Remoções de matéria orgânica, compostos específicos, cor e toxicidade em efluente de celulose por reator de leito móvel MBBR

• Autor(a) principal: Peitz, Camila
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/9169
• topic: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::QUIMICA::QUIMICA ORGANICA; Testes de toxicidade; Águas residuais - Purificação - Tratamento biológico; Industria de celulose; Toxicity testing; Sewage - Purification - Biological treatment; Cellulose industry

No PIB-industrial nacional a indústria brasileira da madeira contribuiu com cerca de 5,5 % do total em 2014, mantendo o Brasil como o 4º maior produtor de celulose do mundo. Dentre suas características, a indústria de celulose utiliza de 30 a 60 m3 de água para cada tonelada de celulose produzida, o que gera efluente. Em geral, esse efluente apresenta altas concentrações de demanda química de oxigênio (DQO), demanda biológica de oxigênio (DBO5), cor e toxicidade. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o tratamento de efluente Kraft contendo fitoesteróis através do Reator Biológico de Leito Móvel (MBBR), remoções de matéria orgânica, compostos específicos e ecotoxicidade em Daphnia magna, além das relações de correspondência entre esses parâmetros. O tratamento biológico ocorreu durante 125 dias, com a adição dos fitoesteróis β-sitoesterol e Estigmasterol em 2 mg.L-1 de cada um no efluente de celulose Kraft. Este foi caracterizado segundo a: DBO5, DQO, cor, compostos fenólicos totais, biomassa aderida e suspensa no reator MBBR. Os efeitos de toxicidade foram avaliados durante o tratamento biológico através de testes agudos e crônicos seguindo as normas NBR 12.713, OECD e a ASTM. A eficiência de remoção de matéria orgânica foi maior para as cargas menores (0,6 e 1,2 g.L-1.d-1) alcançando em média 41,63 e 93,2% de remoção de DQO e DBO5 respectivamente. Para as maiores cargas (4,0 e 9,0 g.L-1.d-1) a eficiência de remoção de DQO e DBO5 foi inferior, em média, 3%, apresentando o reator MBBR como um sistema estável. O maior valor de remoção de cor foi de 4,6%, obtido na Carga Orgânica Volumétrica 0,6 g.L-1.d-1. A eficiência de remoção dos compostos fenólicos foi crescente em relação às cargas aplicadas chegando a 36,2% para a carga mais alta. Sobre a biomassa aderida ao meio suporte, esta variou de 6 a 23 g.L-1, quanto à biomassa em suspensão no reator sua concentração foi relativamente baixa, variando de 510 a 1230 mg.L-1, com razão (Sólidos Suspensos Voláteis)/(Sólidos Suspensos Totais) próxima de 0,73. Também se verificou que o Efluente tratado não apresentou efeito de toxicidade aguda, em contrapartida, o Afluente das COV’s 4,0 e 9,0 g.L-1.d-1 apresentaram efeito hormese, no qual em baixas concentrações houve um aumento no número de neonatos, com consequente decréscimo com o aumento da concentração. Com relação aos efeitos crônicos, os ensaios permitiram determinar Concentração de Efeito Observado de mais de 40% no Efluente tratado, valor superior ao Afluente que foi de 5% para as cargas mais altas. Em geral, efeitos inibidores de crescimento, reprodução e longevidade não foram observados para concentrações de até 30% do Efluente tratado por MBBR.