Propriedades farmacológicas, biológicas e quantificação de L-dopa do extrato de sementes de Mucuna pruriens

• Autor(a) principal: Farias, Letícia Scussel
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/30470
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS; Antioxidantes; Parkinson, Doença de; Dopamina; Saccharomyces cerevisiae; Antioxidants; Parkinson's disease; Dopamine; Saccharomyces cerevisiae

As plantas estão presentes na medicina há milhares de anos, tais como a Mucuna utilizada na medicina Ayurveda (tradicional da Índia) e indígena. A Mucuna pruriens é conhecida como fonte natural de L-dopa, um precursor direto do neurotransmissor dopamina, substância esta encontrada em baixos níveis em doenças como o Parkinson. Doenças neurodegenerativas são associadas ao envelhecimento, que por sua vez é catalisado pelo estresse oxidativo, acarretando disfunções metabólicas diversas no organismo. Uma forma de conter a ação desses compostos oxidativos é por meio da ação de compostos antioxidantes, sendo estes altamente encontrados nas plantas. Além de compostos antioxidantes, as plantas possuem uma série de metabólitos secundários, tais como flavonóides, taninos, alcalóides e outros que possuem ação farmacológica no metabolismo humano, sendo assim o reconhecimento desses pode ser benéfico para tratamentos diversos. Diante disso o presente estudo realizou um levantamento bibliográfico sobre o assunto, realizou procedimentos laboratoriais para obter o extrato de sementes de M. pruriens, quantificou a presença de L-dopa por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE/HPLC), avaliou a atividade antioxidante do extrato pelos métodos químicos: DPPH, ABTS e FRAP, além de avaliar sua atividade in vivo utilizando um sistema eucarioto unicelular por meio da linhagem mutante Saccharomyces cerevisiae ΔGTT1 e posteriormente a ação perante a linhagem S. cerevisiae PD1 que expressa a proteína alfa-sinucleína, responsável pela formação de agregados proteicos causadores da doença de Parkinson. Por meio das análises realizadas verificou-se que o extrato de sementes de M. pruriens possui alto potencial antioxidante, sendo este conferido pelos testes in vitro quando comparados a substâncias altamente antioxidantes utilizadas na indústria, assim como nos testes in vivo, onde observou-se o aumento significativo, à 95% de confiabilidade, da taxa de sobrevivência da linhagem após o desafio com o agente estressor Menadione, revelando sua capacidade antioxidante e de reparação frente a toxicidade da proteína alfa-sinucleína. Perante os testes de triagem fitoquímica observa-se como principais propriedades: antioxidante, antimicrobiano, reparação de tecidos, interação com membrana e formação de complexos. Com relação à cromatografia líquida de alta eficiência verificou-se que o extrato de sementes de M. pruriens obtido possui uma alta concentração de L-dopa em sua composição, sendo esta determinada em 156,19 g.L-1 [g de L-dopa por litro de extrato de semente de M. pruriens]. Desta forma, conclui-se que o extrato de M. pruriens possui uma grande gama de compostos que podem ser utilizados para fins terapêuticos, assim como potencial substância coadjuvante no tratamento da doença de Parkinson.