Desempenho de espécies arbóreas nativas do sul do Brasil em sistema agroflorestal

• Autor(a) principal: Farias Perez, Julio Cesar
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/30808
• topic: CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::RECURSOS FLORESTAIS E ENGENHARIA FLORESTAL::SILVICULTURA; Ecologia florestal; Recuperação ecológica; Florestas - Conservação; Forest ecology; Restoration ecology; Forest conservation; Agronomia

O modelo de produção agrícola industrial intensivo mais difundido no mundo tem demostrado ser insustentável e não pode ser mantido por muito tempo. Uma das contradições desse modelo na região sul do Brasil é a destruição do componente arbóreo nos agroecossistemas, pois a maioria dos cultivos agrícolas se beneficiam da presença de polinizadores e inimigos naturais, ou de serviços ecossistêmicos que dependem da vegetação nativa próximo aos cultivos. É possível trazer de volta o componente arbóreo aos agroecossistemas através da implementação dos Sistemas Agroflorestais (SAF) e, se forem usadas espécies arbóreas nativas, se promoveria ainda a conservação da biodiversidade, além da promoção de sinergias e processos ecossistêmicos responsáveis pela maior estabilidade e resiliência do sistema. O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento silvicultural de 26 espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica implantadas em SAF e averiguar seu impacto em alguns indicadores ecológicos como a qualidade do solo e a sucessão ecológica, depois de seis anos da sua implantação. Pelos resultados deste trabalho, as dez espécies de melhor desempenho para implementação em SAF na região sul do Brasil são fumeiro bravo, timbaúva, tucaneiro, açoita cavalo, aroeira, casca de anta, farinha seca, ipê roxo, guaritá e cedro; sendo as primeiras cinco pioneiras e as últimas cinco secundárias. Após seis anos da implantação do SAF o solo apresenta uma compactação baixa, o pH se mantém próximo de 4,5 e os nutrientes essências como fósforo, potássio, cálcio e magnésio se encontram em concentrações adequadas de acordo com o manual de adubação do estado Paraná. Acima do solo se acumulou uma quantidade de serapilheira semelhante à das áreas de fragmentos florestais naturais (10 t/ha). A diversidade de regeneração vegetal natural apresentou um índice de Shannon (H´) de 1,3 e as principais ordens na fauna epiedáfica encontradas foram colêmbolos, formigas e coleópteros, além de aranhas e ácaros, com diversidade (H´) de 0,7. A implementação de SAF no Paraná significa uma alternativa que concilia a maior cobertura arbórea nesta região amplamente afetada pelo seu histórico de desmatamento.