O existencialismo no romance As i lay dying, de William Faulkner: estudo dos personagens Darl, Jewel e Addie Bundren

• Autor(a) principal: Ferreira, Denilson Amancio
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/24892
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS; Literatura americana; Realismo na literatura; Existencialismo na literatura; American literature; Realism in literature; Existentialism in literature; Engenharia/Tecnologia/Gestão

O presente trabalho de pesquisa mostra uma análise dos personagens Darl e Jewel Bundren, do romance As I Lay Dying (1930), de William Faulkner. Neste romance, o autor apresenta uma perspectiva intimista da cultura do povo interiorano do sul dos Estados Unidos. A partir desta, elabora uma estética particular, a qual reinventa o imaginário daqueles indivíduos: o Gótico Sulista. Por meio da herança gótica, presente na ambientação e no movimento da narrativa, podemos verificar que a obra desenvolve uma problemática filosófica, tocante à existência e à vida dos indivíduos ali presentes. A trajetória dos irmãos ao longo da narrativa expõe suas ações e reações perante uma atmosfera grotesca e violenta, indicando, ora mais ora menos, representações dos pensamentos idealista e realista. Entretanto, como é narrado em monólogos, fragmentando a linearidade da história e apresentando diversas versões da mesma realidade, as reflexões dos personagens se caracterizam como o principal elemento que define suas posturas diante de suas vidas. Assim, partindo do romance de viagem, em Mikhail Bakhtin (2011), procuramos ler As I Lay Dying a partir da ideia de organicidade do gênero definida por críticos especializados em literatura e na história sulista, como Cleanth Brooks (1969), Joel Williamson (1993) e Jay Watson (2019), estudiosos de Faulkner. Por conseguinte, David Punter e Glennis Byron (2004), e Bridget Marshall (2013) auxiliaram­ nos no entendimento e definição da estética do Gótico Sulista presente no romance. Tendo esta perspectiva em foco, pudemos traçar um paralelo entre Faulkner, o povo sulista e o modernismo, o que nos ajudou a compreender por que o texto de Faulkner é tão complexo e possibilita o levantamento de tantos questionamentos filosóficos. A partir da filosofia, procuramos entender a construção de Darl e Jewel Bundren em estrutura de oposição representativa –um tendendo ao idealismo e o outro ao realismo, respectivamente. O existencialismo de Jean­Paul Sartre (1970) forneceu as principais bases para explorarmos o pensamento filosófico em relação à condição da existência, bem como a única possível conexão entre os irmãos, suamãe, Addie Bundren. Por fim, entendemos que as leituras críticas do romance despertam novas interpretações do texto de Faulkner, bem como auxiliam na compreensão de temas universais importantes, tal como as possíveis posturas filosóficas em relação à existência, além de apontarem a outras perguntas que poderão ser feitas a partir do texto e do presente trabalho.