Toxicologia em Allium cepa (Amaryllidaceae) submetido a ensaio agudo com um inseticida utilizado no combate a dengue

• Autor(a) principal: Silva, Valsir Borges da
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/11107
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::FARMACOLOGIA::TOXICOLOGIA; Cebola; Alimentos - Toxicologia; Dengue; Aedes aegypti; Onions; Food - Toxicology

O Aedes aegypti é o mosquito transmissor da Dengue, Zika Vírus e a Febre Chicungunya. Estas doenças atingem bilhões de pessoas em todo o mundo e estão vinculadas, principalmente, às regiões tropicais. Apesar dos importantes avanços no desenvolvimento de medidas alternativas para o controle de mosquitos, os inseticidas químicos ainda se mantêm como principal método dos programas de controle integrado. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo de avaliar a toxicologia no bioindicador Allium cepa (Amaryllidaceae) submetida a ensaio agudo com o inseticida Malation, utilizado atualmente no combate ao mosquito Aedes aegypti. Os testes de genotoxicidade, mutagenicidade e citotoxicidade em células meristemáticas de Allium cepa foram realizados de acordo com o protocolo estabelecido por Grant (1982), com adaptações. Foi utilizado o inseticida Malation, com pureza de 99,9%, da marca Sigma-Aldrich (PESTENAL®), a qual apresenta como ingrediente ativo a Malationa. Este inseticida pertencente ao grupo químico dos organofosforados e possui classificação toxicológica II (altamente tóxico). Para os testes com Allium cepa, foram preparadas duas concentrações do inseticida Malation. A primeira concentração foi de 1,0 mg/mL, corresponde à uma concentração maior do que a mínima indicada do produto ativo para uso em culturas. A segunda concentração foi obtida a partir da primeira em uma diluição em água destilada, na proporção de 1:1, o que resultou na concentração menor: 0,5 mg/mL. As lâminas foram analisadas em microscópio de luz, com objetiva de 40 vezes, percorrendo-se os campos de observação de modo a não repeti-los. Foram avaliadas as aberrações cromossômicas (AC) (genotoxicidade), a frequência de micronúcleos (mutagenicidade) e o índice mitótico (teste de citotoxicidade) para cada tratamento. Foram analisadas 10 lâminas por tratamento e contabilizadas 1000 células de cada uma delas, totalizando 10.000 células por tratamento. Das AC encontradas, as pontes anafásicas foram as que tiveram maior incidência, sendo observado uma taxa significativamente mais elevada na concentração de 0,5 mg/mL, inclusive quando comparado ao controle positivo. O tratamento contendo a concentração 1,0 mg/mL também apresentou um significativo aumento no número de pontes, em comparação com o controle negativo, e uma igualdade, em comparação ao controle positivo. Nossos resultados sugerem que as agressões induzidas no DNA, pelas concentrações mais baixas testadas para o Malation, ocorreram por serem indutoras de uma maior quantidade de divisões, e terem uma maior permeabilidade nas células por estar em concentrações mais diluídas. Notou- se que o Malation apresentou efeitos citotóxicos sob as células de A. cepa nas concentrações testadas. Os testes de mutagenicidade e genotoxicidade realizados neste trabalho indicaram que este inseticida apresenta propriedades clastogênicas sobre os organismos expostos.