Avaliação in vitro do potencial antimicrobiano do extrato hidroalcoólico de geoprópolis de melipona quadrifasciata quadrifasciata frente à bactérias da microbiota cutânea

• Autor(a) principal: Manta, Victória Galdino
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/30994
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS; Abelhas sem ferrão; Melipona; Contaminação microbiana; Própole; Stingless bees; Melipona; Microbial contamination; Propolis

A conservação da diversidade das abelhas é uma questão de sustentabilidade, tendo importância ecológica, econômica e de segurança alimentar, pois elas são os polinizadores mais importantes para a reprodução das angiospermas. As abelhas sem ferrão, ou meliponíneos, são as produtoras exclusivas de geoprópolis, uma mistura de terra ou barro com secreções salivares, cera e exsudatos de vegetais, produto que vem despertado o interesse da comunidade científica nos últimos tempos devido às suas propriedades biológicas. Tendo em vista o surgimento de superbactérias resistentes a antibióticos e o problema de saúde mundial que isso está se tornando, terapias alternativas com produtos naturais estão ganhando força, caracterizando-se pela eficácia, baixo custo e riscos mínimos de efeitos adversos e resistência bacteriana. Assim, este trabalho objetivou caracterizar físico-quimicamente a geoprópolis in natura de Melipona quadrifasciata quadrifasciata, e avaliar o potencial antimicrobiano do extrato hidroalcoólico dessa geoprópolis frente Cutibacterium acnes e Staphylococcus epidermidis, bactérias protagonistas da microbiota cutânea. Para a caracterização físico-química foram realizadas análises de sólidos solúveis em etanol, teor de cinzas e umidade. Para a avaliação da atividade antimicrobiana do extrato de geoprópolis foi utilizada a metodologia de disco-difusão. O extrato foi testado em sua concentração inicial e em concentrações de 0,05%, 0,1%, 0,15%, 0,5% e 1,0%. Também foi formulada uma loção hidratante corporal a base de 1,5% de extrato de geoprópolis e foi avaliada a sua atividade antimicrobiana com relação às duas mesmas bactérias. Os resultados de sólidos solúveis em etanol apresentaram-se acima de 35%, estando em conformidade com a legislação brasileira para a própolis de Apis mellifera. Os teores de umidade e cinzas apresentaram valores médios 0,74 ± 0,05% e 48,72 ± 17,60, respectivamente. O primeiro estava dentro da legislação, que traz um máximo de 8% para teor de umidade. O teor de cinzas, em contrapartida, apresentou valores muito acima do recomendado, pois, segundo a legislação, esse teor não deve ultrapassar 5%. Notou-se a necessidade de atualizar a legislação existente para definir uma identidade e qualidade específicas para a geoprópolis de abelhas nativas. Com relação ao estudo do potencial antimicrobiano, os testes com extrato de geoprópolis na concentração inicial de 10% e 1,0%, e veiculado na loção hidratante, foram capazes de inibir efetivamente C. acnes, formando halos de inibição maiores que 7,5 mm. S. epidermidis demonstrou ser inibida pelo álcool, e a geoprópolis apresentou-se como coadjuvante nessa inibição. Ainda, S. epidermidis não apresentou crescimento microbiano quando testada com o cosmético. Concluiu-se que a geoprópolis apresenta significativo atividade antimicrobiana frente C. acnes, além de ser um produto apícola que ainda possui potencial a ser explorado.