Pós-tratamento de efluente suinícola utilizando as macrófitas aquáticas Hedychium coronarium J. Koenig e Lemna minuta Kunth

• Autor(a) principal: Antonelo, Fábio Antônio
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/11121
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS; Plantas aquáticas; Suínos; Águas residuais - Purificação; Aquatic plants; Swine; Sewage - Purification

O presente trabalho objetivou avaliar o desempenho de duas macrófitas aquáticas no tratamento de águas residuais da atividade suinícola submetidas à simulação de tratamento através de diluições. O efluente bruto foi obtido de uma lagoa de armazenamento e estabilização e transportado até o local do experimento, onde, sob uma estufa com controle de circulação de ar, foi disposto nos 18 biorreatores, configurando nove tratamentos, todos em duplicatas. As diluições utilizadas foram de 10, 30 e 50% de efluente, feitas a com água destilada, sendo as concentrações e as espécies utilizadas definidas a partir de um pré-teste de senescência. Os parâmetros analisados foram turbidez, condutividade elétrica, pH, concentrações de fósforo total, ortofosfatos, matéria orgânica e nitrogênio amoniacal, além do crescimento das macrófitas. A fim de avaliar a redução dos parâmetros de qualidade, as análises foram repetidas a cada cinco dias após a caracterização inicial, totalizando um período de 20 dias de experimento, sendo em cada dia de análise, antes da retirada das alíquotas, reposto o volume evapotranspirado por meio da adição de água destilada. Os resultados obtidos a partir do teste de senescência indicaram que as espécies Hedychium coronarium (HC) e Lemna minuta (LM) foram as plantas que sobreviveram às condições do efluente suinícola, podendo, portanto, ser aplicadas no pós-tratamento de resíduos dessa mesma origem. A caracterização do efluente submetido às diluições demonstrou que essa prática é uma alternativa para a simulação do prétratamento convencional para fins experimentais. Para a remoção da turbidez, foram alcançados resultados satisfatórios com o uso das plantas aquáticas quando utilizada a diluição de 30%, não havendo diferenças entre ambos os tratamentos com espécies diferentes, em que foi obtida uma eficiência média de remoção de 79,76%. Em contrapartida, nenhuma das duas espécies testadas apresentaram resultados significativos para a diminuição da condutividade elétrica ou do nitrogênio amoniacal. Já para a remoção da matéria orgânica, observou-se que HC diluído em 50% apresentou eficiência de remoção de 85,47% e para fósforo total e ortofosfatos, LM, apresentou resultados significativos de remoção nas diluições de 10 e 30% do efluente suinícola. De uma forma geral, para os parâmetros em que as macrófitas apresentaram resultados significativos (turbidez, matéria orgânica, fósforo total e ortofosfatos), o tempo de detenção ideal variou apenas entre cinco e 10 dias e quanto ao crescimento, no tratamento utilizando LM, o cultivo dobrou de tamanho em termos de massa com apenas 20 dias de crescimento. Já HC apresentou o maior índice de brotações (aproximadamente 10 por cada biorreator) com o tratamento utilizando o efluente a 50%, sendo sua amplitude de crescimento relacionada diretamente à remoção de matéria orgânica do efluente. Por fim, conclui-se que HC e LM são macrófitas que podem ser utilizadas no pós-tratamento de efluente suinícola, sendo que para além da turbidez, cada espécie atua na remoção de parâmetros específicos, visto que nesse viés, o uso de consórcio com as duas espécies possibilitaria a remoção tanto das diferentes formas de fósforo, da matéria orgânica e da turbidez presentes nesse tipo de resíduo.