Enlace das dualidades no canto radioso do Gauche

• Autor(a) principal: Varela, Larissa Rizzi
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/24871
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS; Literatura erótica; Literatura Brasileira; Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1987; Literatura - Análise; Erotic literature; Brazilian literature; Literature - Analysis

Este trabalho busca analisar o poema “Amor — pois que é palavra essencial”, de Carlos Drummond de Andrade, a fim de verificar que nele o sexo é uma expressão do amor capaz de fundir dicotomias. Isso foi feito por meio da pesquisa bibliográfica e qualitativa, a sondagem exploratória da temática proposta foi realizada com auxílio dos estudos de Rita Barbosa de Cássia, Mariana Quadros, Platão, Octavio Paz e George Bataille. Por meio desses estudos, observou-se que o amor carnal (o sexo) neste poema é visto como algo natural, ou seja, que pertence à natureza do ser humano e é por meio dele que o sujeito poético expressa o seu amor. Portanto, a relação entre amor e sexo é harmoniosa, eles não são considerados como termos opostos e irreconciliáveis. Da mesma maneira, a natureza desse amor é constituída pelo corpo e alma, não há um amor de natureza puramente espiritual e outro com caráter carnal e sexual, ambos se tornam unos ao longo do poema. Essa reconciliação entre essas dicotomias é possível através dos poderes de Eros, deus da mitologia grega que possui uma natureza sintética capaz de abarcar em si o que é oposto, então ele torna-se capaz de fundir estas dicotomias que surgem ao longo desse texto poético: matéria/essência, amor/sexo, luz/escuridão, finito/infinito, as quais são comumente consideradas irreconciliáveis na cultura ocidental. Também, é por meio do sexo que o sujeito poético e sua parceira, seres descontínuos — pois estão encarcerados em suas individualidades, nascem e morrem sozinhos — encontram a continuidade ao dissolver suas individualidades na do seu semelhante.