Uso atual dos solos de áreas úmidas da bacia do Jirau, Dois Vizinhos - PR

• Autor(a) principal: Ciconet, Gilson Joel
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UTFPR (da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (RIUT))
• Texto Completo: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/24630
• topic: CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::AGRONOMIA; Solos - Conservação; Bacias hidrográficas; Solos - Classificação; Soil conservation; Watersheds; Soils - Classification

A crescente demanda pela produção de commodities no mundo e a valorização da terra, promoveu uma pressão sobre as áreas que antes eram tidas como inapropriadas para a produção agrícola, sobretudo as áreas úmidas, também conhecidas como várzeas. Essas áreas, planas, próximos aos cursos d’água, apresentam elevada saturação por elementos químicos no seu complexo de troca e também de água no espaço poroso, reduzindo drasticamente a sua capacidade em reter possíveis poluentes Estes solos também armazenam água, que é liberada lentamente aos corpos hídricos, reduzindo as oscilações na vazão do rio, sobretudo durantes as épocas de estiagem. Agronomicamente, as várzeas se apresentam como de elevada fertilidade, com constante suprimento de água aliadas ao relevo suave a suave-ondulado, facilitam as várias operações com maquinário e implemento, instigando os proprietários a ampliarem suas áreas de produção várzea adentro. De fato, essas áreas são protegidas pelo Novo Código Florestal, no qual define que a vegetação nessas áreas deve ser preservada ou reestruturada pelo proprietário. Entretanto, como os mapas de solos disponíveis atualmente foram confeccionados em escala que não permitem a identificação das áreas de várzea e, consequentemente, dificultam a fiscalização das mesmas. Este trabalho teve como objetivo identificar o uso atual nas áreas de solos hidromórficos da bacia do rio Jirau, no município de Dois Vizinhos, Paraná. Para tanto, foram adquiridas imagens do satélite SRTM com resolução de 30 metros, para gerar índices de representação do relevo e para identificar as áreas de várzea. Posteriormente os usos dentro da bacia foram digitalizados, e cruzados com o mapa de solos hidromórficos. Os resultados apontaram que 50,5% das áreas de várzea são ocupadas por mata, enquanto 38,7% são atualmente ocupadas com agricultura ou pastagem. Também foi observado uso frequente dessas áreas (6,9%) com construções ou terraplanagem, que engloba aviários, tanques de piscicultura e galpões. Devido à valorização da terra e ao crescimento da avicultura na região, grande parte das áreas de várzea foram ocupadas, ocorrendo a supressão da mata e comprometendo a qualidade de água que abastece o município.