. Após 20 dias procedeu-se a semeadura da cv. Crioula, mantendo-se quatro plantas por vaso. Aos 71 dias realizou-se o 1º corte, enquanto que os demais foram realizados com um intervalo de 29 dias até atingir o 40 corte. Os resultados indicaram que o desenvolvimento da alfafa em solo com alta acidez é significativamente reduzido, com reflexos intensos sobre o rendimento de matéria seca, independente da adicão de potássio e enxofre. O baixo pH reduziu a quantidade de nitrogênio absorvido pela planta e favoreceu a absorção de manganês em níveis considerados tóxicos para a alfafa. Somente quando se eliminou a restrição imposta pela alta acidez foi possível constatar os benefícios da adição de K e S, os quais aumentaram a altura das plantas, o número de perfilhos, o diâmetro e o peso das raízes, bem como a produção de massa-seca. Verificou-se também um aumento no teor de nitrogênio nas plantas decorrentes da aplicação de K e S. O nível crítico de K determinado na planta inteira e somente na metade superior variou de 1,02% a 1,33% e de 1,44% a 1,68%, respectivamente. De forma semelhante para o S, este variou de 0,26% a 0,38% (planta inteira) e de 0,30% a 0,41% (metade superior). Relação N:S compatível com 90% da máxima produção variou de 9,5:1 a 14:1.
id USP_feb88aadb35eb8b0fd80a43cf051e8ee
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-20240603-102138
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Desenvolvimento da alfafa (Medicago sativa L.) em diferentes níveis de pH, potássio e enxofre no soloGrowth of alfalfa (Medicago sativa L.) under diferent soil pH, potassium and sulfur levelsACIDEZ DO SOLOALFAFAENXOFRENUTRIENTES MINERAIS SOLOPH DO SOLOPOTÁSSIOO Paraná se encontra entre os três principais estados produtores de feno de alfafa do Brasil. Condições climáticas e edáficas favoráveis tomaram a região norte do Paraná o principal centro de cultivo desta forrageira do Estado, sendo o Município de Bandeirantes o líder na produção regional. Apesar de sua importância econômica e social para a comunidade agrícola, o nível de tecnologia empregado no cultivo da alfafa é, com raras exceções, primária e prejudicial para a produção e longevidade da cultura no campo. Um dos fatores de produção limitante ao desenvolvimento da alfafa é, sem dúvida, a ausência de um programa de adubação compatível com suas necessidades e características edáficas regional. Com o intuito de oferecer subsídios locais que permitam a adequação de recomendações de correção da acidez do solo e de adubação, desenvolveu-se esta pesquisa. Para isto coletou-se amostras da camada de 0 a 20 cm de um Latossolo Roxo eutrófico que foram secas ao ar e passadas em peneira com 2 mm de diâmetro. Posteriormente, parte do solo foi misturado com hidróxido de cálcio de forma a atingir pH (água) próximo a 7,0. Após quinze dias de incubação tanto o solo corrigido como o não corrigido foram misturados com 3 doses de potássio e 3 doses de enxofre, resultando assim num experimento com dois níveis de pH (5,4 e 6,8), quatro níveis de potássio (zero, 30, 100 e 300 ppm) e quatro níveis de enxofre (zero, 15, 30 e 60 ppm). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em um esquema fatorial de 2 x 4 x 4, com três repetições. Os vasos foram preenchidos com 2,6 kg de terra e mantidos em casa de vegetação com umidade próxima à capacidade de campo. Após 20 dias procedeu-se a semeadura da cv. Crioula, mantendo-se quatro plantas por vaso. Aos 71 dias realizou-se o 1º corte, enquanto que os demais foram realizados com um intervalo de 29 dias até atingir o 40 corte. Os resultados indicaram que o desenvolvimento da alfafa em solo com alta acidez é significativamente reduzido, com reflexos intensos sobre o rendimento de matéria seca, independente da adicão de potássio e enxofre. O baixo pH reduziu a quantidade de nitrogênio absorvido pela planta e favoreceu a absorção de manganês em níveis considerados tóxicos para a alfafa. Somente quando se eliminou a restrição imposta pela alta acidez foi possível constatar os benefícios da adição de K e S, os quais aumentaram a altura das plantas, o número de perfilhos, o diâmetro e o peso das raízes, bem como a produção de massa-seca. Verificou-se também um aumento no teor de nitrogênio nas plantas decorrentes da aplicação de K e S. O nível crítico de K determinado na planta inteira e somente na metade superior variou de 1,02% a 1,33% e de 1,44% a 1,68%, respectivamente. De forma semelhante para o S, este variou de 0,26% a 0,38% (planta inteira) e de 0,30% a 0,41% (metade superior). Relação N:S compatível com 90% da máxima produção variou de 9,5:1 a 14:1.Paraná is among the top three most important states in alfalfa hay production in Brazil. Adequate edaphoclimatc conditions make the northem Paraná the main luceme growing region of the state. In spite of its economic and social importance to the local community, alfalfa management practices are, in general, primary and do not permit to achieve high production as well as affect the longevity of the crop in the field. There is no doubt that the lack of a correct fertilization program to assure the mineral nutrition of the plants is an important factor limiting the local production of alfalfa hay. This research was designed to study the effects of soil acidity and fertilization upon alfalfa growth. Soil samples from local field (Typic Eutrorthox) collected from 0 to 20 cm depth were mixed with Ca(OH)2 in an amount to raise the pH up close to 7,0, and with fertilizers KCl and CaSO4.2H2O, allowing the following treatments: a) two levels of soil pH (5,4 and 6,8); b) four levels of potassium (none, 30, 100 and 300 ppm K) and c) four levels of sulfur (none, 15, 30 and 60 ppm S). The experimental design was a completely randomized factorial scheme of 2 x 4 x 4 with three replications. The soil was transferred to the pots (2,6kg/pot) and alfalfa, cv. Crioula, was sown to obtain a final stand of four plants/pot. Alfalfa was grown in a greenhouse environment and was submitted to four harvests. The first one was done 71 days after sowing and the others with a interval of 29 days. The results showed that the growth of alfalfa is impaired under high soil acidity conditions resulting in the lowest dry matter production. The soil acidity reduced the uptake of nitrogen by plants and increased the uptake of manganese at levels considered toxic to the crop. Positive effects of potassium and sulfur additions were observed only when soil acidity was reduzed to pH 6,8. In this case the results showed a significant plant growth response, increasing the plant height, stem number, diameter and dry weight of root and dry matter of aerial plant parts. Potassium and sulfur application increased the nitrogen concentration in the herbage. The critical level of K observed in the whole plant and in the top half ranged from 1,02% to 1,33% and from 1,44% to 1,68%, respectively. In the same way, the critical level of S ranged from 0,26% to 0,38% (whole plant) and from 0,30% to 0,41% (top half plant). Nitrogen: Sulfur (N: S) ratios compatible with 90% of the maximum yield ranged from 9,5: 1 to 14 : 1.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilveira, Ronaldo IvanRando, Eduardo Meneghel1992-03-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20240603-102138/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-28T18:43:49Zoai:teses.usp.br:tde-20240603-102138Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-28T18:43:49Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Desenvolvimento da alfafa (Medicago sativa L.) em diferentes níveis de pH, potássio e enxofre no solo
Growth of alfalfa (Medicago sativa L.) under diferent soil pH, potassium and sulfur levels
title Desenvolvimento da alfafa (Medicago sativa L.) em diferentes níveis de pH, potássio e enxofre no solo
spellingShingle Desenvolvimento da alfafa (Medicago sativa L.) em diferentes níveis de pH, potássio e enxofre no solo
Rando, Eduardo Meneghel
ACIDEZ DO SOLO
ALFAFA
ENXOFRE
NUTRIENTES MINERAIS SOLO
PH DO SOLO
POTÁSSIO
title_short Desenvolvimento da alfafa (Medicago sativa L.) em diferentes níveis de pH, potássio e enxofre no solo
title_full Desenvolvimento da alfafa (Medicago sativa L.) em diferentes níveis de pH, potássio e enxofre no solo
title_fullStr Desenvolvimento da alfafa (Medicago sativa L.) em diferentes níveis de pH, potássio e enxofre no solo
title_full_unstemmed Desenvolvimento da alfafa (Medicago sativa L.) em diferentes níveis de pH, potássio e enxofre no solo
title_sort Desenvolvimento da alfafa (Medicago sativa L.) em diferentes níveis de pH, potássio e enxofre no solo
author Rando, Eduardo Meneghel
author_facet Rando, Eduardo Meneghel
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Silveira, Ronaldo Ivan
dc.contributor.author.fl_str_mv Rando, Eduardo Meneghel
dc.subject.por.fl_str_mv ACIDEZ DO SOLO
ALFAFA
ENXOFRE
NUTRIENTES MINERAIS SOLO
PH DO SOLO
POTÁSSIO
topic ACIDEZ DO SOLO
ALFAFA
ENXOFRE
NUTRIENTES MINERAIS SOLO
PH DO SOLO
POTÁSSIO
description O Paraná se encontra entre os três principais estados produtores de feno de alfafa do Brasil. Condições climáticas e edáficas favoráveis tomaram a região norte do Paraná o principal centro de cultivo desta forrageira do Estado, sendo o Município de Bandeirantes o líder na produção regional. Apesar de sua importância econômica e social para a comunidade agrícola, o nível de tecnologia empregado no cultivo da alfafa é, com raras exceções, primária e prejudicial para a produção e longevidade da cultura no campo. Um dos fatores de produção limitante ao desenvolvimento da alfafa é, sem dúvida, a ausência de um programa de adubação compatível com suas necessidades e características edáficas regional. Com o intuito de oferecer subsídios locais que permitam a adequação de recomendações de correção da acidez do solo e de adubação, desenvolveu-se esta pesquisa. Para isto coletou-se amostras da camada de 0 a 20 cm de um Latossolo Roxo eutrófico que foram secas ao ar e passadas em peneira com 2 mm de diâmetro. Posteriormente, parte do solo foi misturado com hidróxido de cálcio de forma a atingir pH (água) próximo a 7,0. Após quinze dias de incubação tanto o solo corrigido como o não corrigido foram misturados com 3 doses de potássio e 3 doses de enxofre, resultando assim num experimento com dois níveis de pH (5,4 e 6,8), quatro níveis de potássio (zero, 30, 100 e 300 ppm) e quatro níveis de enxofre (zero, 15, 30 e 60 ppm). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em um esquema fatorial de 2 x 4 x 4, com três repetições. Os vasos foram preenchidos com 2,6 kg de terra e mantidos em casa de vegetação com umidade próxima à capacidade de campo. Após 20 dias procedeu-se a semeadura da cv. Crioula, mantendo-se quatro plantas por vaso. Aos 71 dias realizou-se o 1º corte, enquanto que os demais foram realizados com um intervalo de 29 dias até atingir o 40 corte. Os resultados indicaram que o desenvolvimento da alfafa em solo com alta acidez é significativamente reduzido, com reflexos intensos sobre o rendimento de matéria seca, independente da adicão de potássio e enxofre. O baixo pH reduziu a quantidade de nitrogênio absorvido pela planta e favoreceu a absorção de manganês em níveis considerados tóxicos para a alfafa. Somente quando se eliminou a restrição imposta pela alta acidez foi possível constatar os benefícios da adição de K e S, os quais aumentaram a altura das plantas, o número de perfilhos, o diâmetro e o peso das raízes, bem como a produção de massa-seca. Verificou-se também um aumento no teor de nitrogênio nas plantas decorrentes da aplicação de K e S. O nível crítico de K determinado na planta inteira e somente na metade superior variou de 1,02% a 1,33% e de 1,44% a 1,68%, respectivamente. De forma semelhante para o S, este variou de 0,26% a 0,38% (planta inteira) e de 0,30% a 0,41% (metade superior). Relação N:S compatível com 90% da máxima produção variou de 9,5:1 a 14:1.
publishDate 1992
dc.date.none.fl_str_mv 1992-03-19
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20240603-102138/
url https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20240603-102138/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1815257231493431296